Li Ching-Yuen ou Li Ching Yun (Pinyin: lǐ qīng yún; Chinês Tradicional: 李清雲) (Morreu em Chyi Jiang Hsien, Szechuan, China, 1678 – 6 de Maio de 1933) foi um mestre taoísta chinês, ervanário e praticante de Chi Kung. Li Ching-Yuen alega ter nascido em 1736, apesar de registos chineses sugerirem que terá nascido em 1677. As idades correspondentes a cada uma destas datas de nascimento perfazem um total de 197 e 256 anos de idade respectivamente, qualquer uma delas excedendo em muito a maior longevidade já confirmada até hoje de 122 anos e 164 dias de uma mulher francesa chamada Jeanne Calment.
O artigo do “TIME magazine” datado de 15 de Maio de 1933 com o título “Tortoise-Pigeon-Dog” (Tartaruga-Pombo-Cão) traz um pouco da sua história e a notícia do seu falecimento.
Segredo da Longevidade
O artigo “Tartaruga-Pombo-Cão” da Revista Time revela a resposta do Mestre Li Ching-Yuensobre qual o seu segredo para conquistar uma vida tão longa:
- Manter o coração calmo;
- Sentar como uma tartaruga;
- Andar vigorosamente como um pombo;
- Dormir como um cão.
Biografia
Alguns alegam que Li Ching-Yuen nasceu em 1677 em Qi Jiang Xian, na província de Szechuan, apesar do mesmo afirmar ter nascido em 1736. No entanto, segundo um artigo da Revista Time (Time Magazine), em 1930 o Professor Wu Chung-chieh, director do Departamento de Educação da Universidade de Chengtu, encontrou registos do Governo Imperial Chinês datados de 1827 congratulando Li Ching-Yuen pelo seu aniversário de 150 anos, sendo que posteriormente foram encontrados Documentos felicitando-o pelo seu 200º aniversário em 1877. Em 1928, um correspondente do New York Times escreveu que muitos dos homens idosos que viviam no bairro de Li afirmaram que os seus avôs o conheciam quando eram crianças sendo ele já homem adulto nessa altura.
Li começou a colher ervas nas montanhas com a idade de dez anos, tendo também começado a aprendizagem de métodos de longevidade, sobrevivendo com uma dieta à base de ervas e vinho de arroz. Assim viveu os primeiros 100 anos da sua vida. Em 1749, quando tinha 71 anos de idade, mudou-se para Kai Xian para juntar-se ao exército chinês como professor de artes marciais e conselheiro táctico.
Um dos seus discípulos, Da Liu, Mestre de Taijiquan relatou acerca da história do Mestre Li: com 130 anos de idade, o Mestre Li encontrou nas montanhas, um velho eremita que teria mais de 500 anos de idade, que lhe ensinou Baguazhang e um conjunto de ensinamentos de Qigong incluindo instruções de respiração, treino de movimentos coordenados com sons específicos e recomendações dietéticas. Da Liu afirmou que o seu mestre lhe havia dito que a sua longevidade “foi devido ao facto de ter praticado os exercícios todos os dias – regularmente, correctamente e com honestidade – durante 120 anos.”
Em 1927, Li Ching Yuen foi convidado pelo general Yang Sen a visitá-lo em Wan Xian, Szechuan, onde o seu famoso retrato (divulgado neste artigo) foi fotografado. O general estava fascinado pela sua juventude, força e destreza, apesar da sua idade avançada. Voltado a casa, morreu um ano depois. Alguns dizem ter sido devido a causas naturais, outros afirmam que ele terá dito a amigos: “Já fiz tudo o que tinha a fazer neste mundo. Vou voltar para casa..” Após a morte de Li, o general Yang Sen investigou a verdade sobre o seu alegado passado e idade e escreveu um relatório sobre as suas descobertas, que seria publicado posteriormente.
Li trabalhou como ervanário, promovendo o uso de cogumelos Reishi selvagens, bagas Goji, Ginseng selvagem, He Shou Wu e Gotu Kola entre outras ervas chinesas. Li alegadamente teve mais de 200 filhos, sobrevivendo a 23 esposas.
Referências
Stuart Alve Olson escreveu em 2002 o livro “Ensinamentos de Qigong de um Imortal Taoísta: Os Oito Exercícios essenciais do Mestre Li Ching Yuen“. Neste livro, ele ensina a prática do “Eight Brocade Qigong” que aprendeu com o Mestre de Taijiquan T.T. Liang (Liang Tsai Tung), que por sua vez terá aprendido com o General Yang Sen.
O mestre taoísta Liu Pai Lin (刘百龄), que viveu em São Paulo, no Brasil, de 1975 até 2000, tinha na sua sala de aula uma outra fotografia do Mestre Li Ching-Yuen, desconhecida do Ocidente. Nesta foto, o rosto é claramente visível, assim como as suas unhas longas e onduladas. O Mestre Liu tinha o conhecido pessoalmente na China, e considerou-o como um dos seus mestres. Liu costumava afirmar que Li lhe tinha ensinado que a prática taoísta fundamental era aprender a manter o vazio (Wuji).