Atlântida: Teoria da Antártida

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Atlântida localizada na Antártida
Atlântida localizada na Antártida

Na década de 1960, o professor Charles Hapgood, tentando entender como ocorreram as eras glaciares, propôs a teoria de que o gelo que se acumula nas calotas polares provocaria um peso suficiente para que o pólo terrestre se deslocasse sobre a superfície da Terra, carregando outro continente para o pólo e causando uma era glaciar nesse local. Segundo essa teoria, uma parte dos Estados Unidos já teria sido o Pólo Norte e a Antártida já se teria localizado mais acima no Oceano Atlântico, entre a Argentina e a África. Valendo-se dessa teoria, o polémico jornalista britânico Graham Hancock propôs que o continente perdido da Atlântida seria, nada mais, do que a Antártida antes do último período glaciar, quando estaria mais acima no Oceano Atlântico, e as cidades atlantes, por sua vez, estariam debaixo de grossa camada de gelo, tornando impossível sua investigação arqueológica. Essa teoria seria reforçada por um mapa, o mapa dos antigos reis dos mares, feito por Piri Reis no Século XVI, baseado em mapas antigos, que revelam um estranho formato para a América do Sul, que seria não a América do Sul, mas sim a Antártida na sua localização não polar. Essa teoria é aceite por alguns, porém não pelos estudiosos actuais, que afirmam que o peso dos pólos não seria suficientemente grande para fazer mover os continentes na superfície da Terra, e, ainda, descobriram que o mapa de Piri Reis é realmente o mapa da América do Sul, porém, tendo como referência a cidade do Cairo, o que deu um formato diferente ao continente. Ainda, fotos de satélite tiradas a partir da cidade do Cairo, comprovaram que o formato da América do Sul, vista do Cairo, é como o mostrado no mapa. Outro problema encontrado com esse mapa é que sem o gelo a Antártida teria um formato diferente do que o mostrado, já que o nível da água subiria e deixaria aquele continente com várias ilhas.

Outros apoiantes e o debate em torno da teoria

A Antártida obteve o seu nome através do grego Anti Aktos, que significa “oposto do Ártico“. Entrou inicialmente no debate acerca da Atlântida em 1923, quando René-Maurice Gattefossé insistia que a Atlântida estava localizada no Atlântico e era culturalmente influenciada por uma civilização ainda mais antiga que existiu na Antártida. No mesmo ano, o francês Dominique Sévriat, publicou um romance cujo pano de fundo era a Atlântida na Antártica.

No entanto, as primeiras sugestões da Antártida como casa da Atlântida parecem ter vindo de um professor chileno, Roberto Rengifo, que também propôs, em 1920, que a Antártica era o berço original do homem moderno até à catastrófica inversão polar que forçou uma migração para as Américas e provavelmente para todo o mundo.

Passou-se quase meio século até que a Antártida fosse novamente promovida como o provável local da Atlântida, por Flávio Barbiero no seu livro [1] publicado em italiano.

Antártida
Antártida

Vinte anos mais tarde, Rand & Rose Flem-Ath, [2] suportados por um bem desenhado site, publicaram uma teoria similar que recebeu exposição a nível mundial num livro em inglês. Subsequentemente, Rand Flem-Ath, foi co-autor com Colin Wilson de um segundo livro [3] que adicionou mais argumentos à teoria. Colin Wilson abandonou, mais recentemente, o seu apoio à teoria da Antártida, quando se deparou com a ideia de que uma guerra entre a Atlântida e Atenas (mencionada por Platão), a 5000 milhas de distância seria insustentável, e agora apoia a hipótese de Robert Sarmast de Chipre como sendo a localização da Atlântida. Andrew Collins é outro escritor que se sentiu inicialmente atraído pela hipótese da Antártida, mas acabou eventualmente por optar por Cuba como sendo a sua localização. Em 2007, David Stewart Jr., um promissor escritor mórmon, ofereceu apoio à teoria de Flem-Ath num artigo no seu site da história das escrituras.

A teoria da Antártida está dependente da aceitação de uma quantidade de aspectos fundamentais, já acesamente debatidos, tais como: o deslocamento da crosta terrestre (através de inversão polar), a data de 10.000 a.C. para a Atlântida, a interpretação do mapa da Piri Reis e a datação de Tiahuanaco de Posnansky.

O falecido Robert Solárion produziu a sua própria teoria de “inversões polares”, como: Deslocamento Axial Polar, que descreveu no seu próprio site.

Um núcleo de gelo, com 3 km de extensão que foi recentemente recuperado da Antártida, revelou um registo contínuo que vai até 740 mil anos atrás. Tal parece indicar que esta região nunca esteve sem cobertura de gelo durante todo esse período, contradizendo a teoria de Flem-Ath da Atlântida de Platão estar situada na Antártida.

Outro autor que alega que a cobertura de gelo da Antártida não tem mais do que 6 mil anos é o arqueólogo australiano Peter “Mungo” Jupp. Ele expandiu as suas ideias num DVD. A sua principal alegação é de que os dados do núcleo de gelo foram mal interpretados por terem sido baseados num falsa assumpção de que há uma camada anual, uma vez que há provas que várias camadas se podem formar a cada ano. Ele não entra directamente no debate sobre a Atlântida mas as suas ideias acabam por suportar a teoria da localização da Atlântida na Antártida.

Dois escritores alemães, Fritz Nestke e Thomas Reimer, também apoiaram a ideia da Atlântida na Antártida, com o seu livro de 1988. [4] Patrick Geryl e Gino Ratinckx previram [6] uma inversão polar catastrófica para 21 de Dezembro de 2012 e estavam certos de que uma anterior inversão polar provocou que a Atlântida acabasse por ficar debaixo de gelo na Antártida.

Apesar de não estar directamente ligado ao debate AntártidaAtlântida, o falecido marinheiro francês Robert Argod ofereceu-nos um livro fascinante [5] que apoia a ideia de que a Polinésia originou-se da Antártida.

O escritor de ficção científica René Barjavel, usou a localização da Atlântida na Antártida no seu romance de 1968: «La Nuit des temps».

Podem ser encontrados argumentos contra a teoria da Atlântida, de Paul V. Heinrich, pela internet.

Pirâmides na Antártida

A notícia que tem vindo a circular pela internet, de terem sido descobertas pirâmides na Antártida, como o Paradigmas noticiou no artigo «Pirâmides na Antártida?», poderá alimentar este debate.

Nova Suábia

Segundo algumas teorias, já apresentadas pelo Paradigmas, os Nazis estariam bastante interessados na Antártida, tendo alegadamente lá construído uma base a qual baptizaram de “Nova Suábia“. Poderão lá ter encontrado algo? Porque terão escolhido esta localização?

NOTAS:

[1] Flavio Barbiero, «Una civiltà sotto ghiaccio» («One Civilisation Under the Ice») (Editrice Nord, Milão, 1974 & 2000)

[2] Rand & Rose Flem-Ath «When the Sky Fell: In Search of Atlantis» (Stoddart, Ontario, 1995)

[3] Rand Flem-Ath & Colin Wilson «The Atlantis Blueprint» (Little, Brown & Co., Londres, 2000)

[4] Fritz Nestke & Thomas Riemer «Atlantis – ein Koninent taucht auf» (Halver, Dortmund, 1989)

[5] Robert Argod «Out of Antarctica» (Periplus Publishing, Londres, 2004)

[6] LIVRO: “A Profecia de Orion” de Patrick Geryl

Fontes: Wikipédia (Pt), Atlântipédia

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