Máquinas de movimento perpétuo ou moto-contínuo

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Perpetuum Mobile
Perpetuum Mobile

Um moto-contínuo ou máquina de movimento perpétuo (o termo em latim perpetuum mobile não é incomum) são classes de máquinas hipotéticas as quais reutilizariam indefinidamente a energia gerada através do seu próprio movimento. A existência de um dispositivo de moto-contínuo é geralmente aceite como sendo impossível, de acordo com o as suposições oficiais consideradas como “conhecimento das leis da física”, pelos que, actualmente, se acham senhores do que é e do que não é.

Em particular, um moto-contínuo para existir deve violar ou a primeira ou a segunda lei da termodinâmica. A comunidade científica não exclui a possibilidade do actual conhecimento das leis da física estar incompleto ou incorrecto; um dispositivo de moto-contínuo pode não ser impossível, porém a demonstração de tal dispositivo exigiria a reavaliação de várias leis da física.

Um moto-contínuo (mecânico) além de violar as leis da termodinâmica, violaria também a chamada “Lei Áurea da Mecânica“, onde o trabalho aplicado é igual ou maior que o trabalho realizado.

Classificação

Uma classificação de máquinas de moto-contínuo refere-se a qual das leis da termodinâmica a máquina propõe-se a violar:

Moto-contínuo de primeira espécie

Um moto-contínuo de primeira espécie é uma máquina de movimento perpétuo que viola a Primeira Lei da Termodinâmica, fornecendo ao exterior mais energia (sob a forma de trabalho ou calor) do que aquela que consome.

Moto-contínuo de segunda espécie

Um moto-contínuo de segunda espécie é uma máquina de movimento perpétuo que viola a Segunda Lei da Termodinâmica, tendo um rendimento de 100%.

Visto que um moto-contínuo é um processo cíclico seria necessário que em todas etapas do ciclo, todas as transformações de energia tivessem também um rendimento de 100%, no entanto a segunda lei da termodinâmica postula que não é possível a transformação completa do calor fornecido por uma fonte em trabalho.

Auto-Fluxo de Robert Boyle
Auto-Fluxo de Robert Boyle

Uma categoria mais obscura é a máquina de movimento perpétuo do terceiro tipo, normalmente (mas não sempre) definida como aquela que elimina completamente o atrito e outras forças dissipativas, mantendo o movimento para sempre (devido à sua massa de inércia). Este caso refere-se somente à posição no esquema de classificação acima, não directamente à terceira lei da termodinâmica. Embora seja impossível fazer-se tal máquina, devido a dissipação não poder nunca ser completamente eliminada (os 100% relacionados com a eficiência) num sistema mecânico, tornando-se impossível alcançar-se esta situação ideal. Tal máquina, mesmo hipotética, não serviria como uma fonte de energia, mas poderia ter utilidade apenas como um dispositivo de stockagem perpétua de energia.

Nesta terceira classificação, pode-se citar a afirmação ingénua de que um pêndulo no vácuo seria uma máquina deste tipo, mas jamais se obtém um fio, não interessando o material ou dispositivo anexo que não apresente dissipação de energia. Grandes máquinas inerciais, com construção giroscópica, podem aparentar ser máquinas deste tipo, mantendo grandes velocidades de rotação durante dias, mas não tardarão a apresentar perda de rotação, seja pelo atrito com gases, e mesmo se no vácuo, que nunca seria perfeito, ainda assim nos seus eixos, pois o atrito nulo não existe.

Outras questões

Em cosmologia

Em cosmologia, o universo, como maior objecto a ser estudado pela física, ao considerar-se a mecânica celeste, este aparentemente movimenta-se num moto-perpétuo, com as suas galáxias a girar, estrelas a girar, planetas a girar e ainda a produzir energia em enormes quantidades, ou seja, ao considerar-se o próprio meio também como parte integrante do moto-perpétuo, poderíamos aceitar a existência deste fenómeno, porém, como a cosmologia considera o universo como tendo iniciado a partir de um estado denso e quente, na teoria da expansão cósmica, ou “Big Bang“, o universo, por ser limitado em tempo, ter uma idade, não é um moto-contínuo na definição clássica.

Com a explicação do “antes”, do “início” e da formação do universo, passaríamos necessariamente pela elucidação total do moto-contínuo. Questões de cosmologias cíclicas, como os modelos cíclicos, universo oscilante e outros, apontam para um universo que infinitamente se mantenha em movimento.

Especulações entre físicos

Os físicos podem tentar testar os seus conhecimentos da física provando, sem usar termodinâmica, que um moto-contínuo proposto não pode funcionar. Também, por várias vezes, os físicos irão descobrir aparentes moto-contínuos nos seus pensamentos experimentais. Assim como um paradoxo expõe enganos de pensamento das teorias físicas aceitáveis e são considerados pouco instrutivos.

Porque os princípios da termodinâmica estão bem estabelecidos, as propostas sérias de moto-contínuo são desacreditadas por parte destes, os quais fazem uma discussão dos méritos da dificuldade da proposta, se a mesma não for impossível.

As discussões sobre o moto-contínuo ocorrem apenas no trabalho em conjunto com outras teorias como: sistemas abertos, Energia Livre e energia do vácuo.

Fonte: Wikipédia (Pt)

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