Por: Ivo Margarido
Senhora Presidente da Assembleia da República,
Invoco os Artº 2º, 3º, 21º, 48º, 50º e 51º da Constituição da República Portuguesa para pedir a palavra.
Considerando que, enquanto cidadão português, os meus direitos estão a ser gravemente desrespeitados e até aniquilados, considerando ainda que as diversas entidades políticas e administrativas que tenho questionado nem sequer se dignam responder, venho exercer o meu direito de resistir a ordens que ofendem os meus direitos que me são concedidos na Constituição da República, exigindo participar neste debate.
Começo por dizer que os senhores estão equivocados. Democracia é respeitar a vontade dos portugueses, democracia é respeitar os direitos dos cidadãos, democracia é criar mecanismos que contribuam para a felicidade da Sociedade. Já enganar os portugueses com um programa eleitoral para se fazer eleger e posteriormente por em prática precisamente o contrário, depois de assumir o comando do país enquanto governo não é democracia. Mas tais práticas não são inéditas; governos anteriores também usaram tais estratégias. Não reconheço legitimidade neste governo.
Continuo a perguntar: o que se passa neste Parlamento? Será que se perdeu a consciência?
Segundo o Artigo 147.º da Constituição (Definição), a Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses. Pois bem, está à vista de todos que é falso.
A Assembleia da República Portuguesa é a assembleia representativa de alguns cidadãos portugueses, nomeadamente daqueles que são amigos dos que ocupam os mais altos cargos políticos e das corporações que empregam ex-políticos e futuros ex-políticos.
Os dias passam, as semanas sucedem-se e ao longo dos meses nenhum membro do governo ou deputado aborda o verdadeiro problema por detrás da crise. Levanta-se então a seguinte questão: será por desconhecimento ou é intencional? Pessoalmente, não tenho dúvidas de que o actual cenário é intencional.
Vou utilizar um discurso simples e que todos os portugueses entenderão. Por que razão ninguém fala do sistema monetário sendo este o único responsável pela falta de liquidez a que estamos confrontados e que resulta dos vícios de forma fraudulentos que caracterizam este sistema, designadamente a reserva fraccionária? Uma vez que a reserva fraccionária permite que os bancos emprestem várias vezes o dinheiro dos seus depositantes, os bancos criam assim dinheiro a partir do nada, cobrando juros por dinheiro que nem sequer existe.
A falta de liquidez resulta do dinheiro que é cobrado pelos juros, pois como nunca existiu não foi introduzido no stock de moeda. Logo, sempre que é celebrado um contrato de crédito, o facto dos seus titulares pagarem juros à Banca, faz com que estejam a retirar dinheiro que circula na Economia e em determinado momento verificar-se-á que não existe dinheiro suficiente a circular para suprir todas as necessidades, o que inevitavelmente desencadeará falências e crescimento desenfreado do desemprego.
Os bancos centrais criam dinheiro através de um sistema de dívidas que cria escassez, colocando um determinado e restrito grupo de pessoas numa posição privilegiada de acesso a todos os dados da Economia que mais ninguém tem. Temos assim um grupo de banqueiros a quem foi atribuída a capacidade de imprimir dinheiro de uma maneira que protege os de dentro e prejudica todos os outros.
É importante salientar que qualquer cidadão que crie dinheiro da mesma forma que o fazem os bancos, é condenado por falsificação. Somos testemunhas da maior impressão de dinheiro falso da história. Este truque financeiro disfarça o “esquema” e oculta os culpados transformando o povo em escravos da dívida.
Vivemos numa Economia de “verme”, onde a elite financeira é o “verme” que se alimenta do povo. Temos assim um “parasita” que manipula, vai crescendo e engrossando à custa de
todos.
Tais mecanismos estão em total oposição com o Artigo 101º da Constituição da República e põem em causa direitos e princípios fundamentais previstos designadamente nos Artigos 67º, 81º, 87º, 99º. Pergunto: o que têm feito os sucessivos governos que autorizam este sistema que também é reconhecido pelo Banco de Portugal?
Assistimos diariamente à falência de empresas, o que por sua vez desencadeia o crescimento do desemprego, levando inevitavelmente à perda de capacidade financeira das empresas e famílias para fazer face aos encargos, potenciando penhoras e execuções.
Qual a legitimidade das instituições bancárias para penhorarem e executarem bens por falta de pagamento quando na realidade estão na origem da falta de liquidez que força aos incumprimentos?
O actual Sistema Financeiro atingiu os seus limites tornando-se insustentável, esgotando-se assim uma modalidade de “roubo autorizado”, desconhecida pela grande maioria da população, mas que nos afecta a todos.
Torna-se evidente que o endividamento é uma arma com retardador que visa nomeadamente impor o liberalismo, obrigando os estados a privatizar os seus serviços públicos e transformando os cidadãos em escravos dos bancos e das grandes empresas multinacionais.
Quando os efeitos do endividamento se tornam evidentes já é tarde demais, não parece então existir outra alternativa senão a aniquilação do poder do Estado (portanto, dos cidadãos), porque nessa altura o endividamento já reduziu inexoravelmente os recursos financeiros dos estados.
Aparece assim o projecto liberal de reduzir o estado ao mínimo, concedendo o máximo campo de acção a empresas privadas, o que aparentemente se impõe como uma solução perfeitamente lógica. E assim, não parece haver outra saída senão a redução progressiva do financiamento dos serviços públicos e das prestações sociais (reformas, assistência na doença, desemprego). A um certo ponto do processo, a privatização dos serviços públicos vai acabar por parecer a única via possível de salvação, até porque o aumento da dívida ameaça levar o Estado à falência.
Se continuarmos a ignorar e a agir como sempre fizemos sob pretexto de que “sempre foi assim”, estaremos a ser moralmente responsáveis e coniventes pelo empobrecimento cada vez mais profundo do país, das famílias e pela falência das empresas, …, uma vez que apenas servimos esse mecanismo fraudulento.
Urge denunciar e tomar consciência de que os maus resultados das medidas impostas pela Troika, FMI, BCE (…), são intencionais e assentam nesse mecanismo fraudulento do sistema monetário que está a levar países à bancarrota, o que por sua vez facilita as privatizações e inevitavelmente provoca o empobrecimento da população que se torna inconscientemente submissa.
Assim, há cada vez mais países reféns que não conseguem sair da espiral, sendo forçados a aceitar directrizes de entidades privadas, perdendo a sua soberania.
Pergunto ainda:
Qual a legitimidade do Estado para financiar bancos privados? Será este o propósito de um estado que se preze quando em paralelo se verifica a destruição do estado social?
- Eu afirmo: os bancos privados não têm de ser financiados pelos portugueses que não sejam seus accionistas. É criminoso impor tal medida ao povo português.
- Vejamos o que diz a alínea 2 do Artigo 86.º da Constituição da República (empresas privadas):
“O Estado só pode intervir na gestão de empresas privadas a título transitório, nos casos expressamente previstos na lei e, em regra, mediante prévia decisão judicial”.
- O que dizer do financiamento do BANIF e da restante Banca? Alguns banqueiros afirmam que os portugueses aguentam. Tenham vergonha e aguentem da mesma maneira que impõem aos portugueses.
- Senhores governantes, não será também criminoso nacionalizar um banco privado cujo buraco financeiro já era conhecido? Sim, refiro-me ao BPN. Não estaremos perante um caso de gestão danosa que tem contribuído diariamente para a ruína do país? Por acaso a justiça foi atrás dos bens daqueles que saquearam o banco, por forma a minimizar a dívida que os cidadãos foram forçados a suportar?
- Temos uma justiça que não funciona, que é controlada e que permanece impune perante os seus evidentes erros.
-
Temos reguladores que não funcionam e fazem parte de um grupo organizado que promove e apoia o saque do país e dos cidadãos. De um ponto de vista ético e daquelas que seriam as supostas obrigações de um estado enquanto pessoa de bem, promovem-se os incompetentes. Basta analisar o caso do Sr. Vítor Constâncio. Em 2010, ano em que errou nas previsões macroeconómicas, acompanhou o governo português na negação da crise mundial e falhou na regulação bancária, ao actuar tardiamente nos casos BPN e BPP, que custaram aos contribuintes portugueses um montante superior a 9.500 milhões de euros. Em acelerada perda de credibilidade no país, Vítor Constâncio foi nomeado vice-presidente do Banco Central Europeu, num mandato que durará oito anos e onde é responsável pela supervisão bancária.
- O que dizer ainda do exemplo do Sr. Eduardo Catroga que ajudou a negociar o memorando da Troika e que posteriormente foi promovido para a EDP, cuja privatização tinha acabado de ocorrer?
- Pergunto também: Qual é o motivo plausível para que certas pessoas ex-detentoras de cargos políticos e administrativos recebam reformas “chorudas” para as quais nem sequer contribuíram na sua justa medida nem o tempo necessário, à semelhança do cidadão comum?
Nenhuma medida Política resultará enquanto o actual sistema monetário vigorar. Ou procedemos a uma profunda reforma do actual sistema ou continuaremos a alimentar um sistema que apenas contribui para a aniquilação das economias e por consequente das pessoas e do próprio planeta. É simples, o dinheiro não poderá continuar a ser um negócio e se o for deverá ser com regras lógicas e que não provoquem escassez. São factos matemáticos.
Façamos a seguinte análise:
- Quem cria valor, o dinheiro ou as pessoas? É óbvio que são as pessoas. Então porque continuam os governos a apoiar o capitalismo e as corporações que não respeitam quem cria valor?
- Como pode haver crescimento, se não há empresas suficientes para integrar os desempregados?
- Como pode haver crescimento se os desempregados não têm economias nem acesso a crédito com regras justas para criar negócios?
- Convém perguntar: Para onde foram os 12 mil milhões de euros incluídos no valor total do financiamento que Portugal contraiu e que supostamente serviria para financiar a banca privada, que deveria reintroduzir esse dinheiro na Economia? Em paralelo é notícia de que bancos alemães se disponibilizam para financiar as empresas portuguesas.
Analisemos ainda: se a dívida já representa mais de 123% do PIB, como poderemos pagá-la se não produzimos o suficiente? É matemático. Necessitaremos de cada vez mais dinheiro e a dívida continuará a crescer. Meus senhores, no imediato, a solução passa por negociar o perdão de dívida, não há outra forma de resolução.
Estão a ser cometidos crimes contra a humanidade quer em Portugal quer por essa Europa fora. Assistimos de forma totalmente impune ao desrespeito dos cidadãos, dos seus direitos e das próprias constituições.
Outro assunto grave ao qual deve ser dada uma resposta urgente: o espaço aéreo português está a ser “sobrevoado” por aviões que pulverizam os “Chemtrails” ou rastos químicos. Este assunto está a ser ocultado em Portugal. Qual a razão? Quem lucra com isso?
Para além da incontestável ligação à tecnologia HAARP e geoengenharia, os efeitos nefastos do aumento de metais pesados no ar e nos solos (designadamente alumínio e bário) afecta gravemente a Saúde de todos os seres vivos e o PH dos solos, o que terá incidências na agricultura a curto prazo, isto é, a produção biológica tornar-se-á gradualmente impossível.
Curiosamente a Monsanto (empresa norte americana) tem vindo a registar patentes de sementes e a alterá-las geneticamente resistindo nomeadamente aos tóxicos pulverizados. Num futuro próximo, quem queira produzir Alimentos será forçado a adquirir sementes patenteadas à Monsanto (o único produtor mundial). Coincidentemente, a 6 de Maio de 2013 foi votada uma lei no Parlamento Europeu que ilegaliza todas as sementes não registadas.
Sabemos que está em marcha a implementação da Nova Ordem Mundial, surgindo cada vez mais relatos de que essa estratégia engloba a redução intencional da população mundial.
Atendendo à toxicidade dos Chemtrails pulverizados, as consequências para a humanidade serão dramáticas. Estranhamente, quando analisamos as medidas políticas que estão a ser implementadas por esse mundo fora, inclusive em Portugal, há motivos para que os portugueses se preocupem. Devem agir agora para travar esta loucura.
Para concluir, resta-me dizer que vejo uma classe Política na sua maioria mal-intencionada que nem sequer se preocupa com a condição humana e que o nosso país não tem condições para suportar as vossas mordomias e salários milionários. Quando analisamos os resultados do trabalho da maioria dos políticos não é necessário ser-se perito para perceber que não merecem sequer a remuneração de que auferem.
Os governantes afirmam que estão preocupados com a criação de emprego. Pois bem, para além de cidadão, sou também empresário português. Solicitei, quer ao Sr. Primeiro-Ministro, Ministro da Economia e Ministro das Finanças agendamento de audiência para apresentar um conceito que tem em simultâneo uma vertente empresarial e social, com potencial de criação de 7.000 postos de trabalho directos e 10.000 indirectos nos próximos 5 anos. Deixe-me dizer-lhe Sra. Presidente que ninguém se dignou receber-me. E os senhores continuam a afirmar que estão preocupados com a criação de emprego?
Senhora presidente: o actual modelo governativo está obsoleto. O povo quer uma verdadeira democracia, uma democracia participativa. Eu exijo a democracia participativa.
Exijo ainda a abolição do conceito de partido político, pois são, na sua essência, grupos organizados que trabalham para garantir interesses instalados.
É possível travar esta destruição. Há soluções. Devemos focar-nos exclusivamente nos interesses do país e em proporcionar o bem-estar à Sociedade. Urge implementar um conceito de medidas baseadas no interesse social e colectivo, abolindo o conceito de interesses individualistas de alguns grupos.
Acabou o tempo daqueles que pensam apenas no seu umbigo, que praticam o compadrio, o favorecimento de grupos económicos nos quais virão a participar ou têm interesses, acabou o tempo daqueles que fomentam a aplicação de medidas que visam forçar as privatizações roubando progressivamente aos cidadãos aquilo que várias gerações criaram com o seu esforço e suor, acabou o tempo daqueles que julgam que o povo é seu escravo forçando-o a servi-los de forma imoral e vergonhosa, acabou o tempo daqueles que se servem do Estado e dos cargos que ocupam para atingirem os seus objectivos pessoais, acabou o tempo daqueles que favorecem as grandes corporações que um dia também elas foram privatizadas, premiando-se aqueles que as favorecem.
Julgo que se justifique exigir que enquanto houver fome e miséria neste país nenhum cargo político aufira de remuneração superior a 1.500 € / mensais. Sra. presidente, tanto haveria para dizer e não posso deixar de lamentar o facto de que também a Sra. presidente ignorou o pedido de audiência que lhe dirigi.
Que fique bem claro. Aqueles que não estão aqui para servir o povo, emigrem imediatamente, o vosso tempo acabou e o povo português vai voltar a fazer História tomando as rédeas do seu país, do seu destino.
Eu participarei nesta luta.
Ivo Margarido
24-05-2013