Julian Assange é acusado de violação na Suécia
O fundador da WikiLeaks, Julian Assange, entregou-se esta terça-feira à Polícia Metropolitana de Londres, tendo-se apresentado, depois, ao tribunal de Westminster, onde disse que vai contestar o mandado de extradição para a Suécia por alegados crimes sexuais.
O australiano é alvo de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades suecas, para que possa ser inquirido por um tribunal de Estocolmo, acusado de crimes sexuais, nomeadamente assédio sexual e violação, alegadamente cometidos em Agosto deste ano.
Assange entregou-se na polícia acompanhado pelos dois advogados que o representam no Reino Unido, Mark Stephens e Jennifer Robinson às 9h30. Na Polícia Metropolitana da capital britânica, foi detido para interrogatório, depois de, na véspera, os seus advogados terem entrado em contacto com as autoridades inglesas para acordar um encontro voluntário.
A WikiLeaks escreveu entretanto na sua conta do twitter que os acontecimentos de hoje “não afectarão” a divulgação de novas fugas de informação. E o porta-voz da organização garantiu depois à Reuters que, apesar do ataque à liberdade de informação que diz representar a detenção, a WikiLeaks vai continuar a revelar Documentos “hoje e nos próximos dias”.
Às autoridades inglesas caberá decidir sobre o pedido de extradição sueco, embora os advogados de Assange, que dizem ter tentado falar com as autoridades suecas para saber mais detalhes sobre as acusações a Assange, tenham já garantido que vão contestar a decisão.
O mandado internacional – que as autoridades suecas garantiram ter sido recebido ontem pelas entidades competentes do Reino Unido – foi tratado pela agência britânica para o Crime Organizado.
O australiano já prestou declarações numa fase preliminar do processo, na qual negou todas as acusações, feitas por duas mulheres que trabalharam como voluntárias da WikiLeaks.
A pressão para encontrar o australiano intensificou-se na última semana. Há nove dias, a WikiLeaks começou a divulgar mais de 250 mil Documentos diplomáticos dos Estados Unidos a vários jornais ocidentais.
Opinião de Assange reafirma princípios da WikiLeaks
A WikiLeaks promete divulgar novas fugas de informação esta noite, e, entretanto, o jornal “The Australian” publicou no seu site um artigo de opinião de Julian Assange no qual traça um breve quadro sobre o papel da organização nas sociedades democráticas e o seu exercício como liberdade de expressão.
“A ideia” na base da fundação do site, lembra, foi recorrer às tecnologias de informação para reportar a verdade. “As sociedades democráticas precisam de media fortes”, entende, e a WikiLeaks, como parte desses “desses media”, revelou “verdades difíceis sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão” e histórias desconhecidas sobre corrupção.
Com isto, Assange refere-se a um novo paradigma, falando na invenção de um novo tipo de jornalismo inventado pela organização que lidera – o “jornalismo científico” –, baseado na possibilidade se conhecer a verdade de uma história e, ao mesmo tempo, poder aceder directamente aos Documentos que são prova dessa verdade.
A mensagem de Assange é também um discurso voltado para dentro, com críticas aos políticos do seu país por seguirem o mesmo discurso do Departamento de Estado norte-americano quando alegaram que as fugas de informação colocam vidas em risco.
“Durante esse tempo [os quatro anos em que incidem os Documentos revelados pela WikiLeaks] mudámos os governos, mas nenhuma pessoa saiu prejudicada. Mas os Estados Unidos, com a conivência do Governo australiano, já mataram milhares nos últimos meses”, escreve.
Fonte: Jornal Público
Artigo Original: http://www.publico.pt/Mundo/fundador-da-wikileaks-detido-depois-de-se-entregar-a-policia-em-londres_1469866
Índice do WikiLeaks: https://paradigmas.online/?p=411
Devido a sua imparcialidade em determinados assuntos vou te seguir como incentivador, pois a grande mídia precisa que a maioria de seus integrantes sejam imparciais como voce.
Obrigado Jéferson.
Realmente tentamos ser imparciais. Tentamos não nos inclinar-mos para o lado noticioso oficial, mas também não nos inclinar-mos para o lado não-oficial/alternativo. Este site tem objectivos informativos, dando sobretudo a conhecer as alternativas à “verdade” oficial, uma vez que são aquelas que menos publicidade têm tido, e como tal, não têm chegado ao conhecimento das pessoas em geral.
Mas depois, cabe a cada um tirar as suas conclusões.
Cumprimentos 🙂