O Essex Junto era um grupo de Federalistas da Nova Inglaterra que fizeram oposição à eleição de Thomas Jefferson em 1800 e 1804. O grupo incluía o Senador de Massachusetts George Cabot, o juiz John Lowell, o ex-Secretário de Estado Timothy Pickering, Stephen Higginson, o juiz do Supremo Tribunal de Massachusetts, Theophilus Parsons, o juiz Tapping Reeve, assim como as famílias Forbes, Cushing, Perkins, Sturgis e Paine.
Jefferson tornara-se muito popular após a Compra da Louisiana e a revogação dos impostos indirectos sobre o whisky. O Essex Junto começou a conspirar antes das eleições para retirar os seus estados da União. Eles queriam criar a Confederação do Norte a partir dos Estados de Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire, Vermont, Nova Iorque e Nova Jérsia.
Para isto, pretendiam lançar o seu próprio candidato para o governo de Nova Iorque (Aaron Burr) que, uma vez eleito, iria conduzir o estado para fora da União. Burr não foi bem sucedido, principalmente devido às manobras do líder do movimento nacionalista norte-americano e ex-Secretário do Tesouro Alexander Hamilton, que deu o seu apoio a Jefferson. Hamilton acusou Burr de ser “um homem perigoso a quem não se devia confiar as rédeas do governo.” Hamilton foi assassinado em Julho de 1804 num duelo acordado por Burr, que continuou o seu plano secreto abortivo para formar uma nova república no Sudoeste, composta pelos territórios do Sul dos Estados Unidos e do México espanhol.
O Essex Junto queria separar-se dos Estados Unidos porque as políticas de Jefferson prejudicavam os seus próprios negócios ilegais. As famílias Cabot, Lowell e Higginson eram contrabandistas milionárias, cuja fortuna provinha da exportação de ópio turco para a China. Tinham sido obrigados a deixar o comércio de escravos, devido às leis norte-americanas e às revoltas de escravos nas Caraíbas, e não queriam ver os seus outros interesses destruídos. Financiado pelo banco britânico Baring, Connecticut era o centro da agitação do ópio nos Estados Unidos, nos anos 30 do Século XIX. Os Cabot, Lowell e outras famílias de sangue azul também controlavam e patrocinavam Harvard.
Em «Treason in America», Anton Chaitkin afirma que o Essex Junto estava a “trabalhar em estreita colaboração com agentes dos Serviços Secretos Britânicos (SIS)” e, mais importante, com o “operativo dos SIS britânicos Sir John Robison… Desde então, as tradições familiares e relações financeiras desses círculos têm estado intimamente ligadas aos [SIS] britânicos.” Este é o mesmo John Robison que, em 1789, escreveu («Proofs of a Conspiracy») onde expõe os Illuminati, sobre quem ele escreveu:
“O seu principal objectivo é apoderar-se de riquezas, poder e influência, sem indústria; e para conseguir isto querem abolir o Cristianismo; e então os modos dissolutos e libertinagem universais irão atrair todos os perversos e possibilitar que derrubem todos os governos civis da Europa; depois disso irão pensar em grandes conquistas e estender as suas operações a outras partes do planeta, até terem reduzido a humanidade a uma massa caótica indistinguível.” Chaitkin acredita que este livro é “a fonte do mito dos Illuminati.” O autor afirma que este “serve apenas para desviar as atenções da horda de traidores que ele orquestrou.” Esta ideia é reforçada pelo livro de Robert Alan Goldberg, («Enemies Within»):
“Ao escrever após a Revolução Francesa, estes monarquistas criaram uma contra-História em defesa da aristocracia… Segundo eles, a Revolução não teve origem na pobreza e no despotismo. Em vez de uma sublevação das massas, foi antes a obra dos Illuminati de Adam Weishaupt, uma sociedade secreta que planeava destruir toda a autoridade civil e religiosa e abolir o casamento, a família e a propriedade privada”
Faz sentido que os Serviços Secretos Britânicos estivessem intimamente ligados a qualquer Conspiração que ameaçasse a União Americana e pudesse reverter os efeitos da Revolução Americana.
Como Jeffrey Brackeen salienta em «The Seventh Trumpet», a “industrialização, iniciada nos finais de 1700, criou uma procura de novos mercados e mais matérias-primas; ambas as procuras estimularam a rápida expansão do império. Ricos investidores acumularam fortunas ao estabelecerem operações industriais e comerciais de grande escala, levando à emergência de uma influente elite capitalista. Como qualquer elite, os capitalistas usaram a sua fortuna e influência para alargarem os seus interesses como puderam.”
O insucesso do Essex Junto não invalida o facto de, há 200 anos, uma poderosa elite ter conspirado para mudar o curso da História de uma nação para alargar os seus próprios interesses comerciais. É, de algum modo, mais fácil acreditar na existência de tais cabalas secretas quando elas já passaram à História, mas é muito mais difícil admitirmos (ou provarmos) que isto ainda acontece, mas agora a uma escala mundial.
Fonte: Livro: «O Manual das Sociedades Secretas» de Michael Bradley