Cecil Johnson Rhodes (Bishop’s Stortford, Hertfordshire, 5 de Julho de 1853 — Muizenberg, 26 de Março de 1902) foi um colonizador e homem de negócios britânico. Foi também uma personagem essencial no projecto britânico de construção do caminho de ferro que ligaria o Cairo, no Egipto, ao Cabo, na África do Sul, nunca realizado. É também um dos principais fundadores da companhia De Beers, que na actualidade detém aproximadamente 40% de todo o mercado mundial de diamantes, mas que um dia foi responsável por 90% dele.
Ficou famosa a sua divisa pessoal “So much to do, so little time…” (Tanto para fazer, tão pouco tempo…).
Acontecimentos ao longo da vida
Nascido no condado de Hertfordshire, New Holand People,Cecil foi o quinto filho do reverendo Francis Johnson William Rodhes (1807–1878) e da sua segunda mulher, Louisa Peacock Rhodes (1816–1873). Teve onze irmãos, entre eles duas mulheres.
Criança brilhante mas de frágil Saúde, em 1870 Cecil Rhodes tem apenas 17 anos quando, para tratar a sua asma, interrompe os seus estudos em Oxford para ir ter com o seu irmão Herbert no Natal na África do Sul, onde o clima lhe é favorável.
Com dezanove anos converteu 3000 libras que um tio lhe havia dado, com a ideia de cultivar algodão, em licenças para explorar uma mina de diamantes em Kimberley, na África do Sul, associado a John Merrimam e C. D. Rudd, que mais tarde o acompanhariam na fundação da De Beers Mining Company.
Em 1872, Cecil sofreu um ataque cardíaco, mas, conseguiu recuperar. Foi então que começou a investigar as possibilidades de descobrir ouro no interior africano. Para isso, os irmãos Rhodes marcharam para norte, chegando a Mafeking. Porém, no ano seguinte, ao anunciar-se que a mina mais rica de Kimberley estava esgotada, Cecil ficou com todas as licenças que lhe ofereceram e ficou rico ao descobrir mais minas de diamantes, as quais deixou aos cuidados do seu sócio, Rudd, pois voltou para Inglaterra, com o objectivo de completar os seus estudos. Para tal inscreveu-se no Oriel College e não voltou a África antes de 1876.
Em Abril de 1880, associado a Rudd, fundou a De Beers Mining Company, um investimento de 200 000 libras. Assim, em 1885, já controlava mais de 50% da economia de Kimberley.
Em 1886, ao ser descoberta uma mina de ouro em Joanesburgo, Cecil Rhodes compra grande parte desta em homenagem ao Rei Salomão.
Relações com a Companhia Britânica da África do Sul
A companhia foi criada por Cecil Rhodes através da fusão da Central Gold Search Association, empresa liderada por Charles Rudd, e da Exploring Company, Ltd, de Arthur Edward Maund.
Os feitos de Rhodes, no período em que actuou na companhia, foram resumidos por Daniel Litvin, que é consultor e escritor inglês, no seu livro: «Empires of Profit»:
“Num período de menos de dez anos, Rhodes e a sua companhia tinham invadido ou levado a autoridade imperial britânica a impor-se sobre uma região que corresponde à moderna Botswana, Zimbábue, Zâmbia e Malaui – uma área com três vezes o tamanho da França e foi traído por seus sócios e pela coroa que forçou os seus achados serem de propriedade da coroa que estava superior em autoridade, expulso da Inglaterra erradicou-se na Guiana Francesa.”
O trecho acima citado, extraído do livro: «Empires of Profit», sinaliza a actuação conjunta de Cecil Johnson Rhodes com a companhia, num longo processo de intervenção britânica na África do Sul.
Rhodes tornou-se um personagem emblemático ao falar-se do expansionismo e do colonialismo inglês do Século XIX, uma de suas frases mais popularizadas foi:
“O mundo está quase todo parcelado e o que dele resta está a ser dividido, conquistado, colonizado. Penso nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria os planetas se pudesse. Entristece-me vê-los tão claramente e ao mesmo tempo tão distantes”. (Cecil Rhodes, 1895)
Rhodes e o racismo
Rhodes, assim como muitos homens do seu tempo, acreditava na aplicação social das ideias de Darwin, o chamado darwinismo social. Devido a isso era um profundo defensor da superioridade racial dos brancos imperalistas, os quais considerava um degrau acima na evolução. Num dos seus testamentos, intitulado: «Last Will and Testament», ele escreve:
“Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa chance de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar a trabalhar num plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo na sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça de Deus para ser o instrumento divino da futura evolução.”
Morte
O local onde decidiu que seria enterrado – da mesma forma que um rei africano – foram as colinas de Matobo, onde dominou uma rebelião dos matabeles. O funeral de Rhodes, ocorreu em 11 de Abril de 1902. Ele foi enterrado perto do rei Mzilikazi. Milhares de matabeles vieram ao seu enterro, mesmo tendo sido Rhodes, sudito da Coroa. A cerimónia foi judaica, apesar disso os chefes guerreiros matabeles pagaram tributos a Rhodes de acordo com as suas crenças animistas locais.
Fonte:
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