Como para as pistas de Nazca, só o irracional pode dar uma explicação ao que não pertence ao nosso universo de razão. É preciso imaginar construtores dos tempos antigos, animados por pensamentos cujo mecanismo, muito diferente do nosso, misturava estreitamente as contingências do nosso mundo às de um outro mundo sobrenatural.
Na mitologia dos Celtas, vê-se este maravilhoso psíquico e intelectual nos castelos perigosos, nas paredes que se abrem e fecham para deixar entrar o herói num universo regido por dimensões desconhecidas, onde o espaço-tempo não têm qualquer medida comum com o da nossa Ciência.
É por esta razão que pensamos que as escadarias de Ceilão devem ter sido talhadas para servir as personagens ou entidades de um mundo do Além, para fantasmas, deuses, ou para os seres estranhos e estrangeiros, que sabem ladear os precipícios, passar através das portas de rocha… que conhecem a rede que faz comunicar os outros universos com o nosso.
Nesta hipótese, as portas desenhadas, esboçadas em paredes de rocha, «abrem» para um país encantado, proibido aos humanos, salvo se, por graça excepcional, tiverem sido convidados a lá entrar.
Em França, encontramos dessas portas na Dordonha; no Peru, vimos escadas largas e bem trabalhadas parar diante da montanha ou, nalguns casos, no topo de blocos cuja altura não ultrapassava um metro.
Em Petra, na montanha de Hor, na fronteira ocidental da actual Jordânia, abre-se uma autêntica cidade sobre um circo. [1]
No Sul de Arequipa, no Peru, o rochedo de Ylo tem uma inscrição que dá uma chave mágica: «A porta da entrada secreta do socoban (túnel), que leva aos mistérios e ao ouro do mundo antigo perdido, está atrás de um dos três cumes e protegida por emanações mortais.»
É incontestável que os homens do nosso século já não possuem a Psicologia do maravilhoso, que outrora permitia acreditar num outro universo paralelo, dessa natureza.
É talvez ao segredo perdido dos Antigos, perdido com a palavra, ao elixir de iniciação e à faculdade de entrar no mundo em igualdade de plano que agora damos o nome de sobrenatural, com o sentido de impossível e de mítico.
Em certas rochas do Ceilão, em Sigirya, as «escadas», quando sobem por encostas a pique, não passam de ranhuras, como varões de escada, mas talhadas bem fundo.
Os rochedos com escadas estão, por vezes, salpicados de buracos quadrados de quinze por quinze centímetros, dispostos como escadas de um tabuleiro de xadrez.
Também aqui o espírito racional não consegue encontrar uma explicação, mas está fora de dúvida que estes curiosos trabalhos pertencem a uma civilização antiga, cujo rasto desapareceu na bruma dos tempos e da indiferença.
A foto que apresentamos (clique em cima para ampliar) refere-se a uma civilização enigmática que no Ceilão escavou degraus que levam não se sabe onde, algumas delas com ângulos de escalada impossíveis, como na rocha apresentada na imagem.
Este tema já foi tratado no artigo «Escadarias misteriosas».
NOTA:
[1] Le Livre des Mondes Oubliés, cap. VII: «Civilisations Mysterieuses», ed. Robert Laffont, Paris.
we are every day happy.