O pico de infecção respiratória de 2020 foi tardio, tendo começado em Março e terminado somente em finais de Maio, conforme se pode observar pelo gráfico “2020” na imagem principal da publicação.
O pico de 2021 foi mais precoce, tendo atingido o seu máximo no início de Fevereiro e terminado no final desse mês / meados de Março.
Além disso, sabe-se que quando os picos de infecção respiratória são mais íngremes / intensos (como o de 2021), têm menor durabilidade, ao contrário de picos mais achatados que se prolongam no tempo (mais como o de 2020).
Portanto, não faz sentido comparar meses homólogos entre os anos de 2020 e 2021, porque em 2021, Abril distava 15 dias do final do pico de infecção, enquanto em 2020, Abril estava no auge do pico de infecções.
Assim, para uma comparação mais justa ao nível da mortalidade supostamente associada à COVID-19 é necessário adiantar os meses de 2020, para também distarem 1 mês do final do pico.
Uma das hipóteses:
Junho de 2020 –> Março de 2021
Julho de 2020 –> Abril de 2021
Agosto de 2020 –> Maio de 2020
No entanto, como em 2021 a mortalidade só baixou para níveis muito reduzidos a partir de meados de Março, decidimos desconsiderar 15 dias e efectuam a seguinte correspondência:
Junho de 2020 –> Abril de 2021
Julho de 2020 –> Maio de 2021
Agosto de 2020 –> Junho de 2021
Como se pode analisar pelo gráfico e tabela, na imagem principal da publicação, 2020 apresentou uma mortalidade acima da de 2021, embora com números pouco expressivos, sendo que em Agosto de 2020 houve uma grande diminuição na mortalidade, ao nível de Junho de 2021 (e se o pico de infecções respiratórias tivesse sido mais precoce, seria de esperar que continuasse a descer).
É bom recordar que em 2020 havia muito menos medidas de contenção e não estava disponível a vacinação, pelo que seria curioso ouvir a explicação dos “especialistas” televisivos para a redução da mortalidade em Agosto.
Apesar de alguma dificuldade em proceder a este tipo de comparações, devido à necessidade de ajuste de inúmeras variáveis, torna-se evidente pelo registo de mortalidade comparada, que a vacinação não está a salvar “milhares de vidas” ou a reduzir consideravelmente a mortalidade.
Também é uma prova da sazonalidade das infecções respiratórias, aspecto sobejamente conhecido, mas curiosamente “esquecido” com o advento da COVID-19.