BIOGRAFIA: Osho [Bhagwan Shree Rajneesh]

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Osho (Bhagwan Shree Rajneesh)
Osho (Bhagwan Shree Rajneesh)

Rajneesh Chandra Mohan Jain (रजनीश चन्द्र मोहन जैन) (Índia, 11 de Dezembro de 193119 de Janeiro de 1990) é o fundador de um movimento filosófico-místico, primeiro na sua terra natal e mais tarde nos Estados Unidos. Não se intitulava filósofo, mas sim um místico. Durante a década de 1970 foi conhecido pelo nome de Bhagwan Shree Rajneesh e mais tarde como Osho. Osho é um renunciante, ou seja, dedicou sua vida a disseminar a sua experiência da verdade, sendo mantido pelos seus discípulos (chamados sannyasins).

Para os seus discípulos, os seus ensinamentos levam à realização da liberdade pessoal, através da percepção individual das amarras aprisionadoras das tradições e das autoridades estabelecidas. Embora Osho nunca tenha escrito nenhum livro, foram criados 650 títulos de transcrições das suas palestras e discuros, que têm sido publicados, actualmente para 57 idiomas, livros que até à actualidade têm feito muito sucesso em muitos países, inclusive Portugal e Brasil, este último que possui um activo grupo de discípulos, de amantes e de simpatizantes, espalhados em muitos dos grandes centros e em algumas comunidades mais afastadas. Alguns dos discípulos exercem algum tipo de actividade terapêutica alternativa e divulgam as suas principais meditações, como as chamadas Meditação Dinâmica de Osho e Meditação Kundalini de Osho que são marcas registadas, protegidas por direitos autorais. Alguns leigos dizem tratar-se de um exercício aeróbico que promove embriaguez por hiperventilação. As pessoas que já têm experiência pessoal nessas técnicas, afirmam que a hiperventilação, a catarse consciente e os movimentos intensos e danças lúdicas não causam nenhuma embriaguez, porque é só oxigénio em mais quantidade e libertação emocional consciente que trazem muita disposição física durante todo o dia para cuidar das actividades da vida.

Nos EUA, Osho recebeu 35 acusações, sendo todas foram retiradas ou consideradas infundadas com o tempo. Foi preso sem um mandato de prisão e sem provas conclusivas. Passou por dez dias “desaparecido” nas mãos das autoridades americanas, alegando ter sido envenenado com tálio, enquanto esteve preso, tendo sido essa uma das causas da sua morte (envenenamento que conduz a uma deterioração e morte lenta).

Representando sempre uma ameaça às tradições religiosas e políticas, foi impedido de entrar em vários países. Foi expulso da Grécia, impedido preventivamente pelo parlamento alemão de entrar no país mesmo sem nunca ter pedido visto de entrada, nem demonstrado interesse nisso, e só conseguiu aterrar o seu avião na Inglaterra porque o seu piloto alegou ter um doente a bordo.

É ainda uma figura extremamente polémica, em boa parte, porque ele próprio raramente procurava apaziguar ou evitar conflitos. Nunca foi um moralista, enfatizando sempre a consciência individual e a responsabilidade de cada um por si mesmo.

Osho
Osho

Osho nasceu em Kuchwada, Madhya Pradesh, Índia, em 11 de Dezembro de 1931. Filho mais velho de um modesto mercador de tecidos, passou os sete primeiros anos da sua infância com os seus avôs, que lhe davam absoluta liberdade para fazer o que bem quisesse, apoiando as suas precoces e intensas investigações sobre a verdade da vida. Desde cedo foi um espírito rebelde e independente, desafiando os dogmas religiosos, sociais e políticos, e insistindo em buscar a verdade por si mesmo, ao invés de adquirir conhecimentos e crenças impingidos por outros.

A sua intensa busca espiritual chegou a afectar a sua Saúde ao ponto dos seus pais e amigos recearem que ele não vivesse por muito tempo. Após a morte do avô, Osho foi viver com os seus pais em Gadawara. A sua avó mudou-se para a mesma cidade, permanecendo como a sua mais dedicada amiga até falecer em 1970, tendo se declarado discípula do neto.

Aos 21 anos de idade, no dia 21 de Março de 1953, Osho alegou ter alcançado a “iluminação” (estado de consciência livre, também chamado de “Samadhi” no oriente). Este seria o mesmo estado em que viviam Jesus, Buda e outros mestres iluminados. Com a sua iluminação, afirmou que a sua biografia externa terminara. Nessa oportunidade comentou: «Não estou mais na busca, procurando por alguma coisa. A existência abriu todas as suas portas para mim. Nem ao menos posso dizer que pertenço à existência, porque sou simplesmente uma parte dela… Quando uma flor desabrocha, desabrocho com ela. Quando o Sol se levanta, levanto-me com ele. O ego em mim, o qual mantém as pessoas separadas, não está mais presente. O meu corpo é parte da natureza, o meu ser é parte do todo. Não sou uma entidade separada.»

Osho licenciou-se em Filosofia na Universidade de Sagar, com as honras de “primeiro lugar”. Na época de estudante foi campeão nacional de debates na Índia. Em 1966, depois de nove anos limitado pela função de professor de Filosofia na Universidade de Jabalpur, abandonou o cargo e passou a viajar por todo país, dando palestras, desafiando líderes religiosos ortodoxos em debates públicos, desconcertando as crenças tradicionais e chocando o “status quo“.

Em 1968, ainda com o seu primeiro nome espiritual, Bhagwan Shree Rajneesh, estabeleceu-se em Bombaim, onde morou e ensinou por alguns anos. Organizou regularmente “campos de meditação”, onde introduziu a sua revolucionária Meditação Dinâmica. Em 1974 inaugurou o “ashram” de Poona, e a sua influência atinge já o mundo inteiro. Ao mesmo tempo, sua a Saúde ia-se fragilizando seriamente.

Osho recolhia-se cada vez mais à privacidade dos seus aposentos, aparecendo apenas duas vezes por dia nas suas palestras matinais e, à noite, em sessões de aconselhamento e iniciação. Em Maio de 1981, Osho parou de falar e iniciou uma fase de “comunhão silenciosa de coração-a-coração”, enquanto o seu corpo, seriamente doente, com graves problemas de coluna, descansava. Tendo em vista a possibilidade de que fosse necessária uma cirurgia de emergência, Osho foi levado aos Estados Unidos. Os seus discípulos americanos compraram um rancho no deserto do Oregon e convidaram-no a ir para lá, onde se recuperou rapidamente.

Osho
Osho

Em pouco tempo, estabeleceu uma comuna ao seu redor, formando a cidade de Rajneeshpuram. Em Outubro de 1984, Osho voltou a falar a pequenos grupos e, em Julho de 1985, reiniciava os seus discursos a milhares de buscadores, todas as manhãs.

Em Setembro de 1985, a secretária pessoal de Osho deixou a comuna, repentinamente, seguida por vários membros da administração, vindo com isso à luz todo um conjunto de actos ilegais cometidos por esse grupo. Osho convidou as autoridades americanas para que procedessem a todas as investigações necessárias. Tirando proveito dessa oportunidade, as autoridades aceleraram a sua luta contra a comuna.

Em 29 de Outubro de 1985, Osho foi preso em Charlotte, Carolina do Norte, sem um mandado de prisão. A sua viagem de volta ao Oregon, onde seria julgado – normalmente um voo de cinco horas – demorou oito dias. Por alguns dias ninguém soube do seu paradeiro. Em meados de Novembro, os seus advogados aconselharam-no a confessar-se culpado por duas das trinta e quatro “violações de imigração” das quais era acusado, para evitar que a sua vida corresse maiores riscos nas garras do sistema jurídico americano. Osho concordou. Foi multado e obrigado a deixar os Estados Unidos, com retorno proibido pelos próximos cinco anos.

Deixando o país no mesmo dia, Osho voou para a Índia, onde permaneceu em repouso nos Himalaias. Uma semana mais tarde, a comuna do Oregon resolveu dispersar-se. Nessa época, Osho enfrentou uma verdadeira “via crucis” para poder fixar-se num lugar, pois onde quer que tentasse estabelecer-se, via a sua permanência negada pelas autoridades, por visível influência do governo norte-americano. Ao todo, vinte e um países expulsaram-no ou negaram o visto de entrada.

Em Julho de 1986, Osho voltou a Bombaim, na Índia, onde ficou hospedado por seis meses na casa de um amigo indiano. Na privacidade da casa do seu anfitrião, retornou aos seus discursos diários.

Em Janeiro de 1987, mudou-se para o seu “ashram” em Poona, onde vivera a maior parte dos anos 70. Imediatamente após a sua chegada, o chefe da polícia de Poona ordenou-lhe que deixasse a cidade, sob a alegação de que era uma “pessoa controversa” e que poderia “perturbar a tranquilidade da cidade”. Tal ordem foi revogada no mesmo dia pela Suprema Corte de Bombaim.

Osho faleceu em 19 de Janeiro de 1990. Algumas semanas antes dessa data, foi-lhe perguntado o que aconteceria com o seu trabalho quando ele partisse. Ele disse: “A minha confiança na existência é absoluta. Se houver alguma verdade naquilo que estou a fazer, isso irá sobreviver… As pessoas que permanecerem interessadas no meu trabalho irão simplesmente carregar a tocha, mas sem impor nada a ninguém…”

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