Dois médicos norte-americanos estão a agitar a comunidade científica do mundo inteiro com um ensaio que mais parece saído de um filme de ficção científica: ressuscitar uma pessoa clinicamente morta há horas.
A experiência já foi feita em animais com sucesso, mas os investigadores querem agora passar para os testes em humanos.
“Quando um corpo está a uma temperatura de 10 graus, sem actividade cerebral, batimento cardíaco ou sangue – está estabelecido o consenso que se está morto. Mas ainda assim, é possível trazer a pessoa de volta”, garantiu o professor Peter Rhee, da universidade do Arizona, nos Estados Unidos da América, à BBC.
A declaração pode parecer exagerada ou optimista, mas Rhee e Samuel Tisherman, da universidade de Maryland, já conseguiram provar que se pode manter um corpo em suspenso durante horas.
O processo já foi testado com sucesso em porcos. E se a enunciação é futurística e radical o que dizer sobre o procedimento prático que envolve retirar todo o sangue do corpo e esfriá-lo até 20 graus abaixo do que seria uma temperatura normal.
Assim, seria possível resolver qualquer problema no corpo de um doente e depois voltar a bombear o sangue, que aqueceria lentamente o sistema sanguíneo até chegar aos 30ºC, temperatura a que o coração voltaria a bater.
De acordo com os cientistas, os animais submetidos à experiência quase não tiveram efeitos secundários. Apenas ficaram grogues durante algum tempo, mas no dia seguinte já estavam bem.
O próximo passo é testar o procedimento em humanos, mas a autorização não é fácil de obter. No entanto, Tisherman e Rhee já receberam o aval para utilizar a técnica em vítimas de tiros em Pittsburgh.
Agora, é necessário contornar alguns problemas como avaliar a adaptação de um doente ao sangue de outra pessoa. No caso dos porcos, os animais receberam o seu próprio sangue congelado, mas no caso dos humanos será necessário recorrer a um banco de sangue.
A correr bem, os dois cientistas acreditam que o processo pode ser usado não só em vítimas de tiros e facadas, mas mesmo em pessoas que sofreram ataques cardíacos.
Fonte: Sol
Artigo Original: http://www.sol.pt/noticia/117918