O astrobiólogo mundialmente famoso Chandra Wickramasinghe está furioso. O eminente cientista reiterou recentemente a acusação que fez em 2008 à NASA (National Aeronautics and Space Administration ; Administração Nacional de Espaço e Aeronáutica dos EUA).
Chandra afirmou: A descoberta de água líquida em Marte, em conjunto com descobertas anteriores de substâncias orgânicas em meteoritos que vieram do planeta vermelho, e também o metano presente na atmosfera marciana apontam para a existência de vida contemporânea naquele planeta.
Outros astrónomos, exobiólogos e peritos planetários concordam. Um dos cientistas responsáveis pelas experiências científicas conduzidas pelas sondas Viking durante a década de 1970, Gil Levin, também tem feito as mesmas declarações de forma consistente. Levin tem a tendência de se enfurecer quando o assunto é comentado.
Wickramasinghe frisou o seu argumento com a declaração: “Eu não estou a falar de fósseis, mas sim de vida contemporânea. O professor de matemática aplicada e astronomia na Universidade de Cardiff em Gales, no Reino Unido, também citou as experiências das sondas Viking de há 35 anos atrás.
A evidência das sondas Viking
Já em 1976, quando as duas sondas da NASA, Viking 1 e Viking 2, aterraram em Marte, as experiências conduzidas no local apontaram fortemente para a existência de vida microbiana activa, explicou Chandra. As experiências incluíram uma que foi especificamente projetada para detectar a presença de micróbios no solo marciano. Quando a experiência foi conduzida, um líquido rico em nutrientes foi derramado no solo da superfície daquele planeta (…) o líquido espumou de forma tão vigorosa, expelindo dióxido de carbono, que só se poderia concluir uma detecção positiva de vida, afirmou o astrobiólogo.
Apesar dos resultados, a NASA preferiu ignorar a evidência de vida. “…quando os cientistas da NASA procuravam por material orgânico ou detritos de organismos vivos ao redor do local de aterragem, as suas experiências apresentaram resultados negativos ou incertos. Assim, a NASA cautelosamente concluiu que a ausência de material orgânico significa que não foi detectada vida, apontou o astrobiólogo.
Política interplanetária
Porque uma prestigiada organização como a NASA iria esconder tal revelante informação? Afinal, se a vida está logo ali, então as chances são enormes de que a vida seja abundante por todo o universo.
Wickramasinghe suspeita de factores políticos: “Eu acho que existem considerações sociológicas e políticas em acção.” Chandra explica que “… se a vida já foi detectada, então não existem mais motivos para despender tão elevadas quantias de dinheiro para continuar a pesquisa.”
Um perigo para Terra?
Actualmente existe muito interesse científico em trazer as amostra de solo marciano para a Terra, a um custo de biliões de dólares, e existe um movimento que defende o facto de que se micróbios existem em Marte, então não deveria ser trazido material marciano para o nosso planeta, pois poderia constituir um risco de contaminação biológica.