A instauração do regime de marionetas sob Lloyd George em Londres provocou uma reviravolta na política oficial contra o sionismo. Isso repercutiu-se fortemente quando o novo ministro das relações externas, Arthur Balfour, escreveu a seguinte carta, em 2 de Novembro de 1917, a Lionel Rothschild:
Caro barão Rothschild,
Tenho o prazer de transmitir-vos em nome do governo de Sua Majestade, a sua nota de simpatia pelas aspirações judias sionistas apresentadas ao assentimento do gabinete que as aprovou.
O governo de Sua Majestade considera favoravelmente o estabelecimento na Palestina de uma pátria nacional para o povo judeu e empregará todos os seus esforços para facilitar a realização desse objectivo, ficando entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judias na Palestina, assim como com os direitos e o estatuto político dos quais os judeus poderiam usufruir em em qualquer outro país.
Ser-vos-ei reconhecido por fazer chegar esta declaração ao conhecimento da organização sionista.
Com minhas sinceras saudações,
Arthur James Balfour
É interessante saber que no momento em que a carta foi escrita, a Palestina era ainda um território turco. Eis aí uma nação que promete um país que é propriedade de uma segunda nação a uma terceira nação.
Alguns anos mais tarde, os turcos foram vencidos e a Inglaterra obteve o controlo sobre o Egipto e a Palestina, a França sobre o Líbano e a Síria.
Rothschild tomou parte activa nessa transacção: serviu-se da sua influência nos Estados Unidos para implicá-los, ao lado dos Aliados, na Primeira Guerra Mundial, e isso numa época na qual os Aliados não se encontravam numa posição de força em relação à Alemanha e à Turquia.
Fonte: Livro «As Sociedades Secretas e o seu Poder no Século XX» de Jan Van Helsig