Investigadores da Universidade da Beira Interior descobriram propriedades antibacterianas no óleo de coentros contra várias bactérias nocivas ao Homem. O estudo revela não só o efeito antibacteriano do óleo de coentro, como, também, explica como este actua sobre as bactérias.
Fernanda Domingues, que liderou o estudo, explica que “o óleo de coentros actua ao nível da membrana que envolve a célula bacteriana, destruindo a barreira entre a célula e o seu Meio Ambiente e inibe processos essenciais, incluindo a respiração, o que acaba por conduzir à morte da célula bacteriana”.
Os investigadores sugerem que o óleo de coentro poderá ter importantes aplicações na indústria alimentar e Farmacêutica. Fernanda Domingues refere que “por ano, até 30 por cento da população dos países desenvolvidos sofre de doenças transmitidas por alimentos.”
“Este estudo deverá incentivar o desenvolvimento de novos aditivos alimentares que contenham óleo de coentro para combater agentes patogénicos de origem alimentar e evitar a deterioração bacteriana”.
A investigadora da UBI acrescenta ainda que “o óleo de coentro poderá também tornar-se numa alternativa natural aos antibióticos comuns. Prevemos a utilização de óleo de coentros em Medicamentos na forma de loções, colutórios e até em comprimidos, para combater infecções bacterianas multirresistentes que de outra forma não poderiam ser tratadas e, com isto, melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas. “
O grupo de investigadores da UBI testou o óleo de coentro em doze estirpes bacterianas, incluindo Escherichia coli, Salmonella enterica, Bacillus cereus e meticilina-resistant Staphylococcus aureus (MRSA). O óleo de coentro actuou como bactericida para quase todas as bactérias testadas, à excepção da Bacillus cereus e da Enterococcus faecalis.
O estudo, realizado por Filomena Silva, Susana Ferreira, João Queiroz e Fernanda Domingues, intitula-se «Óleo essencial de coentros: a sua atividade antibacteriana e modo de acção avaliados por citometria de fluxo».
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Journal of Medical Microbiology, a 25 de Agosto de 2011.
Fonte: UBI