CIDADE DO VATICANO – O astrónomo-chefe do Vaticano não vê conflito entre a crença em Deus e a possibilidade de existirem “irmãos extraterrestres“, talvez até mais evoluídos que os humanos.
“Na minha opinião, esta possibilidade [de vida extraterrestre] existe”, disse o padre José Gabriel Funes, um jesuíta de 45 anos que dirige o Observatório do Vaticano e dá consultoria científica ao Papa Bento XVI.
“Como podemos excluir que a vida se tenha desenvolvido noutros lugares?”, disse José ao jornal L’Osservatore Romano, órgão oficial da Santa Sé, em entrevista publicada na edição de Terça/Quarta-Feira, sob o título “O extraterrestre é meu irmão”.
Segundo José, a existência de um enorme número de galáxias, muitas das quais com os seus próprios planetas, torna a vida extraterrestre viável. E, questionado sobre a possibilidade de existirem seres semelhantes aos humanos ou até mais desenvolvidos, afirmou que “certamente que sendo o universo tão grande, não dá para excluir essa hipótese”.
Para o padre, isso não seria contraditório com a fé religiosa. “Assim como há uma multiplicidade de criaturas na Terra, pode haver outros seres, até mesmo inteligentes, criados por Deus. Isso não está em contraste com a nossa fé porque não colocamos limites à liberdade criativa de Deus“.
“Por que não podemos falar num “irmão extraterrestre”? Ele ainda seria parte da criação”, argumentou Funes, cujo observatório tem instalações na zona Sul de Roma e no Arizona (EUA).
José não descartou nem mesmo a ideia de que a raça humana seja uma “ovelha trasmalhada” no universo. “Poderá haver outros seres que tenham permanecido em amizade plena com o criador.”
14 de Maio de 2008
Fonte: Reuters
