Durante o período compreendido entre 15 de Fevereiro e 12 de Abril de 1972 o então DCI Richard Helms autorizou uma operação clandestina de vigilância que seria baptizada com o nome CELOTEX II. A operação tinha como objectivo vigiar os movimentos e possíveis ligações de um famoso jornalista de Washington. O alvo seria Jack Anderson, do Washington Post. A operação CELOTEX II seria efectuada por agentes da CIA, com coordenação do Departamento de Segurança da CIA.
Anderson, nascido em 1922, ganhara a sua fama de jornalista politicamente comprometido e “desordeiro” em finais da década de 1940, quando juntou forças com Drew Pearson do Washington Post. Por ironia, Anderson conseguiu o posto graças a J. Edgar Hoover. O poderoso director do FBI informou Anderson de que o ajudante de Pearson, Andrew Older, era comunista e estava sob investigação do FBI. Uma semana depois Older seria despedido do jornal sem motivo evidente e Anderson passaria a ocupar o seu posto. O que Anderson não sabia era que Hoover tinha um dossiê sobre Drew Pearson de quase quatro mil páginas.
Pouco a pouco o jornalista começou a estabelecer contactos estreitos com o senador Joseph McCarthy, a quem passava informação sobre os contactos de Pearson sem que este último se apercebesse. A maior parte dos relatórios continham informações não comprovadas sobre as vidas privadas, as amizades, as relações extramatrimoniais, as dependências do jogo, do álcool, das drogas ou solicitação de prostitutas e coisas do género, mas McCarthy e a sua Comissão de Actividades Antiamericanas usariam essas informações contra as pessoas que apareciam nos relatórios.
Em 1969, Pearson faleceu e a famosa coluna no jornal ficou nas mãos de Jack Anderson. Com o passar dos meses Anderson começou a perder apoios entre o círculo estreito de McCarthy, até que por fim as portas se fecharam quando Anderson publicou uma história onde garantia que o secretário privado de McCarthy utilizara como escolta agentes do FBI durante uma viagem privada ao Havai.
Em 1951, depois de Jack Anderson e Drew Pearson tornarem pública a utilização de agentes do FBI em assuntos da Comissão de Actividades Antiamericanas, J. Edgar Hoover decidiu que tanto Anderson como Pearson fariam parte da sua famosa lista de “não contacto”. Se alguém entrasse nessa lista, as portas do FBI, de um ponto de vista de fonte de informação, ficavam fechadas para sempre. Ter o nome naquela lista implicava não poder sequer aproximar-se do quartel-general do FBI e muito menos tentar contactar algum dos seus agentes. Se um agente ou funcionário do FBI era visto a contactar com um “não contacto”, era imediatamente enviado ao gabinete de Hoover e despedido de forma fulminante.
Depois de vários anos de ostracismo, o colunista voltou a ganhar a confiança de Hoover. O director do FBI recebeu-o de braços abertos quando este tocou à sua porta em atitude humilde, mas esta amizade recuperada ver-se-ia novamente abalada quando Anderson começou a atacar na sua coluna o senador Thomas Dodd, antigo agente do FBI a quem os jornalistas acusavam de ser “os ouvidos de J. Edgar Hoover no Congresso e no Senado“. A Guerra entre o jornalista e Hoover voltara a estalar.
Edgar Hoover deu ordens aos seus agentes, com a estreita colaboração de Lawrence O’Brien, responsável máximo do serviço postal dos EUA, para desviarem o correio de Anderson para os escritórios do FBI para que pudesse ser copiado. Em Dezembro de 1968 o colunista contra-atacou, mediante um artigo na revista True. No primeiro parágrafo Anderson escrevia: “Os Estados Unidos estão a testemunhar os últimos dias de J. Edgar Hoover.” A meio do artigo descrevia como o “santo” (sic) Hoover se dedicara nos últimos quarenta anos a difundir notícias de Imprensa, muitas delas falsas, para lhe tirar do caminho personagens que fossem incómodas, para ele, para a sua carreira ou para a imagem do FBI, sem mencionar que eles mesmos, Jack Anderson e Drew Pearson, tinham feito parte disso.
Nos começos da década de 1970, Jack Anderson continuou a ser vigiado pelo FBI, até que se associaram à tarefa efectivos da CIA e dos serviços secretos militares. Anderson, em vez de reduzir a pressão sobre Hoover, decidiu atacar com mais força e começou a publicar uma série de artigos e reportagens sobre a vida privada do chefe do FBI. “Se ele [J. Edgar Hoover] podia espiar os norte-americanos, nós [os jornalistas] podíamos espiá-lo a ele”, diria Anderson. Num dos artigos entrevistou os vizinhos de Hoover, para que lhe dessem a opinião sobre o director do FBI. Anderson apenas publicou as opiniões negativas. Noutro artigo, um jovem disfarçado com um bigode postiço atravessava a rua em plena noite e roubava os sacos de lixo da casa de Hoover. O ladrão era Charles Elliot, um estagiário do Washington Post que trabalhava às ordens de Jack Anderson.
A verdade é que não encontraram nada comprometedor no lixo de Hoover, mas descobriram que o poderoso director do FBI era apreciador do uísque Black Labei e de Coca-Cola. Também descobriram que Hoover usava Gelusil, um xarope para facilitar a digestão, e Ultra, uma famosa pasta de dentes. Numa terceira coluna, Jack Anderson publicou a ementa de Hoover: sopa de caranguejo, espargos, almôndegas, gelado de menta e morangos e massa italiana. Noutro texto, o jornalista revelou que vários milionários pagavam as férias do director do FBI ou que este consultava o doutor Marshall Ruffin, um famoso psiquiatra que atendia gente poderosa de Washington. Hoover temia que Anderson descobrisse o maior segredo que revelara a Ruffin: a sua homossexualidade.
Em 1972 Jack Anderson ganharia o Prémio Pulitzer pela cobertura dos escândalos de Washington durante a administração de Nixon, mas o presidente não estava disposto a deixar Anderson em paz.
Em Dezembro de 1971 a Guerra que estalara no Bangladesh entre as forças paquistanesas e indianas era notícia de destaque de todos os Meios de Comunicação. Num belo dia, um agente nativo da CIA informou Langley que a Índia se preparava para lançar um ataque em grande escala sobre a zona ocidental do Paquistão. A 7 de Dezembro Henry Kissinger inquiriu Richard Helms sobre essa possibilidade; o DCI respondeu que não sabia nada disso, mas que em 24 horas teria uma análise sobre a mesa. O agente da CIA no Estado-Maior do Exército indiano enviou uma curta mensagem garantindo a Helms que se estavam a preparar para lançar um ataque sobre o Paquistão. O relatório foi rapidamente enviado à Casa Branca, sem omitir a identidade do espião. Foi esse o erro.
A 20 de Dezembro Jack Anderson publicava uma nova coluna no Washington Post. O agente infiltrado no Exército indiano disse directamente a Thomas Karamessines, chefe de Operações da CIA: “Vão para o raio que os parta”, e de seguida cortou a comunicação para sempre. A 15 de Fevereiro de 1972, depois de uma reunião com Nixon na Sala Oval, Richard Helms ordenou ao Departamento de Segurança a abertura de uma investigação contra Anderson. Dezasseis agentes da CIA foram utilizados na operação CELOTEX II. Instalou-se uma unidade de vigilância no décimo segundo andar do Hotel Statler Hilton de Washington mesmo em frente ao escritório de Jack Anderson. Britt Hume, Leslie Whitten e Joseph Spear, todos eles ajudantes do colunista, também foram submetidos a vigilância por ordem de Helms.
Os seus telefones privados e os do trabalho foram alvo de intervenção, os seus veículos foram submetidos a uma vigilância intensiva, e até as esposas e os filhos dos colunistas foram submetidos a vigilância e fotografados. Tudo era lícito para Helms, Karamessines e os restantes para descobrir quem na CIA ou na Casa Branca estava a passar a informação oficial confidencial a Anderson.
Uma das coisas mais curiosas que a CIA descobriu no desenvolvimento da operação Celotex II foi que a 17 de Março de 1972 o director Richard Heíms tinha almoçado no restaurante do Hotel Madison de Washington com o próprio Anderson. A unidade destacada para a operação Celotex II foi posta de, sobreaviso uma vez que o director queria saber se Jack Anderson tentava gravar a conversa com o DCI durante o almoço, mas a operação foi suspensa no último momento por ordem de Helms porque tinha medo que Anderson pudesse detectar as escutas da CIA. Era evidente que Richard Helms tentava evitar ser o “novo alvo” de Jack Anderson.
Durante as semanas seguintes Helms continuou a informar Henry Kissinger sobre os problemas que as fontes de Anderson poderiam causar às operações da CIA. Num memorando a Kissinger, Helms citava até 73 colunas onde o jornalista do Post tinha usado informação “confidencial” da CIA. Richard Helms estava convencido de que a informação de 40 dessas colunas proviera directamente da CIA e nelas referia-se desde a Saúde de Lon Nol do Camboja às relações da CIA com o Bureau of Narcotics and Dangerous Drugs; a informação das outras 33 tinha sido disponibilizada por alguém do Washington Special Actions Group, uma subcomissão dependente do Conselho de Segurança Nacional do presidente Nixon. Mês e meio depois de ter dado início a operação Celotex II, Richard Helms ordenou a suspensão da operação contra Jack Anderson e os seus três ajudantes, embora não a Casa Branca.
Kissinger, que agora presidia o Conselho de Segurança Nacional, desejava a todo o custo conhecer as fontes que disponibilizavam a informação “altamente secreta” a Anderson, pelo que se ordenou a John Dean, conselheiro de Nixon, que o seu pessoal (os “canalizadores” de Liddy) descobrisse a toupeira. “Faça o que quiser, mas traga-me a cabeça desse filho da puta [a fonte de Anderson]”, disse Kissinger a Deanb. Isso fez com que Gordon Liddy, antigo membro do FBI e agora na equipa de “canalizadores” da Casa Branca, decidisse organizar vários complôs para acabar com a vida do jornalista e sempre com o presumível conhecimento da CIA. Em Março de 1972 Liddy encontrava-se nos escritórios dos “canalizadores”, situados nas caves do Executive Office Building, junto à Casa Branca, quando foi convocado por Charles Colson, conselheiro do presidente Richard Nixon. Liddy falou-lhe durante várias horas da equipa de “tarefas especiais” que queria organizar na própria Casa Branca e que dependeria unicamente do presidente dos Estados Unidos da América. Nixon desejava criar a sua própria unidade de espionagem interna, deixando de lado a CIA e o FBI.
Quando Colson ficou a sós, telefonou a Jeb Magruder, responsável da Comissão para a Reeleição do Presidente, conhecido pelas siglas CREEP. Colson disse a Magruder: “Gordon Liddy não consegue arrancar-vos uma decisão sobre o programa de operações secretas. Não quero meter-me numa discussão sem fim. Temos de pôr mãos à obra.” Deu-se por fim luz verde dos “canalizadores” para começarem a arquitectar as primeiras operações secretas, a que se deu o nome de código “Gemstone”. Já em Janeiro do mesmo ano, o próprio Liddy tinha apresentado um programa secreto a John Mitchell, John Dean e Jeb Magruder, todos eles importantes conselheiros de Richard Nixon.
As primeiras operações clandestinas propostas pela equipa da Casa Branca seriam a vigilância electrónica do Congresso Nacional do Partido Democrata, mediante uma avioneta que sobrevoaria a zona para interceptar as comunicações por radiotelefone. Outras operações propostas por Gordon Liddy seriam entrar ilegalmente nos quartos de hotel dos representantes democratas para roubar ou fotografar documentos secretos do partido; drogar e sequestrar dirigentes radicais; organizar grupos de capangas para espancar os organizadores de manifestações contra a Guerra do Vietname ou contra Nixon; recrutar prostitutas que levassem importantes políticos democratas para um luxuoso iate e fotografá-los a ter relações sexuais com elas, ou, simplesmente, cortar o ar condicionado do centro de congressos durante o congresso democrata.
Dean e Magruder ouviram as propostas de Liddy algo surpreendidos, mas em vez de o despedir Nixon deu ordem para “suavizar” as actividades dos “canalizadores”. A vigilância aérea durante o Congresso Democrata foi recusada, embora alguém sugerisse que talvez uma equipa de “canalizadores” pudesse assaltar os escritórios da Comissão Nacional Democrata no edifício Watergate de Washington, o que desencadearia um dos maiores escândalos políticos da História dos Estados Unidos.
Jack Anderson tornar-se-ia um objectivo prioritário dos “canalizadores” da Casa Branca quando a 29 de Fevereiro de 1972 publicou uma informação num dos seus artigos onde denunciava a corrupção dos republicanos e os fundos ilegais recebidos da empresa ITT, quase 400.000 dólares, para financiar o Congresso Republicano em que Richard Nixon foi nomeado para a corrida presidencial. Liddy enviou Howard Hunt, outro famoso “canalizador” e ex-agente da CIA, para se reunir com Dita Beard, uma especialista em lóbis que trabalhava para a ITT.
Os democratas não faziam mais do que acusar a administração Nixon e os seus altos funcionários da Casa Branca de corrupção e de ter aceitado grandes subornos. Também garantiam que Dita Beard tinha em seu poder um memorando onde os republicanos aceitavam formalmente o dinheiro da ITT. A missão de Hunt era encontrar Beard, conseguir o original do memorando, caso existisse, e destruí-lo. A própria Beard disse a Hunt que o famoso “memorando” era apenas uma invenção dos democratas para desacreditar a Casa Branca de Nixon.
Jack Anderson voltou ao ataque quando noutro artigo garantiu que Nixon tinha recebido fundos ilegais, cerca de 205.000 dólares, do magnata Howard Hughes. Aparentemente, o multimilionário teria entregado o dinheiro vivo a Donald Nixon, irmão do presidente, num dos casinos de Las Vegas propriedade do excêntrico magnata. Foi logo depois desta última fuga de informação, que afectava o irmão de Richard Nixon, que Charles Colson, o conselheiro presidencial, decidiu que se “devia parar Anderson a todo o custo”.
Entre os planos discutidos pelos membros da equipa de “canalizadores”, Liddy, Colson e Hunt, estava inocular uma forte dose de LSD a Anderson e fazê-lo ter um acidente de automóvel; simular um assalto num beco escuro da capital federal e esfaquear Anderson, ou, também, drogá-lo, levá-lo até um motel abandonado e tirar-lhes fotografias comprometedoras com um jovem. Outras das opções estudadas e discutidas por Gordon Liddy eram simplesmente dar-lhe um tiro e enterrá-lo nalgum lugar onde nunca fosse encontrado.
Hunt e Liddy reuniram-se em várias ocasiões com um médico reformado da CIA, possivelmente Sidney Gotdieb, com o fim de conseguir um veneno potente para acabar com a vida de Anderson. Howard Hunt chegou a propor dar ao jornalista a chamada “aspirina russa”, um jogo de palavras com o famoso “jogo” da roleta russa. A ideia do ex-agente da CIA consistia em introduzir uma pílula venenosa num frasco de aspirinas no armário de medicamentos de Jack Anderson e esperar apenas que o jornalista tivesse uma dor de cabeça, acabando por ingerir a “aspirina venenosa”.
Deu-se ordem a Liddy para ter tudo pronto e estar preparado para quando John Mitchell, o antigo procurador-geral e máximo responsável da CREEP, desse luz verde à operação. Com a aproximação das eleições, o próprio Mitchell daria ordem para travar a operação contra Jack Anderson e se investir nas tarefas de espionagem ao Partido Democrata.
Howard Hunt declararia anos depois que a ordem de matar Anderson tinha-lhe vindo de um alto funcionário da Casa Branca, ao passo que Gordon Liddy afirmou que a ideia de matar o jornalista do Vost era sua. O próprio Liddy escreveria nas suas memórias que andava sempre com uma pistola de calibre 9 dada pela CIA para ser usada no caso de se dar luz verde à operação contra Anderson. “Eu estava disposto a obedecer à ordem de matar Jack Anderson. Não seria uma morte de castigo, mas sim preventiva”, escreveria o próprio Gordon Liddy.
Anos depois saber-se-ia que Richard Nixon, durante uma reunião na Sala Oval da Casa Branca, teria pedido ajuda a J. Edgar Hoover para desacreditar Anderson. O presidente dos Estados Unidos da América chegou até a ordenar a Richard Helms, director da CIA, a possibilidade de aplicar “uma sanção severa” ao jornalista. O director do FBI diria do jornalista: “[Anderson] é a mais baixa forma de ser humano que caminha sobre a terra. Uma prostituta do jornalismo que é capaz de remexer merda de cão com o propósito de encontrar uma história.” Enquanto Floover estava empenhado em acabar com Anderson, Helms preferiu dar ordens aos seus agentes da operação Celotex II para cessarem a operação secreta contra o jornalista.
Mas a 1 de Maio de 1972 Anderson lançaria da sua coluna no jornal uma das maiores bombas alguma vez atiradas sobre o FBI em geral, e sobre J. Edgar Hoover em particular. Enquanto qualificava Hoover como “a velha alcoviteira das forças da lei”, o jornalista do Washington Post acusava Hoover e os seus homens de terem efectuado operações de vigilância, com ajuda da CIA e sem nenhum tipo de autorização ou de fiscalização judicial, a personalidades como John Lennon, Jane Fonda ou Martin Luther King. Era óbvio que alguém do círculo de Hoover tinha passado a informação a Anderson. O director do FBI estava furioso, pelo que ordenou ao Departamento de Segurança uma investigação até às últimas consequências com o objectivo de descobrir a toupeira que passara ao jornalista os nomes das personalidades citadas no artigo do Post. A 2 de Maio, J. Edgar Hoover não chegou ao escritório às seis da manhã como todos os dias desde há mais de quarenta e três anos. O seu motorista encontrá-lo-ia morto no chão da casa de banho. O homem que mais segredos guardava tinha falecido vítima de enfarte.
Durante os anos seguintes Jack Anderson continuaria a ser o flagelo da administração de Nixon e da CIA, até ao estalar do Watergate e mais além. As tentativas de acabar com a vida do jornalista do Washington Post seriam reveladas em 1975, quando a Comissão Church começou a recolher depoimentos dos altos conselheiros da administração Nixon e dos altos funcionários da CIA. Foi então que se teve conhecimento da operação Celotex II.
Jack Anderson continuou a escrever a famosa coluna; foi o primeiro jornalista a expor publicamente as diversas tentativas da CIA para matar Fidel Castro, no âmbito da chamada Operação Mongoose. O artigo de Anderson «6 Attempts to Kill Castro Laid to CIA» apareceria no suplemento Parade do Washington Post, na edição de segunda-feira, 13 de Janeiro de 1971.
Em 1980 Anderson escreveu a sua última coluna, que se publicava há trinta e três anos em quase um milhar de jornais em todo o mundo. Esta última coluna implicava a sua retirada definitiva do jornalismo. A última actividade conhecida de Anderson seria como mediador para conseguir a libertação de reféns norte-americanos em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Jack Anderson continuou a viver em Silver Spring, perto de Washington, e a lutar contra a doença de Parkinson. “Esta doença far-me-á esquecer tudo o que escrevi, tudo o que fui, mas espero que os meus textos façam com que o povo norte-americano jamais se esqueça”, disse há uns anos Jack Anderson, após lhe ser diagnosticada a doença. O famoso jornalista faleceria em Dezembro de 2005, aos 83 anos, vítima da doença de Parkinson.
Os dados relativos à operação Celotex II encontram-se na página 00027 do relatório das «Jóias de Família», e no relatório intitulado «Surveillances».
As referências a Jack Anderson nas «Jóias de Família» encontram-se na página 00016, e no relatório sobre Johnny Roselli; na página 00018, no artigo assinado pelo jornalista e intitulado «6 Attempts to Kill Castro Laid to CIA», no Memorandum for: Executive Director-Comptroller. Subject: ROSELI 1, Johnny, com a data de 15 de Fevereiro de 1972 e que aparece na página 00039 e na página 00041; no relatório «Questionable NPIC Projects», com a data de 8 de Maio de 1973, nas páginas 00200, 00284, 00291 e 00302; no Memorandum for: Deputy Director for Operations. Subject: WH Comments on jack Anderson Column. Reference: Jack Anderson’s Washington […] of 8 March 1973: «Chilean Breakins Reflect Watergate», assinado por Theodore G. Shacldey, director da Divisão do Hemisfério Ocidental, e que se encontra na página 00373; no Memorandum for the Record. Subject: DDI «Trap» on Teaks of Narcotics Intelligence, com a data de 26 de Maio de 1973 e que se encontra na página 00387; no Memorandum for: Executive Secretary. CIA Management Commitee. Subject: Potentially Embarassing Agency Activities, com a data de 8 de Maio de 1973 e que se encontra na página 00425; e na carta escrita a 30 de Abril por Lloyd Shearer, editor do suplemento Parade, destinada a William Colby, director da CIA, e que aparece na página 00664 das «Jóias de Família».
As relações ilegais da CIA com o Bureau of Narcotics and Dangerous Drugs, citadas neste artigo e também conhecidas como projecto Two-Fold, encontram-se no relatório intitulado «Surveillances» na página 00029 das «Jóias de Família»; no Memorandum for: Executive Secretary, CIA Management Committee. Subject: Project TWO-FOLD, com a data de 26 de Maio de 1973 e que aparece na página 00056; no Memorandum for: The Inspector General. Subject: Office of Security Survey -Office of Security Support to BNDD, com a data de 7 de Maio de 1973 e que aparece nas páginas 00062 e 00063 (esta última sob censura); no Memorandum for: Director of Central Intelligence. Via: Deputy Director for Management and Services. From: Director of Finance. Subject: Special Other Government Agency Activities, com a data de 7 de Maio de 1973, nas páginas 00077 e 00081; relação de material facilitado pela CIA ao Bureau of Narcotics and Dangerous Drugs, nas páginas 00118, 00119, 00130 e 00131; no Memorandum for the Record. Subject: Summary. Special Programs Division (SPD). Office of Communications, Operational Contacts with Other U.S. Governments Agencies, com a data de 8 de Maio de 1973, na página 00140; no Memorandum for the Record. Subject: Organisational Dealing with Activities Inside the United States, com a data de 9 de Maio de 1973, nas páginas 00143 e 00150; no Memorandum of the White House for: Bill Colby. Subject: Budgetary Support for the Gabinet Committee on International Narcotics Control, com a data de 7 de Fevereiro de 1972, na página 00152; no Memorandum of United States Intelligence Board. Technical Surveillance Countermeasures Committee. For: Director of Central Intelligence. Subject: Support Furnished to Elements of the Government Outside of the Intelligence Community, com a data de 8 de Maio de 1973, na página 00168; e nas páginas 00181, 00184, 00215, 00229, 00230, 00242, 00246, 00257, 00266, 00347, 00387, 00526, 00535, 00537 e 00539 das «Jóias de Família».