Apresento aqui uma revisão da literatura relativamente à eventual eficácia das máscaras no que diz respeito a um eventual contágio.
Este artigo é dedicado a todos aqueles que seguem cegamente as directrizes da DGS, que inicialmente considerava as máscaras inúteis e depois recomendou a sua obrigatoriedade.
1 – Estudos acerca da eficácia das máscaras
Até ao momento, a maioria dos estudos encontrou pouca ou nenhuma evidência da eficácia das máscaras faciais de tecido na população em geral como equipamento de protecção individual nem para a protecção de terceiros.
a) Uma meta-análise de Maio de 2020 acerca da Influenza pandémica publicado pelo Centers for Disease and Control and Prevention (CDC) dos EUA descobriu que as máscaras não tinham efeito como equipamento de protecção individual nem para a protecção de terceiros. [1]
b) Uma revisão de Julho de 2020 do Oxford Centre for Evidence-Based Medicine constatou que não há evidências da eficácia das máscaras de pano contra a infecção ou transmissão de vírus. [2]
c) Um estudo abrangente acerca da COVID-19 produzido pela University of East Anglia chegou à conclusão de que o uso de máscara não implicava qualquer benefício e poderia até mesmo aumentar o risco de infecção. [3]
d) Uma revisão de Abril de 2020 de dois professores norte-americanos em relação a doenças respiratórias e infecciosas da Universidade de Illinois concluiu que as máscaras faciais não têm efeito na vida quotidiana, nem como auto-protecção nem para proteger terceiros. [4]
e) Um artigo no New England Journal of Medicine de Maio de 2020 chegou à conclusão que as máscaras de tecido oferecem pouca ou nenhuma protecção na vida quotidiana. [5]
f) Um estudo de Julho de 2020 realizado por investigadores japoneses descobriu que as máscaras de tecido “oferecem protecção zero contra o Coronavírus” devido às grandes dimensões dos seus poros e geralmente, ajuste inadequado. [6]
g) Um estudo de 2015 publicado no British Medical Journal Open (BMJ Open) descobriu que as máscaras de tecido foram penetradas por 97% das partículas e podem aumentar o risco de infecção por retenção da humidade ou uso repetido. [7]
h) Um artigo de revisão crítica sobre a eficácia das máscaras, chegou à seguinte conclusão: “Nenhum dos estudos estabeleceu uma relação conclusiva entre o uso de máscara/respirador e a protecção contra a infecção por Gripe (Influenza)”. [26]
i) A eficácia da máscara cirúrgica é definitivamente colocada em causa num RCT de boa qualidade, que compara a eficácia da máscara cirúrgica com os filtros respiratórios. Na sua conclusão é referido que “nenhum dos estudos estabeleceu uma relação conclusiva entre a utilização da máscara / respirador e uma possível protecção contra a infecção pela Influenza“. [27]
Nota:
- O Ortomixovirus, que é o agente da Gripe A (Influenza nos EUA) tem dimensão de 180 nm, portanto abaixo da capacidade filtrante das máscaras. O diâmetro do Coronavirus é de apenas 80 a 120 nm, o que o torna ainda mais difícil de filtrar que o Ortomixovirus. [30][31]
- Para além disso o Ortomixovirus tem tendência para formar aglomerados filamentosos, o que motiva a formação de partículas maiores, enquanto esse fenómeno não se verifica tanto nos Coronavirus. [30][31]
j) Uma revisão da literatura da Cochrane chegou às seguintes conclusões: 1) a maioria do estudos tinham uma má metodologia, maus relatórios e eventos demasiado incompatíveis. 2) Evidências insuficientes de que possam conduzir a uma recomendação do uso de barreiras faciais (…) 3) Evidências insuficientes de diferenças entre as máscaras cirúrgicas e os respiradores N95. Ainda noutro âmbito, esta revisão da literatura encontra evidências limitadas que pudesse suportar a eficácia da quarentena. [28]
k) Noutro estudo também se concluiu que não existem evidências suficientes para suportar o uso generalizado de máscaras como acção protectora contra a COVID-19. [29]
l) Um estudo de 2006 relativo a uma eventual pandemia de Gripe, chegou à conclusão que a utilização de máscaras cirúrgicas não é eficaz na protecção, porque os poros ficam bloqueados e o ar precisa sair pelas partes laterais. Além disso, o estudo refere que torna-se desconfortável utilizar máscaras por mais do que uma hora ou duas. [32]
No contexto da COVID-19:
- O primeiro estudo RCT publicado sobre máscaras no contexto da COVID-19 não encontrou diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito à proteção dos seus utilizadores. [33]
2 – Aspectos adicionais:
a) O Japão, apesar do uso generalizado de máscaras faciais, sofreu a mais recente epidemia de Gripe com mais de 5 milhões de pessoas doentes, há apenas pouco mais que um ano (em Janeiro e Fevereiro de 2019). No entanto, ao contrário do SARS-2, o vírus da Gripe é transmitido por crianças, também. [8]
b) Vários países e estados que introduziram as máscaras faciais obrigatórias no transporte público e nas lojas no início do verão, como a Califórnia [9] e a Argentina [10], viram um forte aumento nas infecções a partir de Julho, indicando uma baixa eficácia da política de máscaras.
c) A Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu à BBC que sua actualização da política de máscaras [11] de Junho de 2020 não se deveu a novas evidências, mas a um “lobby político” [12]: “Fomos informados por várias fontes que o comité da OMS que revisava as evidências não apoiava as máscaras, mas recomendou-as devido ao lobby político. A OMS não negou estes factos.” (Deborah Cohen, correspondente médico da BBC).
3 – Estudos que alegam que as máscaras são eficazes
Alguns estudos recentes argumentaram que as máscaras faciais de pano são realmente eficazes contra o novo Coronavírus e podem pelo menos, impedir a infecção de outras pessoas. No entanto, a maioria desses estudos sofre de metodologias inadequadas e, às vezes, revela precisamente o oposto do que afirmam.
Normalmente, esses estudos ignoram o efeito de outras medidas, o desenvolvimento natural dos números das infecções, alterações na actividade dos teste ou comparam países com condições muito diferentes.
Uma Visão Geral:
a) Um estudo alemão afirmou que a introdução de máscaras obrigatórias nas cidades alemãs levou a uma redução nas infecções. Mas os dados não suportam isso: em algumas cidades não houve mudanças, noutras uma diminuição e noutras mesmo um aumento de casos (veja os gráficos no estudo). A cidade de Jena foi uma “excepção” apenas porque introduziu simultaneamente as regras de quarentena mais rígidas na Alemanha, mas o estudo não mencionou isso. [13]
b) Um estudo na revista PNAS [14] afirmou que as máscaras levaram a uma diminuição nas infecções em três pontos críticos (incluindo a cidade de Nova York). Tal não levou em consideração a diminuição natural de infecções e outras medidas. O estudo foi tão falho que mais de 40 cientistas recomendaram a sua retirada. [15]
c) Um estudo dos EUA afirmou que as máscaras obrigatórias levaram a uma redução nas infecções em 15 estados. O estudo não levou em consideração que a incidência de infecção já estava em declínio na maioria dos estados da época. Não foi feita uma comparação com outros estados. [16]
d) Um estudo canadiano afirmou que países com máscaras obrigatórias tiveram menos mortes do que países sem máscaras obrigatórias. Mas o estudo comparou países da África, América Latina, Ásia e Leste Europeu com taxas de infecção e estruturas populacionais muito diferentes. [17]
e) Uma meta-análise muito citada, publicada na revista Lancet, afirmou que as máscaras “poderiam” levar a uma redução no risco de infecção, mas os estudos consideraram principalmente hospitais (Sars-1), máscaras médicas (não de tecido) e a robustez estatística da evidência foi relatada como “muito baixa”. [18]
4 – Riscos associados com as máscaras faciais
Usar máscaras por um período prolongado não é inofensivo, como mostram a seguintes evidências:
a) A OMS alerta para vários “efeitos colaterais”, como dificuldades para respirar e erupções cutâneas. [19]
b) Testes conduzidos pelo Hospital Universitário de Leipzig, na Alemanha, mostraram que as máscaras faciais reduzem significativamente a resiliência e o desempenho de pessoas saudáveis. [20]
c) Um estudo psicológico alemão com cerca de 1000 participantes encontrou “graves consequências psicossociais” devido à introdução de máscaras faciais obrigatórias na Alemanha. [21]
d) O Instituto Ambiental de Hamburgo alertou contra a inalação de compostos de cloro nas máscaras de poliéster, bem como problemas relacionados com o descarte. [22]
e) O sistema europeu de alerta rápido (RAPEX) já retirou 70 modelos de máscaras porque não atendiam aos padrões de qualidade da UE e poderia levar a “sérios riscos”. [23]
f) Na China, dois meninos que foram obrigados a usar máscara durante as aulas de educação física, desmaiaram e morreram. [24]
g) Nos EUA, um motorista de carro que usava uma máscara N95 (FFP2) desmaiou e bateu num poste. [25]
5 – Um vídeo demonstrativo
Neste vídeo, o Dr. Ted Noel demonstra como os aerossois se propagam não só através da máscara, como por todos os lados, acabando por “inundar” o meio circundante, sendo prova contundente de que as máscaras não poderiam nunca proteger contra a propagação do vírus SARS-CoV-2.
6 – Conclusão
Actualmente há pouca ou nenhuma evidência que apoie a proposição de as máscaras faciais de pano possam ser eficazes na população em geral.
Toda a conjectura nos leva a crer que a adopção destas é, isso sim, uma manobra psicológica e Política, em larga escala.
Fontes:
[2] «Masking lack of evidence with politics.» Centre for Evidence-Based Medicine. 23 de Julho de 2020.
[3] https://www.uea.ac.uk/about/-/new-study-reveals-blueprint-for-getting-out-of-covid-19-lockdown
[8] «Millions in Japan affected as flu outbreak grips country.» UPI. 1 de Fevereiro de 2019.
[9] California COVID-19 Statistics
[11] «WHO Changes Stance, Says Public Should Wear Masks.» Web MD. 8 de Junho de 2020.
[12] https://twitter.com/ClarkeMicah/status/1282987860090593280
[14] Renyi Zhang, Yixin Li, Annie L. Zhang, Yuan Wang & Mario J. Molina (2020). Identifying airborne transmission as the dominant route for the spread of COVID-19. PNAS 30 de Junho de 2020, 2020 117 (26) 14857-14863; Publicado primeiro em 11 de Junho de 2020 — https://doi.org/10.1073/pnas.2009637117
[17] Association of country-wide coronavirus mortality with demographics, testing, lockdowns, and public wearing of masks (Update June 15, 2020).
[18] Derek K Chu, MD; Prof Elie A Akl, MD; Stephanie Duda, MSc; Karla Solo, MSc; Sally Yaacoub, MPH; Prof Holger J Schünemann, MD et al. (2020). Physical distancing, face masks, and eye protection to prevent person-to-person transmission of SARS-CoV-2 and COVID-19: a systematic review and meta-analysis. Lancet. Open Access. Publicado em 1 de Junho de 2020 — DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)31142-9
[19] Advice on the use of masks in the context of COVID-19. OMS. 5 de Junho de 2020.
[20] «Schutzmasken verringern Belastbarkeit.» Science ORF. 20 de Julho de 2020.
[22] «Maskentragen noch ungesünder als gedacht.» Corona Transition. 20 de Julho de 2020.
[26] Faisal bin‐Reza, Vicente Lopez Chavarrias, Angus Nicoll & Mary E. Chamberland (2011). The use of masks and respirators to prevent transmission of influenza: a systematic review of the scientific evidence. Influenza Journal. — https://doi.org/10.1111/j.1750-2659.2011.00307.x