A Rocha dos Pés de Lanslevilland

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1992
Lanslevilland
Lanslevilland

Esta rocha, perto de Lanslevillard, na Sabóia, é um enorme bloco com as marcas que justificam o seu nome.

Os nossos amigos e colaboradores do Grupo de Estudos dos Amigos do Insólito e Leitores Amigos de Robert Charroux [1] foram ao local partindo da garganta da Madeleine, a mil setecentos e cinquenta metros de altitude, e seguiram o caminho GR5. O tempo do percurso foi de três horas e meia.

A Rocha dos Pés está situada entre os contrafortes do Grand Roc negro e o rochedo de Pisselarand; apresenta-se como um tabuleiro de granito na vertente da montanha, em posição inclinada, embora a sua escalada seja fácil. De forma oval, tem um diâmetro de aproximadamente cinco metros; o lado mais íngreme tem dois e meio a três metros de altura e domina o vale, para poente. São perfeitamente visíveis na pedra umas marcas de pés — uns cinquenta — e a maior parte, à excepção de poucos, parecem ter sido traçados por um instrumento, segundo o contorno dos sapatos.

Estas marcas, de três dimensões: dezasseis, vinte e vinte e cinco centímetros (números vinte e seis, trinta e dois e trinta e nove), sugerem pés de homens de pequena estatura ou então de mulheres e de crianças; a profundidade do traço é da ordem de dois a três centímetros.

«Com uma única excepção, estão orientadas na mesma direcção», diz Gilbert Bovard, «a do Sol e do vale. As pedras cupulares são numerosas nesta região, entre outras, as de Chantelouve; a vinte minutos do refúgio de Vallonbrun, mostraram-nos uma rocha onde está gravado um sol.»

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A Rocha dos Pés. As marcas, salvo duas, dirigem-se todas para poente

Sinais de pertença

Resta encontrar uma explicação deste enigma.

Deve pensar-se que homens de pequena estatura, de raça desconhecida, subiram para a rocha e, em posição de espera, traçaram o contorno dos pés. Em seguida, gravaram mais ou menos grosseiramente os limites marcados na pedra. A maioria desses seres usavam sapatos, embora alguns estivessem descalços, como testemunham as marcas.

Levando em conta os lugares e aquilo que se supõe serem ritos das religiões antigas, a Rocha dos Pés, pela sua situação insólita, deve ter motivado uma superstição ou uma fé. Uma tribo, ligada a um culto solar, teve a ideia de fazer dela um posto de observação do sol-poente, de algum modo um altar ou um templo.

Os homens ficavam de pé, em atitude de respeito, voltados para o deus. Mas o lugar não é de todo habitável; o culto neste alto lugar devia ser celebrado por ocasião de peregrinações, difíceis em todas as estações, impossíveis no inverno.

Daí a ideia de substituir a presença real por uma presença fictícia e mágica. Nas cavernas dos tempos pré-históricos, em Glozel e em numerosos locais do mundo, os homens imprimiram a marca das suas mãos para atestar a sua presença e a sua identidade de proprietários ou de testemunhas; a maior parte das vezes, para sublinhar a sua soberania sobre uma região e dar ao mesmo tempo uma ideia de quantidade e de força.

No Grand Roc, a tribo teria portanto traçado e gravado a marca dos pés de cada membro, de cada fiel, o que explicaria as diferentes medidas e formas de pés. Deste modo, cada proprietário das marcas era suposto ficar sempre em adoração ou em guarda, sempre presente e representado pela sua marca, o que é habitual nos ritos antigos de magia, e mesmo na vida moderna.

As cúpulas, junto das marcas, têm uma relação com o mito da água sagrada, sem dúvida de propriedades maravilhosas.

Duas marcas, as do chefe, estão situadas na ponta do rochedo; outras duas, transversais, implicam ou uma intenção de sacrilégio — talvez por obra de um inimigo — ou a dessacralização do lugar.

Bem entendido, são apenas hipóteses: o local da Rocha dos Pés é um caso bastante raro na arqueologia conhecida.

A bandeira nos navios, a insígnia, a cor, o bivaque, o número marcado sobre o animal, etc, eram e são ainda hoje marcas de propriedade.

A revista Phénomènes Inconnus, n.° 3, Estrada de Béthune, 62, Lestrem, menciona a existência de marcas deste género em Cetateni e em Slon (Roménia), na Jugoslávia, em Espanha e na Escandinávia, mas em nenhum outro lado as marcas são tantas e tão nítidas como no Grand Roc.

Legenda da primeira imagem: A Rocha dos Pés, perto de Lanslevillard (Sabóia)

NOTA:

[1] Groupe d’Études des Amis de l’Insolite et Amis Lecteurs de Robert Charroux, presidido por Gilbert Bovard; 15, Rue des Róis, 1204, Genebra (Suíça). O exame da pedra foi feito por Gilbert Bovard, Claude Berney e Yvonne Gugger.

Fonte: «O Livro do Passado Misterioso» de Robert Charroux

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