Portugal não reconhece oficialmente o termo Chemtrails mas existem fotos que provam que esta entidade e muitas outras podem estar erradas.
O Tugaleaks contactou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a entidade responsável por “vigiar os céus”, por assim dizer, bem como responsável pela maior parte das previsões meteorológicas que passam todos os dias nos noticiários em Portugal. A Divisão de Previsão Meteorológica, Vigilância e Serviços Espaciais (DivMV) desta entidade, respondeu-lhes, dois meses depois: “os Chemtrails para eles não existem”.
A resposta enviada pela DivMY indica que “o termo rastos químicos, referido no inglês como “Chemtrails” tem vindo a ser associado a rastos de agentes químicos ou biológicos libertados deliberadamente por aviões clandestinos para fins não revelados ao público” mas “não é reconhecido na comunidade científica”, não existindo “evidência científica para esta teoria, e consequentemente o termo”. A resposta enviada à redacção do TugaLeaks atribui ainda os “Chemtrails” aos “contrails“, que é algo bastante diferente.
Resposta completa da DivMY:
“O termo rastos químicos, referido no Inglês como “Chemtrails” tem vindo a ser associado a rastos de agentes químicos ou biológicos libertados deliberadamente por aviões clandestinos para fins não revelados ao público. Não existe, no entanto, evidência científica para esta teoria, e consequentemente o termo não é reconhecido na comunidade científica. Em particular, não se encontra este termo nos glossários de meteorologia, visto não corresponder a um fenómeno meteorológico reconhecido.
Por outro lado, o termo “contrail” é já amplamente aceite, resultando da junção das palavras “condensation” e “trail“, tendo tradução em português de “rasto de condensação”. Este fenómeno tem origem na reacção de combustão (ou queima de combustível) nos motores dos aviões, dando origem à produção de calor e a diversos compostos, entre os quais vapor de água.
O que acontece é que o ar expelido dos motores dos aviões é muito húmido e quente enquanto o ar ambiente, à altitude a que voam os aviões comerciais, é frio e menos húmido. Quando as duas massas de ar estão no limiar de saturação e se misturam, a combinação de temperatura/humidade pode originar condensação e consequente formação do rasto de nuvens (contrails).
Estes rastos de condensação são observados em níveis elevados da troposfera, onde a temperatura ambiente é muito baixa (o necessário para ocorrer condensação), e onde existam valores elevados de humidade. Se o avião se deslocar para níveis inferiores, onde a temperatura ambiente não é tão baixa, os “contrails” desaparecerão.
Se os “contrails” persistirem podem levar à formação de uma camada mais extensa de nuvens finas de aspecto fibroso (cirrus). Estima-se que nos corredores aéreos mais utilizados se tenha registado um aumento da cobertura de nuvens na ordem de 20%.
Os “contrails” são observados nas imagens de satélite, e em particular nas imagens do satélite geostacionário europeu (MSG), que capta imagens do disco terrestre a cada 15 minutos em 12 canais espectrais (visível e infravermelho), recebidas e processadas pelo IPMA.
Embora seja possível observar estes rastos de condensação recorrendo a imagens de satélite em canais espectrais individuais, a combinação de canais facilita em muito a identificação deste fenómeno. Nas imagens seguintes apresentam-se dois exemplos de detecção deste tipo de nuvens, no dia 27 de Abril de 2006. A primeira figura corresponde a uma imagem gerada com a combinação dos canais na banda do infravermelho 8.7, 10.8, e 12.0m do satélite MSG, às 10:00. A segunda figura, corresponde ao mesmo dia, mas a um instante durante a noite, às 05:00, esta gerada pela combinação dos canais 3.9, 10.8, e 12.0m do satélite MSG“.