Às vezes é a própria coisa, uma jóia fabulosa ou um navio malfadado, que parece abrigar e perpetuar uma maldição. Outras vezes, uma figura pública pode vir a ser, inexplicavelmente, ligada a um objecto em particular, provocando a mão do destino.
Poderá ter sido o caso do Porsche em que James Dean, a lenda dos adolescentes rebeldes dos anos 50, colidiu e morreu em 1955, terminando de forma trágica o que muitos consideravam como uma das carreiras mais brilhantes e promissoras de Hollywood de todos os tempos.
Independentemente de qual tenha sido seu pedigree anterior, o facto é que, a partir do momento em que James Dean morreu ao volante, aquele Porsche passou a sofrer sua própria fase de má sorte. Depois da morte do ídolo, George Barris, entusiasta por carros desportivos, comprou-o, mas, quando estava a ser tirado do guincho, o automóvel escorregou e partiu a perna do mecânico. Barris vendeu o motor a um médico e piloto amador, que o instalou no seu carro. Algum tempo depois, o médico perdeu o controlo da máquina durante uma competição e morreu. Outro piloto, na mesma corrida, ficou ferido numa colisão. Acontece que esse segundo carro estava equipado com o eixo cardã do Porsche de James Dean.
A carroceria e o chassi do Porsche ficaram tão irremediavelmente danificados no acidente do ídolo que acabaram expostos como parte da campanha de segurança nas estradas. Em Sacramento, o que restava do automóvel caiu da plataforma, partindo a bacia de um adolescente que visitava a exposição. De seguida, ao ser transportado para outra cidade num camião, a máquina provocou outro acidente. O motorista do carro que bateu na traseira do camião foi atirado para fora, atropelado e morto pelo Porsche maldito.
Um piloto de corridas quase morreu, depois de usar dois pneus do carro fatídico de James Dean. Os pneus estouraram ao mesmo tempo. Enquanto isso, a exposição itinerante continuou a fazer das suas. No Oregon, o travão de emergência do camião que transportava o Porsche falhou e o veículo foi de encontro à vitrine de uma loja comercial. Quando estava montado sobre suportes em Nova Orleans, o carro praticamente desintegrou-se, partindo-se em onze partes.
O carro desportivo de James Dean, bem como a maldição que o acompanhava, desapareceu quando o Porsche foi enviado de volta a Los Angeles, de comboio.
Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz