A Cela 17 de Alexander Campbell

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Alexander Campbell
Alexander Campbell

Nos vinte anos entre 1860 e 1880, os Estados Unidos da América foram abalados por violentos conflitos trabalhistas. As condições de trabalho nas minas de carvão da Pennsylvania eram terríveis: um operário recebia, em média, 50 centavos de dólar por um longo e perigoso dia de labuta debaixo de terra e os mineiros, a maioria imigrantes irlandeses, viviam em frequente disputa com os seus chefes, muitos dos quais descendentes de ingleses e galeses.

Para enfrentar os proprietários das minas, formou-se a sociedade secreta chamada Mollie Maguires. Essa sociedade organizou a primeira greve contra as companhias de exploração de minas dos Estados Unidos da América. Mas a sua resistência foi mais além. Os seus integrantes incitaram tumultos e mataram cerca de 150 pessoas.

Os donos das minas contrataram os serviços da agência de detectives Pinkerton, que colocou o agente James McParlen disfarçado entre os membros da Mollie Maguires. Mais tarde, o testemunho de McParlen enviaria doze participantes da sociedade secreta para a forca. Em 1877, “Yellow Jack” Donohue foi condenado por ter morto um contra-mestre da Lehigh Coal and Navigation Company. Três outros homens foram sentenciados à forca pelo assassinato de outro supervisor de uma mina. Dois desses homens enfrentaram estoicamente a morte. Contudo, um deles, Alexander Campbell, jurou estar inocente.

Quando o arrastavam da cela número 17, no primeiro pavimento, Campbell esfregou a mão esquerda na poeira do chão e pressionou a palma contra a parede.

“Esta impressão palmar permanecerá aqui para sempre, como prova da minha inocência”, gritou o condenado.

Campbell repetiu o juramento de inocência por várias vezes, enquanto ia sendo arrastado à força para o patíbulo, onde, após a abertura do alçapão, ele ainda demorou 14 minutos para morrer por enforcamento. Campbell foi-se, porém a sua impressão palmar ficou, exactamente como prometera.

Em 1930, quando Robert L. Bowman foi eleito xerife de Carbon County, prometeu retirar a impressão, que já estava a ser considerada como prova de um terrível erro judiciário na história do município. Em Dezembro de 1931, uma equipa de trabalho entrou na cela de número 17 e retirou da parede o pedaço do reboco onde estava a impressão palmar, substituindo-o por um reboco novo.

Na manhã seguinte, o xerife entrou na cela e ficou horrorizado ao ver o leve contorno da mão, no reboco ainda húmido. À noite, a impressão palmar negra era perfeitamente visível.

Embora a cela seja agora mantida trancada, sendo aberta apenas para algum visitante ocasional, a impressão palmar lá continua até hoje.

Em 1978, um pintor de paredes entrou às escondidas na cela e tentou pintar aquele pedaço do reboco, mas a impressão reapareceu, minutos depois, na tinta fresca.

Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz

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