O Crânio de Cristal

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Caveira de Cristal
Caveira de Cristal

Hoje em dia, o quartzo, ou cristal de rocha, desfrutam de imensa popularidade, principalmente devido às suas supostas propriedades espirituais. Mas o mesmo material já fascinava os nossos ancestrais. Os gregos chamavam-no de crystallos, ou “gelo claro”. No Egipto, no ano 4000 a.C., as testas dos mortos eram adornadas com um “terceiro olho” de cristal, que, conforme a crença, permitia que a alma descobrisse o caminho para a eternidade.

Tradicionalmente, o material preferido para as bolas de cristal usadas por videntes e médiuns sempre foi o cristal de rocha do mais alto grau.

O objecto de cristal mais intrigante de que se tem notícia, porém, é o chamado Crânio de Cristal de Mitchell-Hodges, cuja origem tanto pode ser asteca ou Maia e até mesmo o continente mítico da Atlântida. A descoberta do Crânio de Cristal é envolta em muita controvérsia. Consta que, foi encontrado por Anna, uma jovem de 18 anos, filha adoptiva do aventureiro F. A. Mitchell-Hodges, em 1927, quando escavava as ruínas de Lubaantun (a cidade das pedras caídas), nas selvas de Belize, na ocasião ainda chamada de Honduras Britânica.

Caveira de Cristal
Caveira de Cristal

Após três anos de escavações no antigo local maia, Anna descobriu um crânio de cristal, de tamanho natural, nos escombros de um altar desmoronado, junto à parede. Uma mandíbula, que se encaixava perfeitamente naquele crânio, foi encontrada a pouco mais de 7 metros de distância, três meses mais tarde.

A equipa de Mitchell-Hodges escavou exaustivamente toda a área. Na realidade, eles acabaram por contribuir grandemente para a “nossa” colecção actual de artefactos e para a ampliação do nosso conhecimento a respeito da civilização pré-colombiana no Novo Mundo.

Contudo, Mitchell-Hodges também era um homem conhecido por acreditar piamente na lenda da Atlântida. De facto, foi a fé de poder confirmar a existência de uma ligação entre a Atlântida e os Maias que o levou a embrenhar-se nas florestas da América Central.

Infelizmente, os cristais não podem ser datados por meios convencionais. No entanto, os laboratórios da Hewlett-Packard, que estudaram o estranho crânio, calcularam que a sua confecção teria exigido o trabalho de, no mínimo, trezentos anos, por uma série de artesãos extremamente habilidosos. Na escala de dureza, os cristais de rocha estão apenas ligeiramente abaixo dos diamantes.

Porque seria aquela rocha tão valiosa para quem quer que a tenha encontrado, a ponto de pessoas passarem três séculos a polir pacientemente um pedaço de pedra não nativa?

O mistério do crânio de cristal ficou ainda mais intrigante quando as duas peças foram encaixadas e as pessoas constataram de que o crânio de cristal balançava na base da mandíbula, dando a impressão de ser um crânio humano abrindo e fechando a boca. Ele poderia ter sido manipulado por sacerdotes nos templos como um oráculo divinatório.

Outras propriedades ligadas ao crânio de cristal são ainda mais peculiares. Dizem que o lóbulo frontal, por exemplo, às vezes fica nublado, assumindo a coloração branco-leitosa. Em outras ocasiões, ele emite uma aura quase fantasmagórica, forte e com a pequena nuance da cor do feno, similar ao anel que circunda a Lua.

Quer seja o produto de uma imaginação muito fértil, ou estimulado pelo próprio crânio, aqueles que ficam perto dele por longos períodos afirmam passar por experiências enervantes, que afectam os cincos sentidos, inclusive sons etéreos, aromas e até mesmo fantasmas. O impacto visual do crânio é hipnótico, para os cépticos, inclusive.

Sejam quais forem os seus poderes, porém, uma maldição fatal sobre o seu proprietário não parece fazer parte do conjunto. Mitchel-Hodges mal deixou que o crânio saísse da sua vista, sobreviveu por mais de trinta anos, a três facadas e oito ferimentos provocados por balas.

Quando morreu, no dia 12 de Junho de 1949, com a idade de 77 anos, legou em testamento o crânio de cristal à sua filha adoptiva, que o encontrou enterrado sob um antigo altar, na selva hondurenha. O crânio, com valor estimado em 260 mil dólares, continuou a ser propriedade particular.

Expedição de Mitchell Hedges e a sua filha
Expedição de Mitchell Hedges e a sua filha

Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz

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