A Queda da Bastilha prevista pelo poeta William Cowper

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1703
Poeta William Cowper
Poeta William Cowper

No poema épico “The Task” de William Cowper, a Queda da Bastilha é descrita com tantos detalhes que durante muito tempo as autoridades acreditaram que o poema tinha sido utilizado como referência pelos agitadores.

William Cowper foi um poeta inglês nascido em 1731, e escreveu o seu épico “The Task” em 1785, ou seja, 4 anos antes da Queda da Bastilha.

A Bastilha tornou-se mais conhecida por ser uma prisão, embora inicialmente tenha sido construída por Carlos V, para servir como “Bastião de Saint-Antoine“, um portal de entrada para o bairro parisiense de Saint-Antoine, durante a Guerra dos Cem Anos. Apesar de inicialmente servir apenas como mero portal de entrada para o referido bairro, de 1370 a 1383 o portal foi ampliado e reformado para se transformar numa fortaleza, que serviria para defender o lado leste de Paris, além de um palácio real que ficava nas proximidades, constituindo-se no mais forte ponto de defesa da muralha do rei. Após a guerra, começou finalmente a ser utilizada pela realeza francesa, como melhor ficou conhecida, ou seja, como prisão estatal (o rei Luís XIII foi o primeiro a enviar prisioneiros para lá).

Bastilha

A Bastilha foi construída em como um rectângulo irregular com 8 torres de 68 metros (223 pés) de comprimento, 27 metros (88 pés) de largura, com torres e paredes de 24 metros (78 pés) de altura, cercada por um largo e amplo fosso.

A grande prisão do estado acabou por ser invadida em 14 de Julho de 1789 porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, arengou em frente ao Palais Royal e pelas ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam socorrer-se das armas para defender-se. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital onde se concentrava um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de três mil espingardas e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se encontrava armazenada noutro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então para lá. A massa insurgente era composta de soldados desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e 82 “inválidos” de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em funcionamento.

Palais Royal

Durante o assédio, o marquês de Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio durou aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam que somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.

Launay teve um fim trágico. Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada. Este acontecimento foi um dos mais importantes do inicio da Revolução Francesa.

Trecho do poema que caracterizou William Cowper como profeta da Queda Bastilha:

Then shame do manhood, and approbious more
To France than all her losses and defeats,
Old or of later date, by sea or land,
Her house of bondage, worse than that of old
Which God avenged on Pharaoh – the Bastille.
Ye horrid towers, the abode of broken hearts,
Ye dungeons and ye cages of despair,
That monarchs have suplied from age to age
With music such as suits their sovereign ears,
The sights and groans of miserable men!
There’s not an English heart that would not leap
To hear that ye were fallen at least; to know
That even our enemies, so often employed
In forging chains for us, themselves were free.

“The Winter Morning Walk,” 37892

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