DOCUMENTÁRIO: Overdos [Overdose: A Próxima Grande Crise Financeira] (2010)

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Capa do DVD do Documentário «Overdos [Overdose: A Próxima Grande Crise Financeira]» (2010)
Capa do DVD do Documentário «Overdos [Overdose: A Próxima Grande Crise Financeira]» (2010)

Sinopse:

Em tempos de crise, as pessoas procuram por líderes políticos fortes e por soluções simples. Mas e se as soluções adoptadas forem semelhantes aos erros que causaram essa mesma crise?

«Overdose: The Next Financial Crisis» é o novo filme do realizador sueco Martin Borgs e é a história da maior crise económica dos nossos tempos, a que aí vem. Em «Overdose», Martin Borgs usa o livro «Financial Fiasco» do autor Johan Norberg como roteiro, avisando que a maior crise financeira dos nossos tempos não foi a crise financeira de 2008, mas a que aí vem. Recomendamos vivamente este documentário onde Martin vai ao centro do que originou a crise financeira de 2008 que
resultou na crise económica que ainda vivemos em 2015.

A história da crise começa em 2001 com os atentados terroristas de 11 de Setembro. O período escolhido para os atentados terroristas que atingiram os EUA no nervo do seu centro financeiro, as famosas Twin Towers, não terá sido ao acaso, pois coincidiu com a crise da bolha da internet, mais conhecida como a bolha das dot.com. Num período em que os EUA começavam a entrar numa recessão, o país ficou sob o ataque de terroristas financeiramente e economicamente ainda mais vulnerável. Como tal, para contrariar este ambiente recessivo a fórmula encontrada pela Reserva Federal Americana (FED) , na altura sob a alçada de Alan Greenspan passou pela redução das taxas de juro de 6.5% para 1.75%. No entanto, uma medida que normalmente os Bancos Centrais costumam usar para ajustes temporários acabou por ser prolongada. Em 2003 o FED baixou as taxas de juro para 1% e desde esse dia até aos dias de hoje com Ben Bernanke no FED só temos visto as taxas de juro baixarem. Contra os avisos de gente credível como Gerald Celente ou Peter Schiff (ambos com entrevistas neste filme) os Estados Unidos da América viveram um período de festa em que os bancos e as instituições financeiras se encontraram completamente embriagadas naquilo a que Peter Schiff neste filme apelida de “FED Alcohol“. Quando se baixa taxas de juro durante demasiado tempo o resultado é sempre o mesmo, as pessoas tendem a fazer coisas de que se arrependerão mais tarde. É como organizar uma festa com bar aberto e prolongá-la por mais tempo do que se devia. Este ambiente de bebedeira levou a que especialmente bancos e instituições financeiras tivessem tomado riscos que normalmente não tomariam, pois sabiam que se a coisa corresse bem seria uma oportunidade única para acumularem lucros enormes, e se a coisa corresse mal sabiam que a Reserva Federal do senhor Greenspan as haveria de salvar.

Vivíamos num mundo cheio de incertezas. Com Bush a governar os EUA e com o país sob ataque nada parecia mais seguro do que investir numa casa, afinal esse é o famoso American Dream. Este foi o momento em que as coisas começaram mesmo a entrar por caminhos ainda mais sinistros. Neste ambiente de taxas de juro baixíssimas, a Reserva Federal na prática criou uma bolha imobiliária para evitar que a bolha das dot.com explodisse e afectasse o país ainda mais. Bush, e o Congresso americano (tanto do lado dos democratas como dos republicanos) incentivaram que o American Dream pudesse ser uma realidade para cada vez mais americanos. Como tal, muitos americanos começaram a comprar casas e mais casas, e cada vez maiores. Afinal o mercado imobiliário crescia a 10% ao ano e toda a gente dizia que era um excelente investimento. Pior ainda, muitos americanos passaram a hipotecar a 2ª casa para financiar o consumo. Estes eram os tempos do crédito fácil, os tempos dos NINA loans (No income, no Assets). Mesmo sem rendimentos suficientes, nem activos que pudessem ser dados como garantia, muitos americanos tiveram acesso ao crédito fácil. Pior, os políticos encorajaram isto, tudo em nome do American Dream. Quando se lê hoje tanta gente por Portugal e pela Europa a dizer esse disparate de que foi o neoliberalismo que levou a esta crise só me ocorre responder logo: Freddie Mac e Fannie Mae.

Freddie Mac e Fannie Mae foram dos maiores culpados da crise dos subprime. Estes dois monstros foram criadas pelo Congresso americano, funcionando como Government Sponsored Enterprises. No fundo eram instituições privadas cujas transações eram garantidas pelo Estado Americano, tendo como objectivo garantir empréstimos a americanos que não tivessem capacidade financeira e que não conseguissem financiamento junto dos canais normais no mercado.

Ficha Técnica:

 

Trailer (não legendado):

Vídeo (não legendado):

NOTA: Paradigmas adoptou uma nova política de vídeos, conforme explicado no artigo “Canal Paradigmas no Youtube reconstroi-se pela base“. Conseguimos, não obstante, encontrar o documentário, na íntegra, conforme aqui apresentado.

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