José Esteves, o presumível autor da bomba de Camarate, fez chegar à Comunicação Social uma confissão que diz que lhe irá servir de base para o testemunho que prestou, no dia 16 de Maio de 2013, na Assembleia da República, perante os deputados da décima comissão parlamentar de inquérito à tragédia de Camarate. E explicou: “Faço esta divulgação prévia não por desrespeito à Assembleia da República (AR), mas sim porque sei que vou ser ouvido à porta fechada, facto que vai contra a minha vontade expressa, pois aquilo que tenho a dizer deve ser do conhecimento público”.
As recentes audições na AR sobre o caso do atentado de 1980 contra o primeiro-ministro Sá Carneiro e ministro da defesa, Amaro da Costa, decorreram à porta fechada. Fernando Farinha Simões, um presumível operacional, recusou-se a prestar declarações adicionais àquelas que constam de um vídeo que, desde o ano passado, circula no YouTube. E justificou isso com o facto de o quererem ouvir sem a presença da Comunicação Social, o que vai contra a sua vontade. No entanto, Carlos Miranda, suposta testemunha dos actos de Farinha Simões e José Esteves, foi ouvido à porta fechada e aceitou prestar declarações. Esta testemunha confirmou ter tido contactos com José Esteves e Farinha Simões e afirmou ter visto o primeiro a preparar uma bomba numa marquise num andar no Cacém e que a mesma teria sido usada no atentado de Camarate. E, também, na terça-feira, dia 14, Vítor Pereira, ex-inspector da PJ, esteve a testemunhar na AR, igualmente longe do olhar da Comunicação Social.
Sobre a divulgação antecipada das suas declarações perante os deputados, O presumível autor da bomba deixa uma última declaração: “Conto com os jornalistas para que façam o seu trabalho em prol da Democracia e da “coisa pública”, ou seja, da “Res Publica”.
Na carta da confissão, divulgada em seguida em formato PDF, podemos ler nomes de pessoas como Frank Sturgis (ao serviço da CIA), Melo Alves, Francisco Pessoa (que o podia “proteger” em Portugal), Vítor Pereira (ex-PJ), Cunha Rodrigues (ex-procurador geral da República), Juiz Fernando Vaz Ventura (proposto em 2012 para o Tribunal Constitucional), Marques Monteiro (PJ), Paula Marques (que o drogou na sua residência, alegadamente a mando da PJ), inspector superior Felipe Henriques (PJ), entre outros. Na carta, José Esteves afirma que no caso Camarate a PJ foi uma “polícia bandida e contumaz”.
Vídeo da Confissão de Farinha Simões
Download da confissão em PDF: Aqui.
Fonte: Tugaleaks.com