Não muito longe do mar, nos contrafortes andinos do Peru, jazem os restos da antiquíssima cidade de Nazca. O Vale do Talpa estende-se por uma faixa de terra plana, com cerca de 60km de comprimento por quase 2 de largura, e é semeada de fragmentos rochosos de um ferrugíneo colorido. Os nativos dão a essa região o nome de “pampa“, embora não exista ali qualquer espécie de vegetação. Quem voa sobre a área pode observar imensas linhas traçadas geometricamente no solo. Umas correm paralelas entre si; outras cruzam-se, ou são rodeadas por grandes áreas trapeziformes.
Dizem os arqueólogos que se trata de estradas dos incas. Uma ideia absurda! Que uso poderiam ter, para os incas, estradas que seguem paralelas, ou entrecruzam-se repetidamente? Que correm numa determinada planície, mas terminam abruptamente, em ambas as direcções?
Naturalmente, encontram-se aí também cerâmicas e produtos de olaria. Mas, ligar à cultura de Nazca, somente por essa razão, sem ligar àquelas linhas geometricamente coordenadas, é querer simplificar demais as coisas.
Nenhuma escavação séria foi efectuada nesse sítio até 1952. Ainda não se estabeleceu uma cronologia para todos os restos ali encontrados. Só recentemente foram medidas as linhas e figuras geométricas. Os resultados sugerem a hipótese de que todo o traçado obedece a planos astronómicos. O Professor Alden Mason, especialista em antiguidades peruanas, suspeita que são símbolos de uma espécie de religião ou, talvez, um calendário. Vista do ar, a faixa de 60km de extensão da planície de Nazca deu, pelo menos a mim, a claríssima impressão de um vasto campo de pouso.
Será esta ideia por demais avançada?
A meu ver, poderiam ter sido transferidas para aquela escala descomunal a partir de um pequeno modelo e usando-se um sistema de coordenadas. Ou poderiam ter sido feitas de acordo com instruções elaboradas e transmitidas por alguém que estivesse numa aeronave. Ainda não é possível afirmar que a planície de Nazca tenha sido um campo de pouso em qualquer época. Se aí se usou ferro, dele já nada restará. Mas, se a maioria dos metais corroem-se em poucos anos, o mesmo não acontece com o solo rochoso. Que há de errado em lembrar a possibilidade de que as linhas tenham sido traçadas para dizer aos “deuses”: “Pousai aqui! Tudo foi preparado como vós ordenastes”?
Os construtores das figuras geométricas talvez não tivessem a menor ideia do que estavam a fazer. Mas talvez soubessem, perfeitamente bem, do que precisavam os “deuses” para aterrar.
Desenhos enormes, claramente dispostos como sinais a serem vistos por um ser a voar a grande altura, foram encontrados nas encostas alcantiladas de montanhas, em muitos pontos do Peru. Que outra finalidade poderiam ter tido esses sinais?
Para sermos honestos, devemos confessar que estamos a tactear na escuridão para explicar estas coisas. Elas não podem ser apropriadamente inseridas nos dogmas que conhecemos. Isso, porém, não implica que os académicos tenham grande dificuldade em tratar devidamente o assunto, até que se encaixe no mosaico do pensamento arqueológico actualmente em voga.
Mas, que terá levado os primitivos habitantes de Nazca a escavarem aquelas linhas, a delimitarem aquelas pistas de pouso, ao longo da planície? Que loucura os teria impelido a entalhar sinais de 250 metros em altos e empinados rochedos vermelhos ao sul de Lima?
Essas empreitadas teriam levado decénios a ser ultimadas, sem o uso de maquinaria e acessórios só hoje disponíveis. E a tarefa teria integralmente sido despida de qualquer sentido se o resultado de tanto esforço não tivesse a finalidade de assegurar um balizamento seguro e indestrutível para seres que descessem de grande altura àquelas paragens. A pergunta mais provocante ainda está para ser respondida: Porque teriam aqueles povos um trabalho tão grande se não soubessem que seres voadores existiam realmente? A identificação de achados já não é um problema a ser resolvido apenas pela arqueologia. Um grupo de cientistas, representando os diferentes campos de pesquisa especializada, poderia certamente levar-nos mais perto da solução desses enigmas. Debates e troca de opiniões fariam surgir pontos de vista elucidantes. O perigo de uma pesquisa desse tipo não chegar a conclusões definitivas reside no fato de que os cientistas não levam a sério a proposição de tais indagações, e, pior do que isso, ridicularizam-nas. Viajantes espaciais nas brumas do remoto passado? Isso é tema inadmissível para cientistas das academias. E quem faz perguntas nesse terreno deveria consultar um psiquiatra.