Muitos dos princípios éticos maçónicos foram inspirados pelo judaísmo, ou melhor, pelo Antigo Testamento. Os ritos e símbolos da maçonaria e de outras Sociedades Secretas recordam: A reconstrução do Templo de Salomão, a Estrela de David, o Selo de Salomão, os nomes dos diferentes graus, como por exemplo: cavalheiro Kadosh (“Kadosh” em hebraico significa Santo), Príncipe de Jerusalém, Príncipe do Líbano, Cavalheiro da Serpente de Airain, etc.
A luz é um importante símbolo tanto no judaísmo como na Maçonaria.
— Provérbios 6, 23.
Um dos grandes feriados judaicos é o Chanukah ou Hanukkah, ou seja o Festival das Luzes, que comemora a vitória do povo de Israel sobre aqueles que tinham feito da prática da religião um crime punível pela morte aproximadamente pelo ano de 165 a.E.V. (Os judeus substituem o antes de Cristo e o depois de Cristo pelo antes e depois da Era Vulgar). A Luz é um dos mais densos símbolos na maçonaria, pois representa para os maçons de linha inglesa, o espírito divino e a liberdade religiosa e para os maçons de linha francesa, a ilustração, o esclarecimento (o que esclarece o espírito) e a claridade intelectual.
A luz, para o maçom, não é a material, mas a do intelecto, da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direcção ao Oriente, onde reina o Sol. Castellani diz que graças a essa busca da Verdade, do Conhecimento e da Razão é que os maçons autodenominam-se Filhos da Luz; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, na sua forma actual, a dos aceites, nasceu no “Século das Luzes“, o Século XVIII.
Outro símbolo compartilhado é o tão propalado Templo de Salomão. Figura como uma parte central na religião judaica, não só por ser o Rei Salomão uma das maiores figuras do panteão de Israel, como o Templo representar o zénite da religião judaica. Na maçonaria, juntou-se a figura de Salomão à da construção do Templo, pois os maçons são, simbolicamente, antes de tudo, construtores, pedreiros, geómetras e arquitectos. Os rituais maçónicos estão prenhes de lendas sobre a construção do Templo de Salomão. Para os maçons existem três Salomões: o Salomão maçónico, o bíblico e o histórico.
Outro aspecto comum são os esforços positivos na maçonaria e no judaísmo para encorajar a aprendizagem. A cultura judaica tem uma larga tradição de impulsionar o maior número de judeus a se notabilizar pelo conhecimento nas artes, na literatura, na Ciência, na Tecnologia e nas profissões em geral. Durante séculos, os judeus têm-se destacado nos diversos campos do conhecimento humano e o seu empenho em melhorar as suas escolas e os seus centros de ensino demonstram-no cabalmente. Digno de se notar é o facto curioso das famosas escolas talmúdicas – as yeshivas, virem do verbo lashevet, que significa “sentar-se”. Deste modo para aprender é necessário sentar-se nos bancos escolares. Assim, também, na maçonaria, nota-se uma preocupação constante, cada vez maior, com o desenvolvimento intelectual dos seus epígonos, no fundo, não só como um meio de melhorar a sua escola de fraternidade e civismo como também para perpetuar os seus ideais e permanecer como uma das mais ricas tradições do mundo moderno.
No início de 1934, logo após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer. Segundo as estimativas do Museu Alemão da Maçonaria em Bayreuth, a literatura constituía o núcleo da investigação maçónica. Uma biblioteca que crescia de forma exponencial. Em 1930, na Alemanha, a colecção maçónica situar-se-ia nos 200.000 livros.. Os nazis saquearam a Grande Loja da Holanda e a Grande Loja da Noruega. Ocorreu o mesmo na Bélgica e em França.
Os judeus eram então vistos como uma séria ameaça pelo seu poder económico, cultura, ideias que pregavam (Marx, etc.) e pelo facto de não seguirem o Cristianismo. A Maçonaria, liberal e democrática, pregando a fraternidade entre os homens, assustava os déspotas e fanáticos religiosos e políticos de todas as correntes.
Cronologia dos acontecimentos em relação à Maçonaria após o advento da subida de Hitler ao poder na Alemanha:
- 10 de Dezembro de 1934 – A Grande Loja Simbólica da Alemanha, dissolvida por Hitler, suspende seus trabalhos na Alemanha e prossegue-os em Jerusalém e Saarrebrüken.
- 8 de Agosto de 1935 – Adolf Hitler decreta a dissolução da Maçonaria na Alemanha:
- Os Templos maçónicos são saqueados, e muitos maçons alemães são presos e assassinados.
- A Grande Loja de Hamburgo recebe asilo na Grande Loja de Chile onde continua seu trabalho maçónico.
- 1 de Janeiro de 1938 – O Partido Nacional-Socialista de Hitler lança um manifesto contra a maçonaria.