Edward Snowden: traidor ou heroi ?

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Denuncia de esquema global de espionagem
Denuncia de esquema global de espionagem

Edward Snowden tem sido perseguido pelo governo dos EUA, por ter denunciado um esquema global de espionagem dos cidadãos, por parte das agências dos serviços secretos daquele país, em conluio com outras de outros países, inclusive de países da União Europeia.

Snowden viu-se subitamente perseguido e considerado traidor, pelas fontes de informação do seu país, tendo de requerer asilo político a países estrangeiros, onde, por via da pressão exercida pelos EUA, muitos negam este direito previsto pela lei internacional.

Foi nesse sentido que Portugal e França proibiram a escala do avião do presidente boliviano Evo Morales, por se desconfiar que traria a bordo Edward Snowden, que receberia asilo político na Bolívia. O avião vinha de Moscovo, local onde estaria Snowden. Tratou-se de um escândalo internacional que colocou a vida de Evo Morales em risco (este teve de fazer aterragem de recurso em Viena).

Aliás, nesse sentido, é bem sabida a subserviência de Portugal em relação aos norte-americanos. Como o Paradigmas já relatou nos artigos «Governo cede dados biométricos e biográficos dos cidadãos portugueses aos Estados Unidos» e «Acordo entre Portugal e EUA desrespeita Constituição», o governo português traiu os seus próprios cidadãos ao ceder os seus dados aos americanos, disponibilizando-os para serem espiados e a sua privacidade devassada. Trata-se de um escândalo que incompreensivelmente (ou talvez não) mereceu pouca atenção dos meios de comunicação social.

Por isso, será pouco surpreendente se se vier a descobrir que Portugal – com governantes que tratam assim os seus cidadãos – também tenha vindo a participar e contribuir para o escândalo da espionagem global, relatada por Snowden.

Snowden
Snowden

Num mundo onde as palavras ganham sentidos dúbios, e onde se preverte a realidade, dando novos significados às coisas, ao bom estilo da «Novilíngua», conceito presente na obra «1984» de George Orwell, urge questionar: quem é o verdadeiro traidor? Snowden que denunciou o que está a ser feito aos seus concidadãos, ou o governo americano que tem vindo a actuar desta forma em relação àqueles a quem deveria servir? Quem são os verdadeiros traidores?

E que dose de coragem foi necessária para que Snowden tomasse esta decisão, a mesma atitude que tantos, ao longo de tanto tempo, hesitaram em dar?

Em terras do Tio Sam, onde grande porção da população é sujeita a lavagens cerebrais constantes, não será de estranhar se estes elejam o seu libertador como sendo o prevaricador, e os seus algozes como os bem-feitores, sempre diligentes a zelar pela sua segurança.

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