Excepções à sensação dos Membros Fantasmas

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Membros Fantasma
Membros Fantasma

Embora a perda de partes do corpo resulte normalmente em fantasmas, há excepções. Há quem tenha perdido partes do corpo em bebé ou criança e não tenha fantasmas. Como não têm fantasmas os doentes com lepra que perdem dedos das mãos e dos pés com o avançar da doença. Ao contrário da perda de dedos das mãos e dos pés provocada por acidentes ou por amputações, a perda provocada pela lepra é gradual, levando dez anos ou mais. A perda do dígito é precedida pela gradual degenerescência dos nervos e pela perda de toda e qualquer sensibilidade das partes afectadas. A lepra não é dolorosa, e as partes do corpo em degeneração podem sofrer graves agressões ou infecções sem que o doente tenha grande consciência disso. Resultado: muitas vezes há necessidade de amputar essas estruturas. Mas, imediatamente após uma cirurgia nos cotos, ou amputação da mão ou do pé, acontece algo de surpreendente. Mesmo que os dedos leprosos tenham desaparecido vinte ou trinta anos antes, sem deixar fantasmas, manifestam-se de repente fantasmas exuberantes dos dedos das mãos ou dos pés perdidos!

Uma das primeiras teorias relativas aos fantasmas defendia que eles eram uma espécie de memória. Por isso se supunha que não existiriam no caso de pessoas nascidas sem um membro (aplasia) em resultado, por exemplo, do facto de a mãe, durante a gravidez, ter tomado talidomida, um tranquilizante entretanto retirado do mercado. Mas se a maioria das pessoas nascidas sem um membro não dá sinais de ter fantasmas, há 10 a 20% que dão. Há quem tenha nascido sem mãos e sinta a presença dos dedos, que até consegue dobrar. E quem, tendo nascido com os braços atrofiados, sinta os braços mais longos do que na realidade são. Há o exemplo de um homem que quase não tinha antebraço direito, tendo a mão logo a seguir ao cotovelo, mas que subjectivamente sentia o braço com o comprimento do outro, que era normal. Ao contrário da maioria dos fantasmas resultantes de amputações, os Fantasmas de Membros ausentes de nascença quase nunca doem.

Fonte: LIVRO: «7 Experiências que podem mudar o Mundo» de Rupert Sheldrake

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