Fotografia Kirlian

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Fotografia Kirlian
Fotografia Kirlian

Fotografia Kirlian, “Kirliangrafia” ou, num termo mais moderno, bioeletrografia, é o método de fotografia descoberto pelo padre Landell de Moura em 1904. Sob a designação de “O Perianto“. Ele descrevia minuciosamente os efeitos electro-luminescentes do que muitos acreditam ser a aura humana, não podendo, contudo, seguir adiante nas suas pesquisas, encerrando-as em 1912, por questões doutrinárias da Igreja Católica, já que a técnica poderia revelar o que ele chamava de perianto, termo semelhante ao perispírito, usado pelos espíritas.

História

Em 1939, a técnica viria a ser conhecida, na União Soviética, sob a denominação de “efeito Kirlian“, em homenagem a Semyon Davidovich Kirlian, redescobridor da mesma. O método consiste em fotografar um objecto com uma chapa fotográfica, submetida a campos eléctricos de alta-voltagem e alta-frequência, porém baixa intensidade de corrente. O resultado é o aparecimento de uma aura, ou melhor, um “halo luminoso” em torno dos objectos, seja ele qual for, independente de ser orgânico ou inorgânico. A história da Kirliangrafia diz que o efeito foi redescoberto “acidentalmente”, não sendo resultado de nenhum tipo de pesquisa sistemática desenvolvida por Kirlian, que nem cientista era, e sim electricista, porém, várias experiências estavam a ser realizados na época, muitas das quais eram pesquisas sobre as influências dos campos eléctricos e electromagnéticos nos seres humanos e suas possíveis aplicabilidades práticas (possivelmente militares).

Desde que o assunto surgiu na antiga URSS, foram realizadas muitas pesquisas e ainda hoje não há evidências conclusivas de que o que é registado nas fotos tenha alguma utilidade na avaliação do estado emocional e de Saúde, ou no diagnóstico de doenças. No entanto, a utilização da fotografia Kirlian foi aprovada em 1999 pelo Ministério da Saúde da Federação Russa para uso como ferramenta auxiliar de diagnóstico médico, na sequência de um estudo realizado na Universidade Governamental de Medicina de São Petersburgo que sugere alterações significativas no padrão observado na bioelectrografia em portadores de asma antes e após tratamento, e correlação com o estado emocional dos mesmos. Existem actualmente diversas publicações científicas internacionais sobre o assunto, inclusive sobre diagnóstico de doenças, como o cancro.

Técnica

No procedimento para obter uma fotografia Kirlian, o objecto, como por exemplo uma folha ou a parte do corpo de uma pessoa (geralmente os dedos), é colocado próximo à emulsão fotográfica, em uma chapa isolante com um eléctrodo metálico por baixo, o qual está ligado ao aparelho de fotografia Kirlian que gera uma corrente eléctrica pulsante de alta frequência, baixa corrente e alta tensão (normalmente de cinco mil até vinte mil volts). Na foto obtida por este processo, aparece uma luminescência felpuda ao redor dos contornos dos objectos fotografados, resultantes da ionização dos gases que ali se encontram, onde fótons são produzidos e ali ficam registados.

Significado

As fotografias Kirlian registam a passagem de correntes pela resistência eléctrica da superfície dos materiais, biológicos ou não, por intermédio de uma chapa metálica electrificada colocada em oposição.

Muito se especula sobre o que é registado nas fotografias Kirlian. Numa visão mística, alguns entusiastas religiosos alegam que as imagens do halo registado nas fotos, correspondem à aura, ainda que esse registo também ocorra com objectos, ferramentas ou pedras. O que se julga registar-se nas imagens electrografadas é apenas a resistência ou permeância eléctrica do objecto em estudo, e nada mais.

Cépticos afirmam que grande parte dos halos são gerados pela humidade que ocorre naturalmente em todos os seres vivos, que se tornam ionizada devido aos campos eléctricos de alta-tensão e alta-frequência utilizados nessa técnica e captados pela emulsão fotográfica. De facto, considera-se que pelo menos vinte e duas características físicas, químicas e fotoquímicas podem influenciar as descargas coronais vistas nas fotos Kirlian.

A hipótese do fenómeno registado ser realmente a aura dos objectos fotografados é actualmente desacreditada em praticamente todos os meios, salvo em alguns círculos místicos.

O maior argumento a favor da explicação aceite pela comunidade científica (e consequentemente contra a explicação mística do fenómeno) é o facto de que a suposta aura não aparece se a fotografia for realizada no vácuo. Como a suposta aura defendida por alguns esotéricos deveria continuar a existir no vácuo, ou em qualquer outra condição atmosférica, esse facto representou um duro golpe na explicação mística para a imagem registada pela fotografia Kirlian.

Aplicações

Apesar da actual controvérsia sobre a existência de evidências conclusivas e falta do reconhecimento pela comunidade científica internacional sobre a validade do seu uso na prática médica, a técnica da bioelectrografia é potencialmente útil para outras situações, como a análise da condutividade e disposição de superfície de condutividade. Estudos iniciais sugerem que a técnica pode ser utilizada pela mineralogia.

Índice da Fotografia Kirlian: https://paradigmas.online/?p=425

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