Cães domésticos, ratos e porcos estão a ser expostos à radiação, alimentação forçada e implantação de tubos em órgãos internos durante experiências cruéis efectuadas por empresas gigantes da indústria alimentícia.
Danone, Nestlé e Yakult estão a realizar experiências em animais inocentes com objetivo de conseguirem novas formas de fazer dinheiro com produtos já existentes no mercado.
Num exemplo “doentio”, os cientistas que trabalham para a Nestlé testaram nos seus próprios cães uma redução alimentar com 25% das suas necessidades energéticas e foram injetados com glicose.
A pesquisa, que foi publicada em artigos médicos entre 2014 e 2015, envolveu alimentação forçada, radiação, dietas restritivas e implantação cirúrgica de tubos. Os animais eram mortos frequentemente no final das experiências.
Ativistas dos direitos animais agora pedem ao público um boicote à Danone, Nestlé e Yakult, para que o sofrimento animal acabe.
A doutora Katy Taylor, diretora científica da Cruelty Free International, afirmou:
“O público ficaria chocado ao ter conhecimento que marcas famosas e conhecidas estão envolvidas em experiências doentias com animais”.
“Provar que estes produtos ajudam a resolver problemas de saúde induzidos artificialmente em animais não significa que eles vão ter os mesmos efeitos nos seres humanos, e isso pode ser enganoso para os consumidores.”
“Alguns destes testes utilizam produtos já existentes no mercado. Acreditamos que não há razões para que voluntários e consumidores humanos não estejam envolvidos na avaliação dos efeitos na saúde destes produtos em situações da vida real.”
Os pesquisadores da Yakult trabalharam intensivamente na Coreia do Sul alimentando camundongos sem pelo de 5 semanas de idade com bactérias probióticas, uma hora antes de serem expostos à radiação de luz ultravioleta, a uma distância da pele de apenas 12,7 cm.
O procedimento excruciante foi repetido três vezes por semana durante 12 semanas, e a dose de radiação aumentava à medida que o tempo passava.
Os ratos desenvolveram rugas profundas e, seguidamente, foram mortos para que a pele pudesse ser removida e examinada.
Quando questionado pelo Express.co.uk sobre as experiências, um porta-voz da Yakult disse que os estudos não foram realizados com os produtos vendidos no Reino Unido. Mas a Cruelty Free International disse que essa afirmação é “falaciosa”, uma vez que os lucros de todo o mundo podem ter sido utilizados para financiar a pesquisa.
A Nestlé restringiu a alimentação de 18 beagles que tinham excesso de peso, numa dieta intensa de 6 meses para testar a versão da Purina (ração da empresa) de baixa caloria. Enquanto comiam 25% das suas necessidades energéticas, eles eram sujeitos à injeções de glicose e coleta regular de sangue.
A Nestlé também privou a alimentação de ratos por 23 horas, para ver se a canela poderia ser utilizada para tratar a obesidade em seres humanos. Os pesquisadores forçavam uma alimentação à base de canela através de um tubo colocado goela abaixo.
Numa segunda experiência, 60 ratos foram alimentados com uma dieta rica em gordura, durante 10 semanas, para torná-los obesos após passarem por uma dieta contendo extrato de canela por mais 36 dias. No final da experiência, os ratos foram alimentados forçadamente com glicose, antes de serem submetidos a repetidas coletas de sangue por um período de duas horas. Todos os ratos foram sacrificados e os seus órgãos dissecados.
Um porta-voz da Nestlé disse: “Os testes em animais são, com razão, um motivo de preocupação pública, e só deveriam ocorrer em absoluta necessidade de demonstração de segurança, como parte do processo de regulamentação para a comercialização de um produto.”
Segundo o porta-voz, “A Nestlé não faz testes em animais para desenvolver os nossos produtos alimentares e bebidas convencionais, tais como café, chá, cereais e chocolate, que têm sido parte da nossa dieta por muitos anos.”
“Quando as autoridades competentes exigem de nós esse tipo de teste, para a demonstração da segurança e comercialização de alimentos com ingredientes ou produtos farmacêuticos e dispositivos dermatológicos, cumprimos todos os regulamentos e normas aplicáveis.”
O porta-voz acrescentou que a Nestlé apenas faz testes “necessários” e que está a desenvolver novos métodos científicos que reduzam o número de animais utilizados em experiências.
Ele ainda afirmou: “Onde a experiência animal é necessária, nós levamos muito a sério a nossa responsabilidade ética em relação ao tratamento dos animais, incluindo locação adequada, nutrição, cuidados e tratamento humano.”
Defendendo o uso dos beagles, o porta-voz disse que está comprometido a ajudar os animais obesos a “viverem vidas mais felizes e saudáveis”; a obesidade afeta mais da metade dos gatos e cães domésticos.
E ainda disse: “Os cães deste estudo nutricional são os nossos animais de estimação e permaneceram sob os nossos cuidados em tempo integral antes, durante e depois do estudo. Realizamos apenas os procedimentos que são adequados para cães e gatos e que sejam consistentes com a excelência em cuidados veterinários.”
A Cruelty Free International disse que é “inadequado” chamar estes beagles de animais de estimação, uma vez que são mantidos em ambiente laboratorial com acesso limitado ao ar livre e um proprietário amoroso. A ONG afirmou que os cientistas da Danone que queriam descobrir qual fórmula para bebés seria de mais fácil digestão, em comparação com os outros produtos encontrados no mercado, poderiam facilmente encontrá-la ao avaliar a alimentação dos bebés e as suas reacções clínicas. Ao invés disso, os cientistas que trabalham para a Nutricia Research implantaram tubos intestinais em oito leitões de 2 semanas de idade. Eles foram alimentados à força 4 vezes ao dia durante 6 dias, e então os cientistas recolhiam amostras a partir dos tubos. Um leitão morreu logo após a cirurgia e outro teve que ser excluído da experiência porque seu tubo começou a vazar. Não se sabe o que aconteceu com os leitões após esses testes.
Um porta-voz da Danone afirmou: “A Nutricia Research está empenhada em desenvolver produtos seguros e eficazes. Temos políticas estritas sobre o uso de animais em laboratórios, limitados a garantir a segurança e eficácia dos nossos produtos nutricionais. A nossa pesquisa é totalmente compatível com os padrões internacionais e segue as recomendações de autoridades internacionais, incluindo a OMS, ILSI e o FDA. Somos transparentes sobre a nossa pesquisa animal, à qual compartilhamos dentro da comunidade médica e científica.”
Fonte: express.co.uk