Desde o Século 19, muitos cristãos apocalipticos e escatologistas milenares, começando por John Nelson Darby, que temia uma conspiração globalista para impor uma Nova Ordem Mundial tirânica cumprindo assim as Profecias sobre os “tempos do fim” da Bíblia, especificamente nos livros de Ezequiel, do livro de Daniel, no discurso das Oliveiras encontradas nos Evangelhos Sinópticos e no livro do Apocalipse. Eles afirmam que pessoas que fizeram um pacto com o Diabo para ganharem riquezas e poder, tornaram-se peões de um jogo de xadrez sobrenatural para mover a humanidade a aceitar um governo mundial utópico, que repousa sobre as bases espirituais de uma religião mundial sincrética-messiânica, o que mais tarde revelar-se-á um império mundial distópico que impõe o culto imperial de uma “Unholy Trinity” (trindade não-santa) – Satanás, o Anticristo e o Falso Profeta. Para muitos contemporâneos das teorias da conspiração cristãs, o Falso Profeta será ou o último Papa da Igreja Católica (preparado e instalado pela Alta Vendita ou conspiração jesuíta), um guru do movimento da Nova Era ou até mesmo o líder de uma organização fundamentalista de elite cristã como a “The Fellowship“, enquanto que o Anticristo será ou o presidente da União Europeia ou o secretário-geral das Nações Unidas ou mesmo o califa de um estado pan-islâmico.
Alguns dos críticos mais verbalizadores de teorias da conspiração do fim dos tempos vêm de dentro do Cristianismo. Em 1993, o historiador Bruce Barron escreveu uma severa repreensão da teoria da conspiração apocalíptica cristã no Christian Research Journal, aquando da revisão do livro de Robertson, de 1991 “A Nova Ordem Mundial“. Outra crítica pode ser encontrada nos livros do historiador Gregory S. Camps de 1997 “Vendendo Medo: Teorias da Conspiração” e “Paranoia do Fim dos Tempos“. O professor de estudos religiosos Richard T. Hughes afirma que a retórica da “Nova Ordem Mundial” calunia a fé cristã uma que vez que esta retórica, conforme definida pelos teóricos da conspiração cristãos, não tem base alguma na Bíblia e que, de facto, tal ideia não só é anti-bíblica, como fundamentalmente anti-cristã, porque, através de más interpretações de passagens-chave no livro de Revelações, transforma uma mensagem reconfortante sobre a vinda do Reino de Deus, numa de um reino de pânico, medo e desespero personificada num suposto governo mundial emergente.
Alguns cristãos progressistas, como o pregador e teólogo Peter J . Gomes, advertem os cristãos fundamentalistas para o facto de que um “espírito de medo” pode distorcer as escrituras e a história, ao perigosamente combinar-se com um literalismo bíblico, horários apocalípticos, demonização e preconceitos opressivos. Por outro lado, Camps alerta sobre o perigo “muito real que poderá constituir se os cristãos adoptarem uma bagagem espiritual extra” ao abraçarem teorias da conspiração. Exortam, portanto, os cristãos que se “entregaram” a teorias da conspiração a arrependerem-se.
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