Acabar com o euro, acabar com a UE e acabar com as medidas de austeridade

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Acabar com o euro, acabar com a UE e acabar com as medidas de austeridade
Acabar com o euro, acabar com a UE e acabar com as medidas de austeridade

Caixas de aposentação

Você pode poupar dinheiro durante a sua vida para a sua reforma, mas aquilo que poderá fazer dependerá em grande medida da situação que houver quando chegar esse momento. Já antes de 1980 era claro que por volta de 2015 devia chegar uma enorme vaga grisalha com pessoas de 65 anos e mais, face à qual haveria uma população activa cada vez mais reduzida. As caixas de aposentação deram a entender aos seus contribuintes a falsa ideia de que disporiam de uma pensão com valor garantido, algo que nunca deveriam ter prometido diante desta situação previsível. Para as gerações anteriores de reformados a situação era muito diferente. Graças a uma relação muito favorável entre poucos reformados e uma grande população activa, as reformas podiam, por assim dizer, ser pagas directamente pelas contribuições da população activa. Estes tempos estão ultrapassados.

As caixas de aposentação complementar geralmente investiram uma parte das contribuições pagas em obrigações do Estado. Consequentemente, de facto, uma parte das reformas já é paga neste momento pelos nossos impostos. Uma outra parte provém dos investimentos no estrangeiro. Dito de outra forma, dos lucros de empresas no estrangeiro. Dito ainda de outro modo, do facto de que trabalhadores algures no globo executam uma parte do seu trabalho para pagar as nossas reformas. Portanto, uma espécie de colonialismo financeiro.

Pessoalmente, eu preferiria que tomássemos cuidado de nós mesmos e cuidássemos nós próprios das nossas pessoas idosas. Na minha opinião, há muitas possibilidades para isso, se dirigirmos rumo à sustentabilidade e cooperação, ao invés da competição e dos ganhos financeiros.

Fluxo de dinheiro entre o Ministério das Finanças e a população

Sistema de dinheiro menos caro

O sistema de dinheiro do Estado pode funcionar de modo bem mais barato que o sistema de dinheiro privado que temos hoje. Em primeiro lugar, todos os juros revertem para a caixa do Estado e beneficiam assim a colectividade. Os juros poderão permanecer mais baixos, uma vez que o banco do Estado não tem necessidade de ganhar lucro (nada de grandes salários para os financial boys, nada de bónus, nada de construção onerosa de capitais).

O banco do Estado não tem necessidade de um capital próprio, uma vez que o dinheiro pertence à colectividade. De facto, somos todos nós que garantimos o valor do nosso dinheiro. Os incumprimentos de pagamento poderão ser tratados da mesma maneira que as dívidas fiscais.

Dinheiro permanente

Actualmente todo o dinheiro em circulação consiste de empréstimos em curso, que deverão ser substituídos regularmente e frequentemente. Entretanto, para diminuir as necessidades de empréstimos, o banco de Estado poderá deixar permanentemente em circulação uma parte do dinheiro total (isto deveria ser acompanhado por medidas fiscais apropriadas). No novo sistema, o governo pode muito facilmente realizar este fundo de dinheiro permanente fazendo despesas numerosas (= por dinheiro em circulação) sem cobrar os impostos correspondentes.

Inflação

Em si mesmo, o sistema de dinheiro do Estado não experimenta necessidade de inflação. Ele pode continuar a funcionar perfeitamente mesmo em períodos de deflação. Os tomadores de empréstimos não terão mais a vantagem relativa da diminuição de valor dos seus reembolsos. Em contrapartida, as despesas com juros poderão ser mais baixas e para investimentos democraticamente desejados elas poderão ser suprimidas na totalidade (e se as taxas de juro baixas causassem problemas no contexto internacional, o encargo dos juros poderia ser compensado fiscalmente, totalmente ou parcialmente).

Dívidas de Estado

A dívida do Estado (dívida pública) actual foi causada por despesas do governo para as quais os impostos não haviam sido arrecadados previamente. A dívida do Estado pode ser suprimida tão logo quanto possível com a moeda do Estado recém criada. Isso trava os pagamentos dos juros. Em seguida, o conceito de dívida do Estado poderá ser lançado no caixote de lixo uma vez que o Estado, em caso de necessidade, poderá dirigir-se ao seu próprio banco. Para as ultrapassagens do orçamento, os casos permitidos e os limites poderão ser descritos, assim como as condições para excepções, para o que podemos pensar numa maioria parlamentar necessária de dois terços. As regras poderão ser ancoradas na constituição.

Influência democrática

A menor influência dos banqueiros sobre a forma da nossa Sociedade dará lugar a mais influência democrática. Isso proporcionará a possibilidade de encetar a transição para uma Sociedade duradoura. O esclarecimento, o interesse e a concertação da população serão de grande importância para realizá-la. Para isso, melhorias das estruturas democráticas poderão ser necessárias.

Europa

A União Europeia oferece a cada dia mais facilidade para o comércio internacional. Mas será que agora o preço não se torna demasiado elevado? Será que queremos trocar as nossas democracias soberanas pela governação ditatorial da Comissão Europeia, que quer cortar até ao osso todas as nossas conquistas e transformar a nossa Sociedade em terrenos de jogos financeiros? Pessoalmente, penso que tais facilidades são pagas demasiado caro.

Por outro lado, a cooperação com os nossos parceiros europeus não será travada quando deixarmos a UE. A cooperação verdadeira é baseada no comércio, na industria e sobretudo o que serve interesses mútuos.

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