Depois de todos os esforços e despesas para descobrirmos uma molécula, e de realizarmos ensaios, o nosso medicamento ainda não pode ser receitado por ninguém: temos de o apresentar aos reguladores e conseguir que aprovem a sua introdução no mercado no território deles. À semelhança de muitos aspectos em medicina, este domínio tem sido protegido do escrutínio público pela natureza complicada do processo, e, em geral, nem mesmo os médicos compreendem totalmente o que os reguladores fazem: só para ilustrar esta realidade, um inquérito realizado em 2006 pela Ipsos MORI descobriu que 55% dos médicos hospitalares e 37% dos médicos de clínica geral nunca tinham ouvido falar da MHRA, o regulador de Medicamentos do Reino Unido.

Em princípio, o trabalho de um regulador é simples: começa por aprovar o medicamento depois de analisar ensaios que mostram que resulta; monitoriza a segurança do medicamento a partir do momento em que é introduzido no mercado; comunica riscos e perigos aos médicos; e retira do mercado Medicamentos inseguros e ineficazes. Infelizmente, os reguladores estão cercados de problemas: pressões da indústria; pressões do governo; problemas de financiamento; questões de competência; conflitos de interesses no interior das próprias fileiras; e, pior que tudo, e mais uma vez, uma perigosa obsessão com o secretismo.