Logo após a Segunda Guerra Mundial, antes que a “era moderna da ovniologia” tivesse sido realmente iniciada, muitas pessoas, desde a Noruega até à Finlândia, foram aterrorizadas por objectos fantásticos, semelhantes a foguetes, no céu.
As primeiras aparições, ocorridas na região a norte da Finlândia, perto do circulo ártico, no dia 26 de Fevereiro de 1946, foram inicialmente descritas como meteoros ou meteoritos. Entretanto, tornou-se rapidamente evidente que uma actividade de meteoros dificilmente poderia ser responsável por centenas de objectos voadores que surgiam durante o dia, cujos formatos eram comparados a bolas de râguebi, charutos, projécteis e até mesmo torpedos de prata.
Tais objetos, na verdade, pareciam mais ajustar-se ao formato dos foguetes nazis V-l e V-2, que despejaram morte e destruição em Londres e outros alvos no tempo da guerra. Mas as bases alemãs dos mísseis teleguiados em território europeu foram capturadas, bombardeadas ou destruídas. Além disso, o alcance máximo dos seus foguetes era praticamente um quarto do que seria necessário para que atingissem o norte da Finlândia, da Noruega e da Suécia, onde proliferavam os relatórios relativos às aparições de foguetes fantasmas. Mesmo que os soviéticos tivessem capturado um contingente de mísseis balísticos V-2 em condições de uso, como os suecos e outros temiam, por que eles os desperdiçariam sobre países escandinavos, sem nenhum objectivo aparente?
O que sabemos é que os escandinavos levaram muito a sério essa questão dos foguetes fantasmas. Surgiram na Suécia proibições contra a publicação de tais relatórios, para que não ajudassem a potência que os estava a efectuar, pela primeira vez, em 17 de Julho de 1946. Dois dias depois, a mesma proibição aconteceu na Noruega, e a Dinamarca impôs vetos similares no dia 16 de Agosto.
O “blackout” às notícias na Suécia surgiu no seguimento, por um único período de 24 horas, durante o qual 250 indivíduos de norte a sul do país declararam ter visto um objecto de prata, com o formato de uma lágrima, a cruzar os céus. No dia seguinte, o departamento de defesa nomeou uma comissão de especialistas civis e militares para cuidar do caso. No total, foram recolhidos mais de mil relatórios.
“Nesse tempo de intervalo”, os foguetes fantasmas já tinham atraído a atenção internacional. Em 20 de Agosto de 1946, David Sarnoff, vice-presidente da RCA (Rádio Corporation of América) e general reformado, aterrou no aeroporto Bromma, de Estocolmo. Com ele viajaram Douglas Rader, coronel reformado da força aérea real, e James Doolittle, um herói de guerra americano. Em 21 de Agosto, os três encontraram-se com pessoas importantes da força aérea sueca.
O que constou essa reunião permanece envolto em segredo. Doolittle, que participou de diversas operações do serviço secreto dos Estados Unidos da América após a guerra, recusou-se a falar em público sobre a missão na Suécia. Parece que Sarnoff apresentou um relatório directamente ao presidente Truman, quando regressou aos Estados Unidos. Ele também declarou a um grupo de especialistas em electrónica que considerava os foguetes fantasmas reais e não imaginários.
A História sempre teve tendência a ignorar o significado dos misteriosos mísseis escandinavos porque eles nunca receberam uma divulgação tão vasta por parte da Imprensa quanto os discos voadores, que vieram logo a seguir. No entanto, perduram muitas dúvidas curiosas. Teriam sido os foguetes parte de um fenómeno fantástico que, de algum modo, assume formatos diferentes como uma reação às ansiedades e preocupações de uma cultura em particular? Ou será que os soviéticos, ou alguma outra potência, sem que o resto do mundo tivesse conhecimento, teriam aumentado o alcance e o desempenho das mais avançadas armas da Alemanha Nazi? E, se esse for o caso, poderiam os mesmos criadores de fantasmas ser os responsáveis pelos OVNIs de hoje?
Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz