Grover Krantz declara que o campo que escolheu para pesquisar arruinou a sua carreira académica e só serviu para ridicularizá-lo perante os colegas. Krantz, antropólogo da Washington State University, especializou-se no estudo do primata mais indefinível do mundo, o chamado Pé Grande (Big Foot), ou Sasquatch, que, segundo consta, habita as densas florestas da região noroeste do Pacífico.
Histórias de animais gigantescos e peludos, semelhantes aos macacos das montanhas azuis de Washington e do Oregon, datam do Século XIX. Antropólogos ortodoxos tendem a rejeitar tais histórias, classificando-as de fantasias folclóricas. Não obstante, Krantz acredita que o Sasquatch pode ser o nosso parente mais próximo ainda vivo. Os seres humanos, na verdade, podem ser descendentes diretos do tímido Pé Grande, cujos restos mortais jamais foram encontrados.
O nome do controverso primata tem origem nas gigantescas pegadas que deixa para trás e que, em alguns casos, chegam a quase 60 centímetros, separadas por intervalos de quase 2 metros. De acordo com testemunhas oculares, o Pé Grande tem cerca de 2,50 metros de altura e pode pesar uns 400 quilos. O corpo é completamente coberto de pêlos castanhos, com excepção do rosto chato, das palmas das mãos e das solas dos pés. O rosto é caracterizado pela testa recuada e pela cabeça proeminente. As proporções do Sasquatch são mais ou menos semelhantes às do ser humano, excepto pelos braços exageradamente compridos. Para se alimentar, ele parece preferir raízes, frutos e a carne de um roedor qualquer.
O interesse em relação ao Pé Grande foi revivido na primavera de 1987, com a descoberta de quatro novas pegadas e com a publicação da análise de outro grupo de pegadas feita pelos guardas-florestais da U. S. Forest Service, em 1982. O último grupo de pegadas media 50 centímetros.
“Além disso , elas demonstravam evidência de epiderme e rugas nas solas dos pés, juntamente com poros sudoríparos e padrões de desgaste, detalhes anatómicos quase impossíveis de imitar, até mesmo pelos intrujões mais hábeis”, narrou Krantz.
Ao estudar as impressões ósseas nos moldes de gesso, Krantz também notou que o calcanhar parecia ter-se deslocado mais para a frente do pé do que em qualquer outro primata conhecido, inclusive homens e gorilas.
“Tal mudança evolucionária teria sido necessária para suportar o imenso peso da criatura, outro detalhe que pegadas falsas provavelmente não mostrariam”, continuou o cientista.
O próprio Krantz já deixou de correr riscos com as provas ou com sua reputação. Ele prometeu “atirar para matar” assim que vir o Pé Grande, acreditando que o valor científico a ser ganho superaria quaisquer reclamações ocasionadas pelo acto.
“A única maneira de convencer alguém é com um espécime verdadeiro”, declarou Krantz.
Na impossibilidade de matar um Sasquatch, ele espera usar um helicóptero e um detector infravermelho para tentar localizar os restos de um deles em decomposição.