Milhões de brasileiros saíram às ruas – aquando da Taça das Confederações de 2013, que decorreu entre 15 e 30 de Junho – ,a exigir um país mais justo e menos corrupto. A raiva da juventude deixou o Brasil em transe.
Durante a competição, iniciaram-se uma série de manifestações por todo o país provocadas pelo aumento dos preços dos bilhetes nos transportes públicos, e posteriormente o crescente descontentamento com o poder público na gestão financeira do país pelo governo, especialmente devido à alta inflação e corrupção.
Antes da cerimónia de abertura no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, em 15 de Junho, ocorreram manifestações fora do estádio, organizado por pessoas descontentes com a quantidade de dinheiro público gasto para permitir a realização do Campeonato do Mundo FIFA de 2014. A polícia usou gás lacrimogéneo e spray de gás pimenta para conter os protestos, gerando mais insatisfação popular. Ocorreram mais manifestações no dia seguinte, antes do jogo entre México e Itália, no Rio de Janeiro.
Enquanto os protestos se intensificavam durante a semana, com a participação de mais de um milhão de pessoas nas ruas, em mais de cem cidades diferentes, surgiram relatos de que a FIFA estaria a equacionar suspender a Taça das Confederações e que algumas delegações teriam solicitado o cancelamento da competição por falta de segurança. No entanto, um comunicado da FIFA de 21 de Junho insistiu que “em nenhum momento a FIFA, o Comité Organizador Local (COL) ou o Governo Federal discutiram ou sequer consideraram o cancelamento da Taça das Confederações da FIFA“.
Por esta altura, surgiram comentários incriveis, como o de Joseph Blatter, o presidente da FIFA, que afirmou qualquer coisa como: “O futebol é mais importante que a insatisfação das pessoas” e Pelé que num vídeo polémico afirmou: “Vamos esquecer todas essas manifestações e vamos apoiar a selecção”. São inefáveis estas afirmações que revelam um insensibilidade tremenda perante a carência de condições básicas de vida da população, que exige uma melhoria na sua qualidade de vida, ao invés do investimento desenfreado dos dinheiros públicos em competições internacionais de futebol.
O interesse da FIFA é óbvio! Os países investem milhões e a FIFA arrecada-os, em direitos televisivos entre outros. A FIFA tornou-se na face multinacional do negócio em que se tornou o futebol, acenando ainda com a fachada do slogan filantropo do futebol como unificador de pessoas e responsável pela esperança que transmite a estas. É inqualificável que pessoas no alto das vidas luxuosas revelem tamanho desrespeito por um povo que luta pelos seus direitos e contra a corrupção.
Aquele Brasil da propaganda, em que estava tudo numa boa, morreu. Em todo o mundo, as pessoas estavam convencidas de que se dessem samba e futebol aos brasileiros, estes de mais nada precisariam, da mesma forma que os romanos bajulavam o seu povo com “panem et circenses” para tapar o Sol com uma peneira quando algo corria mal no império. E é precisamente aí que esta revolta dos brasileiros se tornou tão importante, o futebol, entre outros entretenimentos, vulgo distracções, tem servido precisamente para ludibriar os povos, dissimulando aspectos bem mais importantes da governação, que têm passado sorrateiramente pelas suas costas.
O Brasil provou que “panem et circenses” já não chega! E surpreenderam o mundo. Foi um marco mundial, um grande acontecimento simbólico e talvez um ponto de viragem na história do mundo.
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