Deuses da mitologia oriental e ocidental tinham a especial habilidade de voar. Entre os homens, alguns também se tornaram mestres nesta arte, como os Brahmans e iogues indianos que, se não voam de facto, conseguem erguer a si mesmos no ar através da técnica denominada levitação. Nos Vedas – escrituras sagradas e históricas da Índia, existe uma série de instruções sobre como obter o estado físico-psíquico necessário para erguer-se acima do solo desafiando a lei da gravidade. Infelizmente, o significado de muitas palavras e conceitos do antigo idioma indiano (senzar e sânscrito) perderam-se ao longo dos séculos tornando impossível a tradução de muitos trechos nos termos das línguas actuais. Entretanto, “levitadores” experientes afirmam que tanto na antiguidade quanto nos dias de hoje, os “Iniciados” foram e são capazes de se erguer do solo até 90 cm. A prática, porém, não se destina a impressionar curiosos; antes, faz parte de rituais religiosos.
A arte da levitação ainda existe e pode ser observada na Índia e no Tibete. Muitos estudantes de tradições orientais mencionam o fenómeno dos “lamas voadores”. A pesquisadora francesa Alexandra David-Neel, no início do Século XX, testemunhou o fenómeno da levitação obtida por um monge budista, que ergueu-se a doze metros no ar sobre o platô de Cnan Tang. Além de levitar, o monge movia-se no espaço como uma bola de ténis mantendo os olhos fixos numa “estrela-guia” que somente ele conseguia ver durante a experiência, que foi realizada em pleno dia. Também na Europa, a levitação é conhecida há muito tempo embora o método para obtê-la seja diferente dos empreendidos por Brahmans e iogues. Os monges europeus não passam por um treinamento especial para desenvolver esta faculdade mas conseguem flutuar quando alcançam um estado extremo de êxtase espiritual.
Santa Teresa D’Ávila
Segundo registros confiáveis, Santa Teresa, uma freira carmelita nascida em Espanha e que viveu no Século XVI, era capaz de levitar. O seu “vôo” foi testemunhado por 230 padres católicos. Ela escreveu sobre o seu dom incomum numa autobiografia, em 1565. No relato, a freira revela que jamais desejou levitar; o facto simplesmente aconteceu depois de um longo período dedicado a orações nas quais ela pedia a Deus que a abençoasse com as suas graças. Finalmente, aconteceu a levitação, como uma resposta do Todo Poderoso aos rogos da religiosa.
São José de Cupertino
Um dos mais famosos entre os levitadores ocidentais é Josef Desa ou San José de Cupertino, conhecido como “homem voador”. Nasceu numa família muito religiosa, no sul de Itália. Desde criança, Josef mostrava-se dedicado à Religião e praticava o automartírio, as flagelações, como forma de obter o êxtase da alma. Mais tarde, ingressou numa ordem Franciscana. Ali, conseguiu atingir o seu objectivo e o resultado do êxtase foi a ocorrência da levitação. O facto repetiu-se algumas vezes e Josef foi levado a Roma para uma audiência pessoal com o Papa Urbano VIII. Ele ficou extremamente excitado e, ao levitar no Vaticano, precisou que o chefe da ordem interviesse para que voltasse ao solo. Muitos cientistas observaram e registaram centenas de vezes as levitações de Josef porém, o Cristianismo católico ficava extremamente embaraçado em explicar aquele caso que provocava grande comoção popular pelo seu carácter miraculoso; por isso, o frade foi afastado do monastério em 1653, transferido para outro local, em Osimo, onde morreu em 1663. Quatro anos depois, Josef Desa foi canonizado.
Douglas Home
No Século XIX, Daniel Douglas Home ficou famoso pela sua capacidade de levitar. O editor de um jornal americano descreveu assim o seu testemunho da primeira demonstração pública de Douglas:
“Repentinamente, Home começou a elevar-se do solo e todas as pessoas na sala ficaram completamente surpresas. Eu pude ver as suas pernas a voar, sem contacto com o solo. Aparentemente, ele não podia falar sobre o que sentia, se tinha dores na sua experiência antes ou depois ou se a sua mente estava num estado especial de consciência. Desceu algum tempo depois e posteriorte, elevou-se novamente. Durante a sessão, levitou três vezes.”
Home aprendeu a levitar sozinho e demonstrou a sua habilidade para centenas de espectadores incluindo celebridades da época como Mark Twain, Napoleão III e outros, entre políticos, médicos e cientistas. Jamais foi acusado de fraude nas suas mil e quinhentas sessões registadas.
Subbayah Pullavar
No Século XX, a 6 de Junho de 1936, a revista inglesa London News publicou uma série de fotografias que mostravam as sucessivas etapas de levitação do iogue indiano Subbayah Pullavar, demonstrando que o fenómeno não era uma ilusão hipnótica. A testemunha P.Y. Plunkett escreveu sobre o episódio: “Aconteceu por volta das 12:30 da manhã, com o sol a pino de modo que as sombras não influenciaram o espectáculo. …A pouca distância, de pé e em silêncio estava o protagonista, Subbayah Pullavar, longos cabelos, bigodes caídos e estranho olhar. Saudou-nos e conversou um pouco connosco. Praticava este tipo de ioga há 20 anos tal como tinham feito os seus antepassados. Pedimos permissão para tirar fotos e ele consentiu imediatamente.”
Plunkett reuniu 150 testemunhas enquanto o iogue começava os seus preparativos rituais. Derramou-se água ao redor de uma tenda armada dentro de um círculo, onde começaria a levitação. Proibiram-se os sapatos com sola de couro dentro do círculo e o levitador entrou sozinho na tenda. Alguns minutos depois, os ajudantes retiraram a cobertura da tenda e ali estava o faquir, flutuando no ar um metro do solo. Plunkett e outra testemunha examinaram o espaço em baixo e em torno de Subbayah e não encontraram cordas ou qualquer outro aparato invisível ou dissimulado. O iogue estava em transe e as fotografias foram feitas de vários ângulos durante os quatro minutos de levitação.
Existe muita controvérsia sobre a natureza física da levitação. Ao que parece, o fervor religioso tem íntima relação com o fenómeno, posto que os relatos envolvem tanto monges budistas e iogues quanto entre cristãos. Em 1902, o ocultista inglês Aleister Crowley encontrou o seu compatriota Alan Bennett, que se tornou monge budista num monastério da Birmânia. Aprendera a misteriosa arte de levitar e quando o fazia, o vento podia “arrastá-lo como se fosse uma folha”. Alguns pesquisadores dizem que o fenómeno resulta de um campo biogravitacional criado por tipo especial de energia mental emitida pelo cérebro humano. O Dr. Alexander Dubrov é um dos que defendem esta hipótese e acrescenta que o campo biogravitacional é criado deliberadamente pelo levitador que, depois de obter a elevação inical pode controlar o campo movendo-se e mudando de direcção durante o vôo.
Fonte: Sobrenatural.org