Relativamente aos festejos do título leonino (11 de Maio de 2021), passaram-se cinco dias (20 no total), para além dos fatídicos 15 que são habitualmente perfilados pelos agentes do alarmismo, como o limiar a partir do qual se tornam visíveis os nefastos resultados em termos de saúde pública decorrentes de toda e qualquer prevaricação do povo, neste caso, em forma de ajuntamentos em massa.
Como se pode ver pelo Gráfico 1 na imagem principal da publicação, daí não decorreu qualquer tragédia. Nem sequer qualquer alteração da situação.
É desonesto fazer-se referência ao Rt, tendo em conta o tipo de parâmetro que é, e é desonesto falar-se num aumento de casos, sobretudo quando estes não revelam qualquer alteração estatisticamente significativa.
O governo prometeu um aumento da testagem massiva para “combater o aumento de casos”. Em circunstâncias onde a prevalência de uma doença é mínima ou nula, a testagem massiva provoca aquilo que se pretende combater: um aumento de casos. [7]
Efectivamente, a partir do dia 14 de Maio de 2021 aumentou-se gradualmente a testagem de 3,62 para 3,84 pessoas por mil habitantes, o que estatisticamente poderá estar ligado a um ligeiro aumento dos casos. [6]
Os dados relativos aos “casos” chegam-nos através do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), gerido pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, onde os laboratórios inserem directamente a informação dos milhares de testes PCR e de Antigénico que se realizam diariamente.
A informação acerca da quantidade de testes realizados, a distinção sobre testes PCR ou Antigénico (que possuem Especificidades diferentes e como tal têm Taxas de Falsos Positivos diferentes) e os seus resultados são fornecidos pelos próprios laboratórios, cuja actividade entra em conflito directo com a veracidade da informação prestada, sem que haja qualquer entidade independente que valide a informação, o que constitui um procedimento bastante opaco.
Mas ainda que estes dados possam ser manipulados, continua sem se conseguir justificar a psicose colectiva baseada no medo através de mortalidade e internamentos. O que se faz é recorrer a outros expedientes, como o número de casos e o tão badalado Rt, que nas circunstâncias actuais, não servem como critério.
Para que estes expedientes surtam efeito, é necessário que se escamoteie várias evidências básicas, como a sazonalidade das infecções respiratórias. E nesse sentido, observando a trajectória do que tem sido esta putativa pandemia, não pode deixar de se concluir que o padrão sazonal de infecções respiratóras tem sido mantido.
A Comunicação Social convida pretensos especialistas, como um matemático (Óscar Felgueiras) [1], para prestarem um serviço de Adivinhação, assente numa retórica puramente especulativa e que acoberta factos evidentes.
Infelizmente, é o suficiente para defraudar boa parte da população.
Conclusão:
Observando a realidade, pode concluir-se que nem os festejos do Sporting Clube de Portugal (que aconteceram por todo o país), nem os do Sporting de Braga [3], nem os do Futebol Clube Vizela [4], nem as 73.126 pessoas que no Texas assistiram a um combate de boxe no Estádio AT&T (Gráfico 2 da imagem principal da publicação) [2], nem o estádio cheio no jogo Atlanta Braves vs. Phildelphia Phillies (Gráfico 3 da imagem principal da publicação) [5] ou as dezenas de manifestações ou outros eventos sociais que se têm sucedido por todo o lado (poderiamos citar dezenas de exemplos), têm tido qualquer impacto ao nível da saúde pública.
O claro enviesamento dos factos e manipulação da percepção da realidade por parte da Comunicação Social, não surtiria qualquer efeito, caso a memória não fosse curta e houvesse uma pequena abertura para o pensamento crítico e a consideração lógica de alguns factores.
Evitar-se-ia o ruído intragável de frases como “Daqui por 15 dias é que vais ver!”
Glossário:
R(t): É o Índice de Transmissibilidade. É calculado através da incidência. O valor é 1, se a incidência for igual à anterior, maior que 1, se a incidência for superior à anterior, e menor que 1, se a incidência for menor que anterior. Idealmente, este índice serve para se perceber se a incidência está a crescer, ou seja, se o nível de infecções está a subir, o que permite perceber se uma dada doença infecciosa se está a propagar.
Exemplo: com um R(t) = 1, cada pessoa infecta, em média, uma pessoa. Com um R(t) = 4, cada pessoa infecta, em média, 4 pessoas.
No entanto, no caso da COVID-19, tendo em conta o flagelo dos Falsos Positivos, o R(t) poderá ser manipulado pelo aumento ou diminuição do número de testes efectuados.
Fontes:
[2] «AT&T Stadium sets pandemic record with boxing crowd of 73,126», NBC Sports. 8 de Maio de 2021
[4] «Subida de Vizela à I Liga festeja-se pelas ruas», Sic Noticias. 23 de Maio de 2021
[5] «Phillies vs. Braves Game Highlights (5/8/21) | MLB Highlights», Youtube. 9 de Maio de 2021