BIOGRAFIA: Martin Luther King Jr.

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Martin Luther King Jr.
Martin Luther King Jr.

Martin Luther King, Jr. (Atlanta, 15 de Janeiro de 1929Memphis, 4 de Abril de 1968) foi um pastor protestante e activista político norte-americano. Tornou-se num dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.

Sendo ministro Baptista, King tornou-se um activista dos direitos civis no início da sua carreira. Ele liderou em 1955 o boicote aos autocarros de Montgomery e ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã do Sul (SCLC), em 1957, servindo como seu primeiro presidente. Os seus esforços levaram à marcha sobre Washington de 1963, onde fez o seu famoso discurso “I Have a Dream“.

Em 14 de Outubro de 1964, King recebeu o Prémio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial através da não-violência. Nos anos que antecederam a sua morte, ele expandiu o seu foco para incluir a pobreza e a Guerra do Vietname, alienando muitos dos seus aliados liberais com um discurso de 1967 intitulado “Além do Vietname“.

King foi assassinado em 4 de Abril de 1968, em Memphis, Tennessee. Ele recebeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977 e Medalha de Ouro do Congresso em 2004; O Dia de Martin Luther King, Jr. foi estabelecido como feriado federal dos Estados Unidos em 1986. Centenas de ruas nos EUA também foram renomeadas em sua homenagem.

Inicio de vida e educação

Martin Luther King, Jr. nasceu em 15 de Janeiro de 1929, em Atlanta, Geórgia. Filho de Martin Luther King, Sr. e de Alberta Williams King. O seu nome legal ao nascer era “Michael King“; O seu pai, que alterou o seu nome de Michael para Martin Luther, afirmou mais tarde que o nome de Michael foi registado incorrectamente. Martin, Jr. era o filho do meio entre a irmã mais velha, Willie Christine King, e um irmão mais novo, Alfred Daniel Williams King. Cantou com o coro da igreja em Atlanta na estreia do filme «E Tudo o Vento Levou». No entanto, mais tarde ele concluiu que a Bíblia tem “muitas verdades profundas a que não se pode escapar” e decidiu entrar para o seminário.

King era originalmente céptico em relação a muitas das reivindicações do cristianismo. O mais impressionante foi, talvez, a sua negação inicial da ressurreição corporal de Jesus durante a Escola Dominical com treze anos de idade. A partir deste ponto, declarou: “as dúvidas começaram a brotar inexoravelmente”.

Activismo político

Em 1955, Rosa Parks, uma mulher negra, negou-se a ceder o seu lugar a uma mulher branca, num autocarro e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos autocarros de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor nos transportes públicos. Durante a campanha de um ano e dezasseis dias, co-liderada por Martin Luther King, foram perpetradas muitas ameaças  contra a sua vida, foi preso e viu a sua casa ser atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a discriminação racial nos transportes públicos.

Depois dessa batalha, Martin Luther King participou da fundação da Conferência de Liderança Cristã do Sul (CLCS, ou em inglês, SCLC, Southern Christian Leadership Conference), em 1957. A SCLC deveria organizar o activismo em torno da questão dos direitos civis. King manteve-se à frente da SCLC até à sua morte, o que foi criticado pelo mais democrático e radical Comité Não-Violento de Coordenação Estudantil (CNVCE, ou em inglês, SNCC, Student Nonviolent Coordinating Committee). O SCLC era composto principalmente por comunidades negras ligadas a igrejas batistas. King era seguidor das ideias de desobediência civil não violenta preconizadas por Mohandas Gandhi (líder político indiano também conhecido como Mahatma Gandhi) e aplicava essas ideias nos protestos organizados pelo SCLC. King previu acertadamente que manifestações organizadas e não violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos Estados Unidos, atacadas de modo violento por autoridades racistas e com ampla cobertura da Imprensa, iriam criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis; essa foi a acção fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis o principal assunto político nos Estados Unidos a partir do começo da década de 1960.

Martin Luther King Jr. na marcha de Washington
Martin Luther King Jr. na marcha de Washington

King organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei norte-americana com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965).

King e o SCLC escolheram com grande acerto os princípios do protesto não violento, ainda que como meio de provocar e irritar as autoridades racistas dos locais onde se davam os protestos – invariavelmente estes últimos retaliavam de forma violenta. O SCLC também participou dos protestos em Albany (Alabama) (19611962), que não tiveram sucesso devido a divisões no seio da comunidade negra e também pela reacção prudente das autoridades locais; a seguir, participou das manifestações em Birmingham (1963) e do protesto em St. Augustine, na Flórida (1964). King, o SCLC e o SNCC uniram forças em Dezembro de 1964, na manifestação ocorrida na cidade de Selma (Alabama).

Em 14 de Outubro de 1964, King tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua nação e à sua liderança na resistência não violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.

Com colaboração parcial do SNCC, King e o SCLC tentaram organizar uma marcha desde Selma até à capital do Alabama, Montgomery, a ter início dia 25 de Março de 1965. Já haviam ocorrido duas tentativas de promover esta marcha, a primeira em 7 e a segunda a 9 de Março.

Na primeira, marcharam 525 pessoas por apenas seis blocos; a intervenção violenta da polícia interrompeu a marcha. As imagens da violência foram transmitidas para todo o país e o dia ganhou o apelido de Domingo Sangrento. King não participou nessa marcha: encontrava-se em negociações com o presidente norte-americano e não deu a sua aprovação para a marcha tão precoce.

A segunda marcha foi interrompida por King nas proximidades da ponte Pettus, nos arredores de Selma, uma acção que parece ter sido negociada antecipadamente com líderes das cidades seguintes. Esse acto causou surpresa e indignação em muitos activistas locais.

A marcha, finalmente, completou-se na terceira tentativa (25 de Março de 1965), com a permissão e apoio do presidente Lyndon Johnson. Foi durante esta marcha que Stokely Carmichael (futuro líder dos Panteras Negras) criou a expressão “Black Power” (“Poder Negro“).

Antes, em 1963, King foi um dos organizadores da marcha em Washington, que, inicialmente, deveria ser uma marcha de protesto, mas, depois de discussões com o então presidente John F. Kennedy, acabou por se tornar quase que uma celebração das conquistas do movimento negro (e do governo) – o que irritou bastante activistas mais radicais e menos ingénuos.

A partir de 1965, o líder negro passou a duvidar das intenções norte-americanas na Guerra do Vietname. Em Fevereiro e, novamente, em Abril de 1967, King teceu duras críticas ao papel que os Estados Unidos desempenhavam na guerra. Em 1968, King e o SCLC organizaram uma campanha pela justiça sócio-económica, contra a pobreza (a “Campanha dos Pobres“), que tinha por objectivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.

Também deve ser destacado o impacto que King teve nos espectáculos de entretenimento popular. Ele conversou com a actriz negra da série Star Trek original, Nichelle Nichols, quando ela ameaçava sair do programa. Nichelle acreditava que o papel não estava a ajudar em nada a sua carreira e que o estúdio a tratava mal, mas King convenceu-a de que era importante para o negro ter um representante num dos programas mais populares da televisão.

Morte

Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou no seu assassinato no dia 4 de Abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas, anos depois, repudiou a sua confissão. Encontra-se sepultado no Centro Martin Luther King Jr., Atlanta, Fulton County, Geórgia nos Estados Unidos. A viúva de King, Coretta Scott King, juntamente com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100.000 dólares pelo assassinato de King.

Em 1986, foi estabelecido um feriado nacional nos Estados Unidos para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King – sempre na terceira Segunda-Feira do mês de Janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.

Fonte:

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