Boaventura de Sousa Santos (Penacova, Quintela, 15 de Novembro de 1940) é doutor em sociologia do direito pela Universidade de Yale, professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Distinguished Legal Scholar da Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick. É também director do Centro de Estudos Sociais e coordenador científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa – ambos da Universidade de Coimbra. Foi fundador e director do Centro de documentação 25 de Abril entre 1985 e 2011.
Participa da coordenação científica dos seguintes Programas de Doutoramento:
- Direito, Justiça e Cidadania no Século XXI;
- Democracia no Século XXI;
- Pós-Colonialismos e Cidadania Global.
Dirige as seguintes colecções:
- Saber imaginar o social;
- A sociedade portuguesa perante os desafios da globalização;
- Reinventar a emancipação social para novos manifestos.
Tem trabalhos publicados sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em espanhol, inglês, italiano, francês e alemão.
É internacionalmente reconhecido como um intelectual importante da área de ciências sociais, e tem especial popularidade no Brasil, onde participou de três edições do Fórum Social Mundial em Porto Alegre.
Os seus escritos dedicam-se ao desenvolvimento de uma Sociologia das Emergências, na qual se procura valorizar as mais variadas gamas de experiências humanas, contrapondo-se a uma “Sociologia das Ausências“, responsável pelo desperdício da experiência – como exposto nos seus livros «Renovar a Teoria Crítica» e «Reinventar a Emancipação Social», que apresenta ideias elaboradas anteriormente em «Um Discurso Sobre as Ciências». A herança contratualista é bem marcada nas suas obras e os seus textos remetem-se à organização de contratos sociais que sejam verdadeiramente capazes de representar valores universais.
Também é poeta, autor do livro «Escrita INKZ: Anti-Manifesto para uma Arte Incapaz».
Uma das suas preocupações é aproximar a Ciência do senso comum, com vista a ampliar o acesso ao conhecimento. Por isso, é acusado por alguns sociólogos ortodoxos de integrar o campo dos que capitularam a uma espécie de demagogia sociológica, como Jacques Rancière, Luc Boltanski e outros. Como afirma em «Um Discurso Sobre as Ciências», a Ciência pós-moderna deve voltar-se ao senso comum e inclusive tornar-se senso comum – sendo decorrentes dessa afirmação, as divergências dos diferentes cientistas.
Defensor da ideia de que os movimentos sociais e cívicos fortes são essenciais ao controlo democrático da Sociedade e ao estabelecimento de formas de democracia participativa, foi inspirador e sócio fundador em 1996 da Associação Cívica Pro Urbe (Coimbra).
A sua trajectória recente é marcada pela proximidade com os movimentos organizadores e participantes do Fórum Social Mundial e pela participação na coordenação de uma obra colectiva de pesquisa denominada «Reinventar a Emancipação Social: Para Novos Manifestos».
Bibliografia:
Fonte: Wikipédia (Pt)