Consultor do governo ganhou 225 mil € livres de impostos

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António Borges
António Borges

António Borges, o consultor do governo que defendeu a redução urgente dos salários, ganhou, em 2011, 225 mil euros livres de impostos, de acordo com o Correio da Manhã.

Como director do FMI para a Europa no ano passado, António Borges ganhou cerca de 306 mil dólares (quase 225 mil euros) isentos de impostos, porque tinha, como todos os funcionários do FMI, um estatuto de funcionário de organização internacional, o que implica o pagamento de salário líquido.

António Borges é natural do Porto e tem 62 anos. Da sua carreira profissional, fazem parte passagens pelo Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae, Cimpor e Vista Alegre. E como contrapartida, hoje é consultor do governo….

Um peixe miúdo que Passos Coelho transformou no tubarão das privatizações.

O FMI livrou-se de António Borges porque era incompetente, mas paga-lhe 225 mil euros livres de impostos. É o homem da Goldman Sachs, a par de Monti, Draghi e Papademos, que fica arrepiado com os altos salários em Portugal.

O economista António Borges defendeu que os “sub-prime” (crédito à habitação de alto risco) é “uma das melhores inovações dos últimos anos”, demarcando-se assim da convicção generalizada de que este produto financeiro está na origem da presente crise mundial.

Borges foi o conferencista de mais um jantar-debate promovido pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial, na fundação Cupertino de Miranda. Falou sobre, “A crise no sistema financeiro mundial e consequências no investimento”, tendo advertido logo à partida que iria expor uma perspectiva bastante radical.

O economista não alinha com os que diabolizam os “sub-prime”, vendo nele a raiz dos problemas que começaram por atingir em cheio o sistema financeiro americano e depois também o europeu.

Na sua opinião, este produto “permitiu o acesso à habitação de muitas pessoas” que de outro modo não o teriam. O que está a acontecer agora “é uma correcção”, natural “depois de alguns excessos”.

O mercado sub-prime “funcionou muito bem durante muitos anos e com uma taxa de sinistralidade muito baixa”. Um dia, porém, “tornou-se vítima do seu próprio sucesso”.

Os bancos europeus estão entre os mais atingidos. Socorrendo-se de uma metáfora, acrescentou: “Têm 80 por cento do material tóxico que existe por aí nos balanços globais.”

António Borges também se afasta daqueles que pensam a etapa seguinte será uma recessão, declarando-se “pessoalmente convencido” de que o mundo não corre esse risco.

O que vai haver é “um abrandamento” do crescimento económico mundial. Dito de outra forma, “um certa desaceleração, mas não mais do que isso”.

A Europa, segundo pensa, está “muito segura” e melhor armada para fazer frente aos problemas que estão a afectar o sistema financeiro internacional, em especial o mercado bancário.

O seu diagnóstico pessoal aponta uma grande “falta de confiança e sem isso o sistema financeiro não pode sobreviver”. Como não há fim à vista para esta realidade, “é muito difícil prever como as coisas vão acabar”.

O economista, que já foi vice-governador do Banco de Portugal e um dos vice-presidentes do banco Goldman Sachs, elogiou o modo como as autoridades reguladoras têm lidado como a crise. “Foram as mais sensatas”, sintetizou, notando que o euro saiu fortalecido e é hoje a moeda-refúgio de muitos investidores e países.

Numa intervenção que só de raspão abordou a Economia portuguesa, António Borges enalteceu “as empresas verdadeiramente capazes de criar valor e considerou que Portugal vive resignado com a “ideia de quem está… está”. Risco, disciplina, rigor e eficiência são, em seu entender, a receita para o êxito e para a sobrevivência.

Um dos problemas actuais é a “enorme desconfiança dos bancos têm uns dos outros”, de tal modo que “deixaram de emprestar dinheiro uns aos outros”.

António Borges sobre os salários dos portugueses
António Borges sobre os salários dos portugueses

“O sistema bancário português vai buscar todos os anos ao crédito o equivalente a dez por cento do PIB nacional”, exemplificou.

António Borges também falou de Política, mas só ao de leve. Logo no início da sua intervenção, afirmou: “O meu futuro na Política será, com certeza, de curta duração.”

Apoiante de Manuel Ferreira Leite na corrida à liderança do PSD e presidente da assembleia municipal de Alter do Chão, no Alentejo, diz que a Sociedade portuguesa é “extremamente fechada” e afectada por um “grau de conservadorismo lamentável”.

Por esse motivo, acrescentou, acredita que em Portugal “há muita gente, muito poderosa, que defende que estas ideias não cheguem ao poder”.

Lusa de 29 de Setembro de 2012

O consultor do governo para as privatizações, António Borges, defendeu hoje que as alterações que aquilo que o governo queria fazer à Taxa Social Única (TSU) era uma medida “inteligente” e acusou os empresários que a criticaram de serem “ignorantes”.

“Que a medida é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”, afirmou.

António Borges falava durante o primeiro fórum empresarial do Algarve, que decorre este fim de semana em Vilamoura e reúne mais de 300 empresários, economistas e políticos de Portugal, Brasil, Angola, Índia, Emirados Árabes Unidos e Moçambique.

Admitindo que a medida implica perda de poder de compra “para muita gente”, António Borges considerou, no entanto, que quem acha que “o programa de ajustamento português se faz sem apertar o cinto, está com certeza um bocadinho a dormir”.

Aquele responsável discordou ainda que com a TSU se proceda a uma transferência dos rendimentos do trabalho para o capital, já que o problema do país é estar “completamente descapitalizado”.

“Parece que voltámos todos ao marxismo: o capital é uma coisa má, temos que o destruir”, referiu, criticando o facto de as pessoas dizerem que “não podem ajudar o capital”.

“Não estamos a transferir rendimentos de ninguém para ninguém, estamos a tentar manter postos de trabalho. Isto é do interesse de todos, não é só de alguns”, sublinhou.

António Borges afirmou ainda que o grande problema do país são as “elites” e não o povo português, que acredita no seu país, revelando uma “confiança extraordinária”.

No mesmo evento no qual Borges fez a sua intervenção, o ministro dos assuntos parlamentares, Miguel Relvas, alertou para os efeitos de uma crise de confiança nos políticos europeus na Europa.

Fonte: cmjornal.pt

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