Thomas Malthus representou o paradigma de uma visão que ignora ou rebaixa os benefícios da industrialização ou do progresso tecnológico. Ernest Gellner afirmou em «Pós-Modernismo, Razão e Religião»: “Previamente, a Humanidade agrária vivia num mundo Malthusiano no qual a escassez de recursos em geral condenava o homem a apertadas formas sociais autoritárias, à dominação por tiranos, primos ou ambos”.
Para ele, a diferença entre as classes sociais era uma consequência inevitável. A pobreza e o sofrimento eram o destino para a grande maioria das pessoas, ou seja, na maneira de pensar de Malthus os futuros insucessos económicos eram destinados a um grande aglomerado da população, e contra isso não havia muito a fazer.
As principais falhas na teoria Malthusiana são:
• Corresponde a uma teoria preconceituosa, onde só é permitido o relacionamento sexual a quem possua dinheiro.
• Malthus não levou em consideração o avanço tecnológico do homem no sector agrícola, como por exemplo: mecanização, irrigação, melhoramento genético e etc.
• A população do planeta afinal não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos acelerou-se graças ao desenvolvimento tecnológico.
A teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a colecta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do comportamento demográfico em uma determinada região, com população predominantemente rural, e as considerou válidas para todo o planeta no transcorrer da história, sem considerar os progressos técnicos advindos da natural evolução humana. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura.
Actualmente
O quadro socio-económico mundial do período após a Segunda Guerra Mundial, marcado por taxas de crescimento demográfico bastante elevadas no Terceiro Mundo, juntamente com a situação de fome e miséria, ressuscitaram as ideias de Malthus. Os neomalthusianos ou alarmistas, temerosos diante desse quadro assustador do Terceiro Mundo, passam a responsabilizar os países subdesenvolvidos e o elevado crescimento demográfico como os culpados pelo sucedido quadro de horror. Para os neomalthusianos a solução estava na implantação de políticas oficiais de controlo de natalidade mediante o emprego de pílulas anticoncepcionais, abortos, laqueamento das trompas, vasectomia, etc. Mas apesar de vários países terem adoptado essas medidas, a situação de fome e miséria continua a existir.