Warren Felty e William Miller, de Harrisburg, Pennsylvania, encontraram-se no dia dos veteranos, em 1986, para comemorar uma série improvável de eventos acontecidos havia mais de quatro décadas.
Uma noite, em Fevereiro de 1940, Felty dirigia-se de carro para a sua casa em Middletown, Pennsylvania, quando viu as luzes do automóvel à sua frente começarem a ir de um lado para outro. O carro derrapou e caiu num aterro perto de Camp Hill.
Felty parou na berma e correu em direcção ao local do acidente. Quando chegou perto, viu que o motorista fora atirado através do pára-brisa e caíra num monte de neve de mais de 1 metro de altura. O homem estava inconsciente e coberto de sangue. Ele levantou-o, levou-o até ao seu carro e transportou-o para o Harrisburg Hospital.
Quatro dias depois, William Miller, a vítima do acidente, recuperou a consciência. Ficou a saber o nome do homem que lhe salvara a vida, cruzou-se com ele várias vezes, mas nunca chegaram a ser realmente amigos.
Na verdade, eles não podiam saber que, quando os Estados Unidos da América entrassem para a Segunda Guerra Mundial, ambos se alistariam na força aérea e tornar-se-iam pilotos de B-17. Também não sabiam que seriam abatidos pelos alemães e levados, juntamente com 4 mil outros prisioneiros, para Nuremberga, logo atrás da linha da frente do exército russo.

Debilitados pela fome e com roupas impróprias para enfrentar o rigoroso inverno de 1944, o mais forte que se abatera sobre a Alemanha em oitenta anos, muitos prisioneiros não conseguiram sobreviver, caindo no chão e morrendo de frio.
Felty, um dos sobreviventes, estava a marchar, quando viu um corpo num monte de neve ao longo da estrada. Na esperança de reanimar o pobre infeliz, deu um pontapé no homem caído e, segundo as próprias palavras, anos mais tarde:
“Ali estava ele, Bill Miller. Inacreditável!”
Miller, quase inconsciente, teve de ser arrastado até chegar ao destino. Felty, Miller e os outros prisioneiros finalmente chegaram a um campo de concentração em Moosburg, de onde o terceiro exército de Patton os libertou, no dia 29 de Abril de 1945.
Os dois homens ainda se lembram de como em duas ocasiões, com cinco anos de diferença e a 6.400 quilômetros de distância, um carregou o outro em segurança, tirando-o de um monte de neve.
Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz