Dirigente do CDS pede para apagar “referências aos submarinos”

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Diogo Feio
Diogo Feio

Num debate na SIC Notícias, desviando-se inesperadamente do tema do debate, Diogo Feio disse a Catarina Martins que “a bem da sanidade Política, seria bom que a página de internet Esquerda.net retirasse as referências que lá tem, e vídeos em relação aos submarinos, que vão contra uma decisão judicial que foi tomada”. Na resposta, a porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) sublinhou que “os tribunais da Alemanha declararam que houve Corrupção”. O eurodeputado do CDS ripostou que estava a falar dos tribunais portugueses, e logo regressou ao tema dos indicadores económicos.

O vídeo que incomoda Diogo Feio foi publicado pelo portal Esquerda.net em 2009. Trata-se de um resumo da passagem do CDS pelos governos de Durão Barroso e Santana Lopes, marcada por suspeitas de Corrupção investigadas pela justiça, pelos despachos emitidos nas últimas horas do governo e pela retirada de dezenas de milhares de fotocópias de documentos do ministério da defesa. Desde essa altura, já foi republicado por muitos utilizadores e é provavelmente o vídeo sobre o partido de Paulo Portas com mais visualizações nas Redes Sociais.

Segundo o entendimento de Diogo Feio, o arquivamento do processo dos submarinos pelo ministério público equivale à absolvição dos envolvidos no negócio milionário das comissões. Ao invés, João Semedo do BE, que integrou a comissão parlamentar de inquérito aos submarinos, sublinha que o despacho confirma precisamente que o actual vice-primeiro ministro “excedeu o mandato conferido pelo conselho de ministros em 2003, ao celebrar um contrato de compra diferente dos termos estabelecidos na adjudicação”. Além disso, Portas conduziu as negociações que alteraram a forma de cálculo do preço e das contrapartidas e trouxe o BES para o consórcio que financiou a compra. Foi ainda Paulo Portas quem negociou diretamente com Ricardo Salgado o aumento da margem de lucro para os bancos.

Também ficou provado o pagamento de 30 milhões de euros em comissões pagas pelos alemães à Escom, cuja distribuição foi parcialmente relatada nas gravações dos intervenientes das reuniões do conselho superior do Grupo Espírito Santo. O que falta ainda conhecer é o destino final de pelo menos 3 milhões de euros desse pagamento. No despacho, o ministério público diz que foi impedido de “percecionar o modo como se desenrolou o processo concursal que culminou com a celebração dos contratos de financiamento”, uma vez que os documentos desapareceram do ministério então ocupado por Paulo Portas.

Fonte: Esquerda.net

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