O actual Sistema de Dinheiro e o porquê da crise actual

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Dinheiro: Euro
Dinheiro: Euro

Os banqueiros agora têm, em todo o mundo, um sistema de dinheiro que está baseado na criação do dinheiro a partir do nada (ex nihilo). Quase todo o dinheiro nas contas bancárias é vento. Não há senão uma quantidade muito pequena de dinheiro verdadeiro em circulação. Como funciona isso?

O banqueiro é um contabilista

Cada vez que um banqueiro concede um empréstimo ele não está a fornecer dinheiro e sim um haver. O empréstimo não consiste em nada mais do que números na contabilidade do banqueiro. Suponhamos que queiras contrair um empréstimo junto ao teu banco, Banco A. De um lado o banqueiro inscreve que tu lhe deves 250.000 euros e do outro lado que ele te deve 250.000 euros. Tu os vês aparecerem na tua conta. Tu podes gastá-los. Comprar uma pequena casa? Sim, compremos uma pequena casa.

Suponhamos que entregues um cheque ao vendedor da casa. Este leva este cheque ao seu banco, o Banco B. O banco quer então trocar este cheque no teu banco, contra dinheiro de verdade é claro. O Banco B sabe como o seu colega tirou os números do chapéu e não se contenta com vento.

Portanto, agora, o Banco A deve desembolsar dinheiro de verdade. Contudo, na prática, a maior parte do tempo isso não é necessário. É que o Banco B também concede empréstimos continuamente. E uma parte destes empréstimos são gastos junto a clientes do Banco A. Portanto, o que se passa é que o Banco B troca o seu crédito de 250.000 sobre o Banco A contra um crédito do Banco A sobre o Banco B.

Juros sobre o ar

Deste modo os banqueiros podem colocar sempre mais empréstimos em circulação. Uma caixa de vento é trocada contra uma outra e os clientes não notam como são enganados. Pois para estas caixas de vento é preciso ainda pagar juros.

Apenas para diversão, um exemplo de como os banqueiros criam milhões sem que haja necessidade de um único cêntimo de dinheiro verdadeiro. Na realidade é um pouco mais complexo, mas avancemos assim.

Digamos que haja três bancos, que servem respectivamente 20%, 30% e 50% da população. Suponhamos que todos os três têm o mesmo tipo de clientes, que têm as mesmas necessidades em empréstimos e em despesas. Será demonstrado que todos os pagamentos que estes bancos deverão fazer no momento em que o tomador gasta o seu empréstimo serão compensados pelas receitas destas despesas.

Exemplo empréstimos em três bancos diferentes

Os tomadores dos empréstimos do primeiro banco gastam 20% dos seus empréstimos junto a clientes do seu próprio banco, 30% junto a clientes do Banco 30% e 50% junto a clientes do banco 50%. Etc. Se adicionarmos todas as receitas de todos os empréstimos, cada banco recebeu tanto quanto criou. Eis que surgem 100 milhões em haveres sobre contas bancárias sem que um único cêntimo de dinheiro verdadeiro tenha sido gasto.

Quando se pergunta a banqueiros se eles criam dinheiro do nada, eles geralmente respondem que não fornecem empréstimos senão quando têm haveres diante de si. Contudo, estes haveres aumentam apenas pelos empréstimos que eles concedem.

Tráfego dos pagamentos

Todo o tráfego dos pagamentos passa-se do mesmo modo. Se tu fazes um pagamento a alguém junto a um outro banco, é o teu banco que deve pagá-lo ao outro banco. Mas ainda no mesmo dia haverá pagamentos por clientes do outro banco a clientes do teu banco. Todos estes pagamentos interbancários são muito simplesmente compensados uns pelos outros.

Aquilo que os bancos finalmente pagam uns aos outros são as pequenas diferenças entre os pacotes de pagamentos que entram e que saem. Para facilitar estas transferências todos os bancos têm uma conta junto ao banco central. Os montantes nestas contas são considerados como dinheiro verdadeiro (pois, se quisessem, os bancos poderiam exigir a totalidade da soma em papel-moeda, uma vez que o banco central está autorizado a imprimi-lo).

No banco central há uma regra de que a cada noite todos os bancos devem ter um haver positivo na sua conta. Se um banqueiro está curto (porque pagou mais do que recebeu nesse dia), ele toma emprestado para essa noite junto a um colega (que então recebeu um pouco mais do que pagou). E quando os colegas não têm confiança entre si, como foi o caso aquando da crise bancária de 2008 e como é novamente o caso desde há alguns meses, então o banco pode tomar emprestado ao banco central por um quarto de percentagem a mais.

Banqueiros entre si

Entres eles, os banqueiros acordaram regras sobre o capital mínimo requerido face aos riscos calculados, como os dos empréstimos em curso. Este capital é ínfimo comparado aos riscos, mas deste modo a criação de “dinheiro” a partir do nada é travada um pouco e os bancos ficam mais alinhados uns com os outros quanto à concessão de empréstimos. Isto aumenta a confiança mútua para emprestarem uns aos outros e permite-lhes optimizar as suas possibilidades de lucro.

Os banqueiros são, antes de mais nada, banqueiros entre si. Quando clientes dos grandes bancos holandeses, descontentes com pagamentos de bónus excessivos, transferiam maciçamente o seu dinheiro para o Triodos (um banco conhecido por investir em projectos que dão boa consciência), este dinheiro faltava aos grandes bancos. Felizmente o Triodos não era desagradável e muito simplesmente emprestava o dinheiro a estes mesmos grandes bancos. (Infelizmente não existem bancos éticos, quando muito bancos com ares simpáticos. Mas com um tal sistema de dinheiro não se pode esperar algo melhor, não é?)

Mas desde que nuvens ameaçadoras se apresentem no horizonte e que haja riscos de grandes perdas para os bancos, a confiança mútua desaparece imediatamente. Então, cada banqueiro tenta safar-se por si mesmo. Cada um deles tenta então aumentar as suas reservas de caixa e minimizar os riscos. Resultado: durante meses as empresas já não recebem mais créditos e as vagas de despedimentos e falências recomeçam a devastar o país. E se a borrasca permanecer, isso pode até durar anos. Maravilhoso sistema bancário!

Os montantes movem-se de uma conta para outra

Retornemos à nossa casa vendida. Portanto, o vendedor agora dispõe de 250.000 tirados do ar, que ele por sua vez dispende. Deste modo este chamado dinheiro vai de uma conta para a seguinte. Portanto, mesmo que nunca tenha contratado crédito, na sua conta há apenas o ar que recebeu pelo seu trabalho ou por bens que vendeu. Se, por exemplo, estiver no banco ING, o maior banco dos Países Baixos, este dispõe apenas de 3 cêntimos de dinheiro verdadeiro por cada euro de haver na sua conta.

Cada vez menos dinheiro no bolso

Para onde vai o nosso dibheiro

De facto, apenas com o ar eles incharam estes três cêntimos e multiplicaram-nos por 33. Quando você deposita uma nota de 100 euros no ING para creditar a sua conta, ele concede empréstimos de até 3300 euros. Dito por outras palavras, para cada euro que mantemos no nosso bolso, os bancos ganham um múltiplo em juros. Talvez compreenda agora porque os bancos nos induzem a pagar cada vez mais coisas electronicamente. Os cartões de crédito, os cartões de débito, os cartões de combustíveis, os cartões de pré-pagamento, os cartões para transportes públicos, os cartões para pagar parqueamentos, eles não servem senão para uma coisa: assegurar que tenhamos a mínima necessidade possível de cash.

Entretanto, há um reverso da medalha. As reservas de caixa (a notas de banco e o saldo permutável no banco central) não servem senão para fornecer cash aos clientes e para acertar as pequenas diferenças entre pagamentos que entram e que saem. Elas são as primeiras reservas para absorver perdas. Mas, como as receitas crescem desproporcionalmente baixando a percentagem de reservas de caixa, a tentação de assumir mais riscos é grande. Assim, nosso dinheiro de plástico moderno contribui para o comportamento temerário dos nossos banqueiros na concessão de empréstimos.

Observemos o que se passa quando se leva uma nota de 100 euros ao banco para creditar na nossa conta. Como se disse, a 3% de reserva de caixa o banco não dispõe senão de 3 cêntimos para cada euro na sua conta.

O que acontece quando levantamos dinheiro da nossa conta

Na coluna da direita vê-se que as receitas aumentam desproporcionalmente à medida que a reserva de caixa diminui. E – inversamente – se com um mesmo montante de reserva de caixa o banco quisesse retornar de 3% a 4%, ele deveria reduzir os empréstimos em curso em um quarto…

Todos os montantes são temporários

Em momentos acordados você deverá reembolsar o haver que recebeu do banqueiro A. De todo o dinheiro em curso, você deve tentar obter bastante para pagar estes reembolsos. O banqueiro A escreverá então na sua contabilidade que o montante que você lhe deve diminuiu e diminui o montante que você lhe deve. Você vê o montante desaparecer da sua conta. Os haveres criados desaparecem assim da circulação. Isso portanto provoca uma diminuição da quantidade de “dinheiro” no país.

Os juros

Os juros que você paga não desaparecem da circulação. É com eles que o banqueiro paga todas as despesas (tais como juros, seguros, pessoal, manutenção, facturas de sub-contratados que tratam dos pagamentos via internet, etc) e o capital é o capital é elevado novamente de modo a que ele possa emprestar ainda mais da próxima vez.

A “massa de dinheiro” deve crescer

O risco clássico para o banqueiro é que os tomadores de empréstimos não reembolsem senão parcialmente, ou não reembolsem de todo. E quando a hipoteca é insuficiente, é ele que fica com aborrecimentos na sua contabilidade, ou seja, com montantes que deverá cedo ou tarde registar como perdas.

Para diminuir o risco de incumprimentos de pagamentos os bancos fazem com que haja cada vez mais empréstimos em curso. Pois quanto mais “dinheiro” chega à circulação, menos ele vale. É a bem conhecida inflação. O montante que o tomador do empréstimo deve reembolsar está fixado. E como este montante diminui em valor durante o período do crédito, o tomador pode ganhá-lo mais facilmente. Se ele tem de pagar juros de 6% e a inflação é de 2%, o encargo dos juros é 1/3 menor. Assim, o número de incumprimentos de pagamentos é reduzido consideravelmente.

A propósito: esta vantagem para os tomadores dos empréstimos corresponde exactamente à diminuição do valor do dinheiro para os utilizadores. De facto, como utilizadores eles também pagam uma parte dos juros.

Trabalhar sempre mais

É esta mesma inflação que faz com que tenhamos de trabalhar sempre mais. Cada vez que mais “dinheiro” chega à circulação temos de tentar ganhar mais, se não quisermos empobrecer.

Naturalmente, um banco central nunca dirá que o crescimento do dinheiro é uma necessidade para os banqueiros. O pretexto oficial é que a inflação contribui para mais actividade económica.

E isso, por sua vez, está na origem da crença amplamente generalizada de uma economia deve crescer para ser saudável. Um conto de fadas muito perigosa. O crescimento eterno é impossível numa Terra finita. E quanto mais continuarmos, mais destruiremos. O que se pode dizer é que um sistema de dinheiro que tem necessidade de uma massa de monetária crescente para poder funcionar não é adequado a uma Sociedade durável.

As dívidas de Estado

O nosso governo dispõe de “dinheiro” pela tributação. Com isso ele financia coisas que são importantes para todos nós, como diques, estradas, pontes, escolas, hospitais, polícia, exército, etc. Acontece regularmente que o governo faz despesas antes de ter arrecadado os impostos correspondentes. No sistema actual o governo deverá então tomar dinheiro emprestado e pagar juros por eles. É bem conhecida a dívida de Estado (também chamada dívida pública). Podemos estar habituados, mas isso é de facto alguma coisa de estranho. Pessoas na comunidade executam tarefas para a comunidade, toda a gente é paga pela sua contribuição e a seguir resta uma dívida. E sobre esta todos nós– através dos impostos suplementares – pagamos juros.

Criação de dinheiro por bancos privados

Isso é causado exclusivamente pelo facto de que no passado os representantes do povo cederam a criação de dinheiro a banqueiros privados. Isso aconteceu no tempo em que ainda se dava muito valor ao conto de fadas de que só banqueiros podiam manter em ordem a gestão monetária. Se o governo pusesse o dinheiro em circulação, isso levaria certamente a um desastre!

Uma democracia sem dinheiro próprio

O resultado é que continuamos a afirmar que vivemos numa democracia, quando um dos atributos importantes da nossa Sociedade, a criação de dinheiro, caiu nas mãos de banqueiros privados. Mesmo que os administradores do Banco de Portugal (banco central) sejam nomeados pelo governo, estes administradores não recebem ordens. O Banco é independente do governo. Outrora ele determinava igualmente a taxa de juro de modo autónomo, como se dizia “no interesse da economia”. Agora isso é feito pelo Banco Central Europeu (BCE), de que os 17 bancos centrais da zona euro são proprietários e administradores.

Uma taxa de juros para todos

O BCE comprometeu-se com o desafio impossível de determinar uma taxa de juros para os 17 países diferentes, com economias completamente diferentes e que têm possibilidades de produtividade muito diferentes. Naturalmente, é quase impossível fixar uma taxa de juro que tenha um efeito óptimo para todos os países. Uma mudança da taxa não pode trazer efeitos benéficos senão para um ou alguns países. E os outros países aguentam as consequências.

O euro, a experiência monetária mais cara da história

O euro provavelmente entrará na história como a experimentação mais cara já alguma vez existiu. Desde o começo do projecto, em 1970, já se sabia que ele estava votado ao fracasso, mas banqueiros e políticos obstinados avançaram apesar de tudo. O problema é que uma moeda única só pode funcionar numa zona económica homogénea. [1] [2] [3] Eis a razão:

Quando consumidores, nos países com possibilidades de produtividade mais reduzidas, preferem comprar produtos de importação menos caros e melhores, a dívida externa aumenta. Ao mesmo tempo, a produtividade no país diminui. Um país que dispõe da sua própria moeda pode então desvalorizá-la. Isso torna os produtos de importação mais caros para a sua própria população e os produtos de exportação menos caros para os compradores estrangeiros. Assim a dívida diminui e a produtividade aumenta. As desvalorizações eram muito habituais antes da introdução do euro. Hoje os países menos produtivos são como ratos numa armadilha. Eles jamais poderão sair das dívidas. É por isso que o método que se lhes aplica, de cumular estes países com dívidas ainda mais elevadas, é estranho e malsão.

O euro acoplado à adesão à União Europeia

Os banqueiros conseguiram fazer com que os países não possam sair do euro sem sair da União Europeia. Pois bem, serão “duas moscas com um só golpe”.

A UE

Cada vez mais pessoas compreendem que a União Europeia é muito menos democrática e social do que desejam os cidadãos da Europa. Se bem que isso fosse o caso desde o início, muitos não viram senão há pouco que o Parlamento Europeu não passa de um simulacro e não um parlamento com um poder democrático. As pessoas percebem cada vez mais que a Comissão Europeia (CE) e o Banco Central Europeu puxam todo o poder para si. Da mesma forma, para a CE e o BCE, o novo tratado europeu do MEE [4] será o aríete para marginalizar todos os parlamentos nacionais. Para eles, a ratificação deste tratado parece estar no bolso pois a maior parte dos deputados ainda dormem e não podem acreditar nisso (ou será que são cúmplices?).

A União Europeia tem como princípio assente a economia de mercado livre. Quase todo o mundo compreendeu entretanto que a desregulamentação dos bancos, a privatização das infraestruturas e a abolição das tarefas governamentais conduzem a uma Sociedade dura e devastada por crises. Estes princípios estão ultrapassados. Os defensores destes princípios não poderão impô-los senão com a violência. A Grécia não será a última vítima.

O cenário do FMI

A CE e o BCE agora cooperam com o FMI para esmagar países demasiado endividados sob dívidas ainda mais pesadas. O cenário para tomar o poder foi aplicado muitas vezes pelo FMI durante estes últimos cinquenta anos. Isso desenrola-se assim: começa-se por manobrar um país para dificuldades e, desde que ele se encontre endividado, é esmagado sob dívidas suplementares tais que este não podem nem mesmo pagar mais os juros [5] . Em seguida mantém-se o país sob tutela e toma-se o cuidado de enfraquecer o governo tanto quanto possível impondo-lhe cortes orçamentais cada vez maiores. Com medidas de austeridade, fazem sangrar a população como quiserem. E uma vez que as coisas estejam bem desregulamentadas, vender-se-ão as riquezas do país a investidores estrangeiros e será introduzida uma economia de mercado totalmente livre.

Nós também

Quem reflectir um pouco vê que com o cenário dos fundos de socorro todos os países da zona euro se encontram endividados. Isso também está previsto no cenário criminoso. Os empréstimos maciços servem primeiro para poder colocar um país sob tutela. Uma vez que isso é feito, eles podem declarar que o país jamais poderá reembolsar as suas dívidas. Prosseguindo, eles podem manobrar as vítimas seguintes para as dívidas. Estas são os governos que garantiram os empréstimos. Eles deverão cortar suas despesas para pagar as perdas. E para todos os países a mesma receita será repetida, que os governos deverão reduzir, reduzir, reduzir suas despesas. Até que quase nada reste do papel e da função do governo nacional e que Bruxelas possa tomar o poder. Naturalmente, isso será acompanhado de enormes perturbações sociais. Vocês podem ler o resto no livro de Naomi Klein, A Doutrina de Choque (The Shock Doctrine).

Notas:

[1] Nos estudos científicos sobre as “optimum currency areas” (regiões óptimas para uma moeda) podemos distinguir estudos centrados sobre as condições necessárias e aquelas posteriores a 1970 (quando políticos haviam decidido que queriam uma moeda única), que são mais centradas sobre os custos e benefícios. – Roman Horvath e Lubos Komarek em “OPTIMUM CURRENCY AREA THEORY: AN APPROACH FOR THINKING ABOUT MONETARY INTEGRATION” (2002) (ver abaixo tradução em português).

“É possível distinguir duas correntes principais na literatura sobre as regiões óptimas para uma moeda. A primeira corrente tenta encontrar as características económicas cruciais para determinar onde as (ilusórias) fronteiras para taxas de câmbio deveriam ser estabelecidas (1960s1970s). A segunda (1970s até agora) assume que qualquer país único preenche totalmente as exigências para torná-lo um membro óptimo de uma união monetária. Em consequência, a segunda abordagem não continua a pesquisa por características, identificadas como importantes para escolher os participantes numa região óptima para uma moeda. Esta literatura centra-se no estudo dos custos e benefícios para um país que pretende participar numa união monetária”.

http://wrap.warwick.ac.uk/1539/1/WRAP_Horvath_twerp647.pdf , página 7.

Friedman descreve as vantagens dos câmbios flexíveis como se segue: “Como se constata habitualmente, os preços e os salários num país são relativamente rígidos e [estes] factores são imóveis entre países. Em consequência, por ocasião de uma procura negativa ou de um choque no abastecimento, o único instrumento para evitar uma maior inflação ou desemprego é uma mudança na taxa de câmbio flexível (o que quer dizer revalorizar ou desvalorizar a moeda). Isso trará a economia de volta ao equilíbrio interno e externo inicial. (…) Sob o regime de taxas de câmbio fixas, haveria sempre o impacto desagradável do desemprego ou da inflação”.

http://wrap.warwick.ac.uk/1539/1/WRAP_Horvath_twerp647.pdf , página 8.

[2] Yrd. Doç. Dr. Hüseyin Mualla YÜCEOL, Mersin Üniversitesi Ýktisadi ve Ýdari Bilimler Fakültesi, Maliye Bölümü, dansWHY THE EUROPEAN UNION IS NOT AN OPTIMAL CURRENCY AREA: THE LIMITS OF INTEGRATION” (« POURQUOI L’UNION EUROPÉENNE N’EST PAS UNE REGION DE MONNAIE OPTIMALE : LES LIMITES D’UNE INTÉGRATION »)

“A Europa não é uma região de moeda óptima. Contudo, a 1 de Janeiro de 1999 onze países da UE arrancaram com uma União Monetária Europeia adoptando uma moeda partilhada, o euro, apesar de a UE não responder a todos os critérios para uma região monetária óptima. Além disso, aderir à UE não é a mesma coisa que aderir ao euro, tanto para os antigos como para os novos membros”.

http://eab.ege.edu.tr/pdf/6_2/C6-S2-M6.pdf , página 66.

[3] Paul de Grauwe, partes de um discurso:

“Com 27 membros ao invés dos 12 actuais, o desafio de assegurar um funcionamento suave da Eurozona ampliada será assombroso. A razão é que num grupo tão vasto a probabilidade do que os economistas chamam de “choques assimétricos” aumentará significativamente. Isto significa que alguns países podem experimentar um boom e pressões inflacionárias ao passo que outros experimentam forças deflacionárias. Se ocorrerem demasiados choques assimétricos, o BCE será paralisado, não sabendo se deve aumentar ou reduzir as taxas de juro. Em consequência, países membros muitas vezes sentir-se-ão frustrados com políticas do BCE que não levam (e não podem) em consideração as diferentes condições económicas dos países membros individuais. Isto leva-nos à questão de se a UME ampliada será, de facto, uma região monetária óptima”. (…)

“Se um país for atingido por choques negativos provocados pela aglomeração de efeitos, os cortes salariais necessários para tratar estes choques serão inevitavelmente muito amplos. Para dar um exemplo: Se a Ford Motor fosse encerrar uma fábrica na Bélgica e investir na Polónia em substituição, o corte salarial de trabalhadores belgas que convenceria a Ford Motor a não fazer este movimento teria de ser 50% ou mais. Como isto não é factível, então a flexibilidade determina que os trabalhadores belgas estariam dispostos a mudar-se”.

[4] MEE, o novo ditador europeu (artigo): «MEE, o novo ditador europeu.» Paradigmas. 2 de Dezembro de 2011.

[5] Só de juros Portugal terá de pagar 34,3 mil milhões de euros pelos 78 mil milhões de euros do empréstimo do FMIBCEUE . Ou seja, terá de pagar um total de 112,4 mil milhões (juros+principal).

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