Ninguém sabia o seu nome verdadeiro. Costumava autodenominar-se Cheiro, o Grande (Cheiro, the Great), e quando chegou à cidade de Nova York, vindo de Londres, em 1893, já se estabelecera como o mais famoso e mais bem pago vidente do mundo.
Na verdade, chamava-se William John Warner.
Vários anos antes, Cheiro, o Grande, chegara às manchetes dos jornais ingleses ao descobrir a identidade de um assassino após estudar a impressão digital manchada de sangue numa parede encardida. Agora, os cépticos jornalistas nova-iorquinos exigiam-lhe provas das aptidões. Eles convidaram-no a olhar para treze impressões digitais diferentes e descrever em seguida a identidade dos seus portadores.
Em menos de 10 minutos, Cheiro, o Grande, descreveu correctamente os autores de doze impressões, inclusive a da famosa artista Lillian Russell, a quem identificou correctamente como criatura com grande talento e ambição, mas também com enorme carga de infelicidade.
Contudo, o que tinha ele a dizer sobre a décima terceira impressão digital? Por que hesitara antes de identificá-la?
Finalmente, o vidente explicou:
– Recuso-me a identificar essa impressão para qualquer outra pessoa, a não ser para a própria – declarou ele -, porque é a marca de um assassino. Ele irá revelar-se através de confissão e morrerá na prisão.
A décima terceira impressão digital era do Dr. Henry Meyer, que se encontrava então na prisão de Tombs, acusado de assassinato. Meyer foi condenado e morreu alguns meses mais tarde, numa instituição para pessoas criminalmente insanas.
Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz