DEFINIÇÃO: Panspermia

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Panspermia
Panspermia

A panspermia é a hipótese segundo a qual as sementes da vida são prevalecentes em todo o Universo e que a vida na Terra começou quando uma dessas sementes aqui chegou, tendo-se propagado. Essa ideia tem origem nos pensamentos de Anaxágoras, mas a sua versão mais moderna foi proposta por Hermann von Helmholtz em 1879. A panspermia tanto poderá ser interestelar como interplanetária. Não existia ainda nenhuma evidência forte para contestar a teoria, e em 2008 cientistas europeus e norte-americanos encontram DNA e RNA dentro de um meteorito na Australia, reforçando assim a possibilidade.

Outra hipótese para a origem da vida foi a da “vida universal”, com origem noutro planeta. Eram citadas as hipóteses dos cosmozoários, ou do transporte de germes por meteoritos, e da panspermia cósmica ou dos esporos ou germes de vida deslocados pela pressão de radiação. Para muitos autores, ambas são a hipótese de panspermia cósmica. Hoje, essa hipótese parece inaceitável, pois as partículas vivas não suportariam a acção directa dos raios ultravioleta de comprimento curto de onda e altas temperaturas, incompatíveis com a vida que conhecemos, embora haja muita matéria orgânica em meteoritos.

No passado acreditava-se que a vida na Terra teria começado a partir de uma matéria não viva. Esse processo tem o nome de abiogénese, Stanley Milller e Harold Urey químicos da década de 1950, conseguiram criar aminoácidos e outras moléculas importantes para a vida a partir de compostos simples que existiam na terra primitiva. Porém alguns cientistas acreditavam na possibilidade da vida ter vindo de outros planetas. Como: Lord Kelvin, Svantes Arrhenius e Francis Crick. Ao longo da última década os cientistas têm vindo a estudar a possibilidade de panspermia. Seria um pouco difícil de acreditar embora muito intrigante. Como é que a suposta vida poderia sobreviver às condições que o espaço exerce? Como por exemplo aos raios ultravioleta, raios gama, o vácuo do espaço, as temperaturas muito altas, o tempo de exposição no espaço e tantos outros factores prejudiciais. E como seria ela transportada?

Pesquisadores encontraram meteoritos na Terra de origem marciana. Esses meteoritos são expelidos todos os anos de Marte, alguns bem pequenos e outros muito grandes. Os menores fazem uma trajectória muito rápida, os maiores podem demorar milhões de anos para aqui chegarem. Entretanto poderia ter vindo num desses meteoritos algum micróbio resistente que aguentasse a pressão atmosférica, o tempo no espaço e toda trajectória até chegar à Terra. Poderia ter vindo um organismo como a deinococcus radiodurans que é considerada o organismo mais resistente à radiação em todo o mundo. O organismo suporta até 1,5 milhões de doses absorvidas de radiação.

Panspermia
Panspermia

Estudos feitos em laboratórios comprovam que certas bactérias podem resistir a mudanças de aceleração a ejecção e a pressão que Marte exerce. São inúmeros os compostos orgânicos, ou seja, à base do elemento carbono, que já foram detectados em cometas, em certos meteoritos (os condríticos carbonáceos) e no espaço, como por exemplo, em nebulosas. Esses dados são de extrema importância devido ao facto de que todas as formas de vida da Terra serem compostas de carbono, desde um simples vírus até o ser humano.

A formulação em bases científicas da origem extraterrestre é antiga – em 1903, o químico sueco Svante Arrhenius (18591927) propôs a sua teoria da panspermia, que sustenta que a vida teria origem extraterrestre, onde esporos microbianos teriam sido trazidos para a Terra a bordo de meteoritos e cometas, semeando a vida no planeta – note-se que essa teoria é anterior à descoberta de compostos orgânicos nos cometas; essa análise da origem da vida via extraterrestre é plausível e aceitável se levarmos em consideração a própria formação de água líquida, sendo que a mesma só pôde ter-se formado e tornado abundante depois que a crosta terrestre se resfriou e a atmosfera se formou; isso deixa, no máximo 400 a 500 milhões de anos para o surgimento da vida.Considera-se esse tempo extremamente curto, pois pela biologia clássica, a vida na Terra surgiu como produto de reacções químicas pré-bióticas (Oparin, 1924 e Urey e Miller, 1953), então, a síntese da vida a partir da matéria abiótica foi mais rápida do que a evolução dos mais complexos seres vivos. Talvez até a água primordial dos oceanos tivesse sido trazida por cometas num passado remoto da Terra.

O espectroscópio, que através das cores analisa a luz emitida, está para um astrónomo ou exobiólogo como a lupa está para um detective; no final da década de 1960 foi descoberta a amónia (NH3) pela radioastronomia, e que as nuvens nos meios interestelares com hidrogénio (H), hélio (He), carbono (C), oxigénio (O), nitrogénio (N) e outros, formam várias moléculas orgânicas complexas. Por exemplo, o HCOOH (ácido fórmico) e a H2CHN (metanimina) descobertos pela radioastronomia que, combinados, formam a glicína (NH2CH2COOH), aminoácido essencial para a vida que compõe as proteínas, foi detectado numa nuvem interestelar na direcção da constelação de Sagitário.

A análise de alguns meteoritos carbonáceos revelou a presença de aminoácidos, como por exemplo, o meteorito Murchison (J.C RoninUniv. Arizona) onde foram detectados 74 aminoácidos diferentes  e dezenas de outros compostos orgânicos, revelando que há mais diversidade orgânica de aminoácidos em meteoritos do que na própria vida na Terra. Outro dado interessante é a detecção de HCN (ácido cianídrico) e de H2O (água) na nebulosa de Órion (berçário de estrelas); em algumas nuvens interestelares foram identificadas moléculas mais complexas como C2H50H (álcool etílico). A espectroscopia ainda revelou radicais, moléculas orgânicas e água nos cometas, que seriam os “fecundadores” espaciais.

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