Independentemente de ser de esquerda ou direita, o importante deste texto é acabar com a ideia de que o voto em branco nulo ou a abstenção são atitudes cívica, úteis.
Uma impressionante vaga de grupos e páginas pessoais no Facebook têm vindo a apelar ao voto em branco, voto nulo e abstenção como sendo uma forma de luta.
O voto em branco e voto nulo têm poder?
É de respeitar a posição de quem prefere não optar, mas o voto branco não funciona para quem quer tomar posição na luta social e Política.
Uma impressionante cadeia de mensagens de correio electrónico anónimos têm divulgado uma mentira.
Um apelo ao voto em branco “contra estes políticos” garantia que, “se a maioria da votação for de votos em branco, são obrigados a anular as eleições e fazer novas, mas com outras pessoas diferentes nas listas”.
Tanto circulou a mentira, que a Comissão Nacional de Eleições teve de lançar um esclarecimento sobre a lei: “Os votos em branco e os votos nulos não têm influência no apuramento dos resultados – será sempre eleito, à primeira ou segunda volta, o candidato que tiver mais de metade dos votos expressos, qualquer que seja o número de votos brancos ou nulos.” A abstenção nem é referida sequer.
Os votos brancos e nulos já atingiram percentagens importantes. Somados, em eleições presidenciais anteriores, chegaram a 2% a 3%, ultrapassando mesmo alguns candidatos. Cabe perguntar: quem o recorda? Quem se incomodou? Quem vibrou e quem tremeu? Os votos brancos e nulos são uma má opção de protesto, desde logo porque podem não ser protesto nenhum. São apenas uma expressão vazia, onde cabe o apelo autoritário, a hesitação radical, a desilusão do momento e a confusão com a abstenção. É de respeitar quem prefere não optar, mas o voto branco não funciona para quem quer tomar posição na luta social e Política.
“À esquerda, o apelo ao voto em branco é uma desistência absoluta”, Jorge Costa, jornalista e dirigente do Bloco de Esquerda.
A polémica sobre o assunto é grande, e dispendiosa, mas, pelo menos já percebemos que se somos contra este regime, não devemos votar PS/PSD/CDS, que são os que há mais de 35 anos o corrompem.
A polémica gira em volta do valor da abstenção, do voto em branco ou nulo. Entre os factos e as opiniões, reina a confusão.
A legislação não é fácil de encontrar, mas existe e não deixa dúvidas, não existe um número de votos mínimos para que estes se convertam em mandatos.
Artigo 152.º da Constituição da Republica Portuguesa
Representação política
1.) A lei não pode estabelecer limites à conversão dos votos em mandatos por exigência de uma percentagem de votos nacional mínima;
2.) Os Deputados representam todo o país e não os círculos por que são eleitos.
Portanto abstenham-se à vontade que ganha sempre o partido que tem mais militantes, mais boys, e amigos ricos que favorecem com os nossos impostos, e esses não deixam de votar. São votos garantidos.
Claro que é ultrajante perceber que eles criaram esta lei para se protegerem e eternizarem no poder. É pena é que os eleitores não percebam isso e façam o que convém ao arco da governação, não votam.
Muito discretamente foi introduzida esta lei para que assim no caos, às cegas, os eleitores continuem a usar a abstenção e o voto nulo e em branco contra eles próprios e a favor da eleição e perpetuação dos de sempre, no poder. Isto só por si, é ultrajante. Não convém que os eleitores o saibam e possam utilizar o voto, a seu favor.
O povo acredita que o voto nulo, branco e a abstenção possuem um significado e poder e vivem nessa ilusão, utilizando estas opções para mostrar o seu descontentamento, a sua revolta e indignação. Assim quando os cidadãos estão indignados com o desempenho do PS, PSD e CDS, optam por protestar ou indignar-se através dessas atitudes eleitorais totalmente inócuas e que eles tanto agradecem. Assim evitam que esses indignados votem contra eles.
É uma espécie de muro de lamentações, sem qualquer consequência.
E há medida que o descontentamento cresce os votos dos militantes e dos grupos de portugueses favorecidos pelos partidos do arco do poder, servirão sempre de garante para legitimar a sua vitória, pois os eleitores jamais se lembram de votar contra eles optando por outros partidos, mantém-se fieis à ideia de que se estão revoltados, não votam.
Aos políticos que há mais de 30 anos se apoderaram da democracia e do regime, não lhes convém que os eleitores possuam o poder de lhes retirar o poder. O poder não pode sair das mãos daqueles que solidariamente, o corrompem e saqueiam. Se os políticos se preocupassem com a abstenção, não mantinham 1,25 milhões de abstencionistas fantasma, será assim tão difícil perceber isso? Não acreditem em falsos activistas que convencem as pessoas a não escolher nada, porque esses apenas querem que os que escolhem PS/PSD/CDS se mantenham no poder, mesmo com poucos votos.
É urgente que este cenário seja revolucionado. Que o povo comece a votar, unidos, contra eles. Que o povo se deixe de clubismos e utopias, e vote contra os que destroem o país há anos e anos, só assim será possível iniciar uma mudança em Portugal. Enquanto as pessoas continuam a imaginar e a sonhar com revoltas e revoluções e com políticos virgens e puritanos, continuaremos na mesma, por mais 40 anos.
Procurem partidos recentes, sem cadastro, sem vícios, sem passados obscuros, sem Corrupção ou suspeitas de Corrupção, e votem com conhecimento e informação, façam justiça nas urnas. Não se abstenham, não pactuem com os de sempre. Derrubem-nos. O melhor caminho para obter um eleitorado que calando consente, é convencer os demais que calando-se/abstendo-se, protestam.
Façam ouvir a vossa voz!
Não permitam que bastem os votos das seitas de boys, dos amigos ricos do regime e dos militantes dos respectivos partidos, para lhes dar a vitória.
Quem ganha com a abstenção? Anula eleições?
Claro que o ideal seria que as várias opções do eleitor tivessem interpretações legitimas e com valor e força constitucional. Mas não têm. A realidade é apenas uma, para eles só importa é o voto válido, e desse sim eles têm medo. Só esse os pode tirar de lá, por isso colocam tantas pessoas a desinformar e a apelar à abstenção e ao voto nulo e branco.
Porque se o voto é a voz, a arma e a vontade do povo, então deveria ser o povo a decidir qual o significado do voto em branco, do voto nulo e da abstenção, jamais os políticos, que mais uma vez, tomaram para si um direito que era nosso. Mas não é assim.
Que seja o povo a decidir o que pretende dizer com a abstenção, com o voto nulo e com o voto em branco, e que consequências isso traz, para os políticos e para o país. Porque retiraram significado à abstenção? Para que não se possa usa-la contra eles?
Eles, os eleitos e candidatos, tencionam proteger-se num império indestrutível, jamais nos iam dar o poder de destruir o seu império, através de simples votos nulos, ou da ausência de votos.
Todos unidos, resta-nos mostrar às pessoas, que ainda andam iludidas em relação à espécie de seres que nos governa. Deve substituir-se a ignorância do povo pela informação e conduzir as pessoas pelo caminho mais eficaz.
Uma entre as muitas medidas a tomar se vivêssemos em democracia, seria determinar de forma definitiva e inequívoca, o valor de cada acto do eleitor…
O voto nulo significaria X e teria como impacto Y a partir da percentagem X
O voto branco significaria W e teria como impacto X
A abstenção significaria L e teria o impacto K
Votar válido é um dever se queremos retirar do poder aqueles que há décadas se apoderaram do país.
Não votar apenas serve os interesses dos que nos saqueiam, pois tem sido assim que eles se tornaram intocáveis. Ninguém os pune, ninguém os julga, ninguém vota contra eles.
O voto em branco ou abstenção tem o mesmo valor do voto nulo. Em suma ninguém pode dar um sentido diferente ao voto daquele que a lei lhe confere.
Votem contra eles… Unidos não seriamos vencidos. Não podemos continuar a dar os nossos votos ao vazio que representa a abstenção.