À medida que o desemprego aumenta, o número dos sem-abrigo aumenta como efeito. O que é ainda mais chocante é a forma como se está a lidar com esta situação (ou a forma como se está a evitar a situação, pondo-a de lado, como se fosse problema dos outros), o que é chocantemente semelhante à segregação do Holocausto nos anos 40 na cidade da Carolina do Sul, quando foram criados planos para recolher os sem-abrigo da cidade e detê-los numa área separada do público.
Em Agosto, o City Council de Columbia aprovou de forma unânime o plano, criando patrulhas de polícia especial que iriam reforçar ”as leis referentes à qualidade de vida”, envolvendo a vadiagem, urinação pública e outros crimes não necessariamente restritos à população de sem-abrigo. [1]
Aos sem-abrigo seria então dado a escolher pelos polícias: ir para a cadeia por serem sem-abrigo ou serem arrastados para um abrigo com 240 camas, um abrigo de 24 horas nos subúrbios da cidade, onde não seria fácil ser-lhe permitido sair.
O Activist Post informou que o plano da cidade de Columbia, na Carolina do Sul, já está completo, com um relatório urgente de Emergency Homeless Response. O plano inlcui informação sobre o transporte de sem-abrigo em carrinhas, para um abrigo já existente com trabalhadores, número de telefone para cidadãos denunciarem as “pessoas com necessidades”, um agente presente para controlar o trânsito de pedestres, maior patrulhamento oferecido à cidade para manter longe os sem-abrigo – e os sem-abrigo não podem abandonar o abrigo. [2]
O que pode ser com boas intenções, assemelha-se chocantemente aos horríveis assassinatos em massa de 1940, que limitaram a liberdade e reduziram dramaticamente a população. Não apenas isso, mas também a segregação para “manter as áreas públicas esteticamente agradáveis”, representa um autêntico golpe para aqueles que estão a experienciar dificuldades económicas. O esforço deveria concentrar-se em reduzir o desemprego e talvez, aliviar o problema que é a causa do aumento de sem-abrigos.
De acordo com o plano, os indivíduos que desejem abandonar o abrigo, deverão obter permissão, marcar um encontro, e ser levados por uma carrinha de transporte. Um patrulha irá guardar a estrada que conduz ao abrigo, para certificar-se que os sem-abrigo não vagueiem para a baixa da cidade.
Ex-prisioneiros serão transportados para lá, a menos que alguém os vá buscar à prisão do condado. Não são permitidos pedestres, de acordo com os muitos relatos, apenas as carrinhas de transporte. Trata-se, no entanto, do plano municipal, e não do Governo Federal.
Em Setembro, o Conselho da Columbia, na Carolina do Sul, decidiu revogar a sua decisão controversa de criminalizar a pobreza após enfrentar uma grande reacção da polícia, trabalhadores municipais e advogados. No entanto, não é o único Município em busca de uma solução para o número crescente de pessoas nas ruas.
Como é que limitar os direitos dos que estão em necessidade pode ser a resposta? Com 3,5 milhões de sem-abrigo e 18,5 milhões de casas vagas, parece que o que precisa de ser revisto é o sistema económico, e não a liberdade pessoal de cada um.
Por todo o lado estão a surgir receios de que esta situação seja similar à do que aconteceu na Alemanha Nazi.
O vídeo que apresentamos a seguir, fala da problemática do desemprego e do aumento do número dos sem-abrigo nos EUA, a perda de direitos, e a ligação dessa problemática aos campos FEMA:
NOTAS:
[1] «Columbia, SC, to exile its homeless». 23 de Agosto de 2013. MSN News.
[2] «S.C. Police Chief and City Manager Oppose Rounding Up the Homeless». 29 de Agosto de 2013. Activist Post.